Capítulo 14

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POV EMMA

Acordo no outro dia com o braço um pouco dolorido. A marca estava sumindo, mas um tom arroxeado ainda se fazia presente, me fazendo lembrar que teria mais um problema para enfrentar na faculdade. Visto um suéter azul, que deixaria o hematoma longe das vistas dos meus pais e escolho uma calça jeans escura. Depois de pronta desço e encontro meus pais na mesa tomando café. Procuro por Arthur e não o encontro.

_ Bom dia, mãe. Bom dia, pai. _ Os cumprimento com um beijo no rosto como sempre faço e eles retribuem da mesma maneira _ E o Arthur? _ Estranho ele não está acordado já que nos últimos dias ele estava despertando mais cedo que eu.

_ Ainda dormindo. _ Mamãe responde enquanto leva sua xícara de café à boca.

_ Vou acordar ele. _ Subo as escadas apressada para encontrá-lo e ganhar o meu beijo de bom dia. Entro no quarto dele e o encontro abraçado ao Teddy. Sua respiração estava lenta e seu peito subia e descia seguindo o mesmo ritmo. Sorrio diante da imagem do meu pirralhinho dormindo tranquilamente.

Me aproximo da cama e beijo sua testa, ele se mexe e resmunga virando para o outro lado.

_ Arthur, hora de acordar. _ Sento na cama ao seu lado e ele me olha com os olhinhos sonolentos.

_ Num quelo ir pa iscola. _ Resmunga e puxa o cobertor o cobrindo por inteiro.

_ Posso saber o porquê? _ Retiro o cobertor de cima dele e ele me olha com uma expressão claramente irritada, o que o deixou mais adorável. Mordo internamente a bochecha para não rir e o incentivo a falar.

_ É a Lili. Ela num quer mais falar cumigo. _ De repente a expressão irritada vai dando lugar a uma triste e meu coração aperta ao ver a dor estampada nos seus olhos.

_ Quem é Lili? _ Perguntei.

_ Minha namolada. Ela viu eu falando cum otra minina e ficô muito zangada. _ Abraço o seu corpo pequenino e ele passa os braços em volta do meu pescoço descansando a cabeça sobre o meu ombro_ Eu julo, maninha, eu num fiz po mal. Eu só quelia uma canetinha empestada.

_ Eu acredito em você, meu pirralho. _ O conforto e ele suspira.

_ Mas ela num aquedita. O que eu faço? _ Arthur se afasta de mim apenas o suficiente para me olhar diretamente nos olhos com seus olhinhos brilhando de antecipação.

_ Tenta explicar para ela o que realmente aconteceu e se ela não quiser ouvir o que você tem a dizer faz um desenho bem bonito mostrando o que você sente e entrega para ela. Tenho certeza que ela vai adorar. Agora trate de levantar esse corpinho e vamos para o banho, você tem que está bem cheirosinho quando for falar com a... _ Interrompo minha fala ao esquecer o nome da menininha que estava afetando o meu irmão.

_ Lili, maninha. _ Ele responde como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

_ Isso, com a Lili. _ Continuo e ele pula da cama parando na minha frente enquanto me estendia a mão.

_ Quelo ficá cheloso pa Lili. _ Sorrio diante do modo doce como as palavras foram ditas por ele e o pego pela mão o levando para o banheiro.

[...]

Cruzo o portão da faculdade e um arrepio percorre o meu corpo levando uma sensação de pavor a se instalar no meu estômago. Não queria encontrar a Penélope, muito menos depois do que aconteceu ontem após o Gusttavo notar meu braço machucado. Posso até imaginar que ela deve ter ficado enfurecida quando ele foi tirar satisfações com ela e temia que descontasse a raiva que estava sentindo em mim. O que era o mais provável.

Passo pelos corredores praticamente correndo e olhando para todos os lados. Quando já estava entrando no corredor da minha primeira aula a vejo vindo na minha direção. Ao me ver ela para por alguns segundos, mas rapidamente desvia o olhar e segue em outra direção.

Foi Tudo uma ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora