Capítulo Sete

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 24 de Janeiro de 2006 - Greenville, Illinois 

Sam continuou a contemplar a foto na lápide, as lágrimas ainda corriam por seu rosto, ele sabia que elas não iriam parar, não enquanto estivesse ali, e não enquanto estivesse sozinho no impala, indo de volta para Lincoln.

 A ideia de dirigir o carro sem a companhia de Dean parecia simplesmente errada. Ele deveria estar com ele, provocando-o por ser uma garota, ouvindo rock clássico alto e confortando-o daquele jeito só dele. 

As lágrimas aumentaram quando ele olhou na direção do Impala. Pensar que seu irmão estava... Era tudo sua culpa. Ele se lembrou de um momento de sua infância em que ele perguntou a Dean porque eles não podiam ficar tempo suficiente em uma cidade para terem amigos reais.

"Acredite em mim Sammy, é melhor assim, pessoas como nós quando se aproximam de alguém só levam a desgraça." No momento em que ele disse isso Sam havia pensado que ele só estava sendo um pé no saco mas agora, olhando para lápide a sua frente sabia que tinha razão.

 - Me perdoa, - foi tudo o que ele foi capaz de dizer, mais uma vez.

04 de Dezembro de 2005 - Allentown, Pennsylvania

Quando chegaram ao hospital a garota conduziu Sam até o quarto do irmão. Ela entrou primeiro, o rapaz não pode ver o rosto de seu irmão porque as cortinas ao lado da cama estavam puxadas mas ouviu a voz dele, parecia cansado

 -Hey Amanda, - ele disse - Como está minha Baby?

  Sam se aproximou da cama e olhou para Dean, havia  curativos em seu rosto e cabeça, bandagens enroladas em seu peito, contusões como marcas de mãos em sua garganta. Antes que Amanda pudesse responder ele disse:

 - Com certeza bem melhor que você, mano

 -Sam? - Dean se assustou e tentou se sentar mas suas costelas protestaram e ele caiu de volta sobre os travesseiros - O que você está fazendo aqui?

 -É bom te ver também, Dean.

 -É sério Sam, aconteceu alguma coisa? Jessica está bem? Você...

 -Está tudo bem, - disse Sam - Desde quando preciso de um motivo para ver você?

 -Não sei... Desde sempre? - as palavras atingiram Sam como um soco

 -Bem, eu... - Sam passou a mão pelo pescoço desconfortavelmente

 -Você pode me deixar a sós com meu irmão? -Dean perguntou a Amanda. A garota deu um aceno com a cabeça

 -Eu preciso mesmo ir para casa, adeus Dean,- ela lhe deu um breve beijo nos lábios - e obrigada por... você sabe... salvar o avião, salvar a minha vida...

 -Você salvou minha Baby, estamos quites - ele sorriu. Quando ela saiu do quarto, Dean olhou para o irmão - E então, o que aconteceu?

 -Eu tentei te ligar ontem - Sam suspirou - dez chamadas e duas mensagens de voz, quando você não respondeu, eu achei...

-Sam, isso tem que parar - Dean suspirou - Eu sei que está preocupado comigo, mas você não pode largar tudo e me procurar a cada vez que eu não atender o telefone. Eu sou um caçador, sei me virar, é com a sua namorada que você tem que se preocupar agora. - Sam virou o rosto desconfortável 

 -E então o que aconteceu com você? - Perguntou o rapaz tentando disfarçar. Dean contou a ele sobre o caso em que estivera trabalhando. - Cara, eu nunca pensei em que chegaria o dia em que você entraria em um avião por vontade própria.

 -Somos dois - disse Dean em meio um bocejo

-Acho que você ainda vai ter que ficar aqui mais algumas horas. Durma um pouco idiota.

-Quem morreu e te pôs no comando, Vadia?

Apesar disso ele realmente se ajeitou o mais confortavelmente que pôde na cama e sorriu um pouco, apesar do que havia dito, não podia negar que se sentia bem com a presença de Sam, saber que seu irmão realmente se importava com ele era reconfortante.

Live And Let DieOnde histórias criam vida. Descubra agora