Best friends or lovers?

Eu te amo

Sempre que nos deparamos com uma situação que poderá mudar o rumo de nossas vidas, temos aqueles minutos cruciais, onde o mundo parece parar, nossos pensamentos se tornam um quebra cabeças a ser montado, nosso corpo congela, e nossa boca hesita quando temos que pronunciar uma só palavra.

Quando Colin abriu a porta, senti meus dedos congelarem, não só por causa do frio de Vancouver, mas o nervoso misturado com a ansiedade me consumiam. Ele me encarava tentando entender o motivo da minha presença, eu conseguia lê-lo como ninguém jamais conseguiu.

Ele já não estava tão distante quanto a hora que nos despedimos, soltei a respiração aliviada. Começamos a conversar, e tudo foi fluindo naturalmente, como nos velhos tempos onde víamos apenas amizade.

Eu queria dizer, "Eu te amo", três palavras que sufocavam e abafavam minha respiração. Não conseguia encontrar o momento certo para dizer. Dançamos ao som de uma música lenta do Ed Sheeran, eu me senti acolhida, e de repente todo o medo que sentia desapareceu. Eu precisava respirar, eu precisava libertar o sentimento mais precioso e bonito que já tive. Ele foi olhar o peixe, enquanto eu resolvi mudar a música para criar o clima certo.

- Está tudo bem? – pergunta fazendo me despertar do transe.

- Sim, só estava pensando.

- Nisso eu reparei.

- Eu não vim aqui pelo jantar...

- Eu sei, você nunca deixaria Rose se não tivesse acontecido algo. Aconteceu alguma coisa?

- Sim.

- Quer me contar?

- Eu preciso te contar. – seguro sua mão

- Quer se sentar?

- Não, obrigada. – respondo, respirando fundo.

- Então, o que aconteceu?

- Você aconteceu. Você é todo romântico, seguro, e sempre está um passo a minha frente, não só porque sabe expressar o que sente ou cozinhar. Enquanto eu estou sempre atrasada, e é como se você estivesse caminhando sozinho. Eu não sinto mais medo, porque hoje percebi o quanto você me ama, me protege e está disposto a cuidar do meu coração...

- Jen. – diz me interrompendo.

- Me deixe terminar.

- Está bem.

- Toda vez que estamos longe, ou brigados é como se meu coração estivesse faltando um pedaço, eu não quero pensar que minha felicidade está em uma pessoa, você é parte dela. E não importa o que aconteça, nós sempre achamos um modo de voltar um para o outro, uma força invisível que sempre está agindo sobre nós, nos empurrando para o outro novamente. Eu gosto de pensar que essa força é o que sentimos um pelo outro, como se estivéssemos ligados por uma linha invisível.

- O que está querendo dizer?

- Estou querendo dizer que não quero mais fugir, não quero ter medo do que eu sinto, quero me entregar de corpo e alma, entregar meu coração pra você. Não quero ficar um centímetro atrás, quero caminhar junto, eu estou pronta.

- Eu não estou entendendo nada.

- Foi simplificar... Colin Arthur Geoffrey O'donoghue, eu te amo. – digo em um só fôlego, começo a sentir as lágrimas e um sorriso involuntário surgindo, não conseguia distinguir se era de felicidade, ou por conseguir respirar novamente.

A feição de Colin muda, vejo seus olhos azuis brilharem como reflexo do sol no oceano. Ele estava feliz por ouvir, e seu sorriso largo fez com que eu sorrisse também.