Capítulo 23

17.4K 931 910
                                    


Capítulo dedicado a Aryadna que foi a primeira a responder corretamente quem era a pessoa misteriosa, que no fim das contas nem foi tão misteriosa assim. Muito obrigada, linda, por estar acompanhando FTUA e espero que goste. 

POV EMMA

Depois de intermináveis minutos tendo que aturar as provocações do Gusttavo o carro passa a diminuir a velocidade até parar em frente a um prédio com um grande letreiro em neon. 

O caminho tinha sido longo e a considerar esse fato eu poderia jurar que estávamos do outro lado da cidade, o que descartava todas as minhas chances de voltar a pé para casa caso algo de ruim acontecesse. 

Já estávamos parados a um tempo, sendo que apenas o barulho do motor, ainda ligado, se fazia presente no meio daquele silêncio sufocante.  

Através do vidro escuro vejo a aglutinação de pessoas se formando de uma forma assustadoramente rápida na entrada do estabelecimento. Jovens de ambos os sexos e das mais diversas idades, permaneciam diante de seguranças, parados em uma posição intimidadora, esperando terem as suas entradas liberadas. 

Ver aqueles homens robustos, vestidos impecavelmente em ternos pretos e com os braços cruzados acima do peito fez com que eu me perguntasse o porquê das expressões deles serem sempre tão fechadas. Não sabia o motivo dessa dúvida vir exatamente em um momento em que o meu raciocínio deveria estar trabalhando as possibilidades de convencer o Gusttavo a dar meia volta e me levar de volta para casa, mas talvez o grande nervosismo que eu estava sentindo me fez querer desfocar a minha atenção para outras coisas que não fossem o medo e a agonia que tinham se apossado do meu corpo. 

Depois de desviar minha visão dos seguranças fico analisando o exterior do carro por inacabáveis segundos e solto um suspiro pesado ao perceber onde fui me meter. 

_ Se eu estivesse em casa agora eu estaria dormindo ou quem sabe talvez estudando a minha parte no seminário, coisa que você também deveria estar fazendo. _ Digo olhando para o Gusttavo, que deixa a cabeça cair para trás de modo que ficasse apoiada no encosto do banco e com o rosto virado na minha direção. 

_ Meu Deus, você reclama de tudo. Eu te trouxe nessa festa justamente para você fazer pela primeira vez algo de diferente e você vem me falar em estudos. Desencana um pouco e curte a festa. _ Ele diz à medida que um semblante impaciente tomava conta do seu rosto.  

_ Talvez você não tenha escutado direito, mas eu falei sobre o seminário que nós iremos apresentar daqui algumas horas. _ Digo, também aderindo a expressão impaciente. 

_ Eu sei muito bem e sei também que vamos tirar de letra, então pra que ficar se preocupando? 

_ Quero minha casa. _ Falo de braços cruzados e fico observando o modo como a mão do Gusttavo se movimentava enquanto ele passava as marchas. 

Ele olha pelo retrovisor e depois de girar um volante algumas vezes entra em uma vaga vazia, entre dois carros, e desliga o seu seguida. 

_ Antes de entrar vou dizer algumas coisas que você precisa saber, então presta atenção. _ Ele tira o cinto e coloca a perna dobrada sobre o banco, inclinando o corpo de modo que seus olhos encaravam diretamente os meus _ Primeiro: não saia de perto de mim por nada nesse mundo, segundo: nada de aceitar bebidas ou qualquer outra coisa de estranhos e terceiro: não confie em ninguém, absolutamente ninguém. Entendido? _ Balanço a cabeça, concordando e ele sai do carro. 

Antes que eu pudesse desafivelar o cinto a porta do meu lado é aberta e vejo o Gusttavo parado, sorrindo. 

_ Pronta para a primeira festa da sua vida? _ Ele me encarava com um sorriso tão grande que se eu não estivesse tremendo antes mesmo de colocar os pés naquele lugar eu diria que sua alegria era contagiante. 

Foi Tudo uma ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora