Capítulo 27

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POV GUSTTAVO 

Quando cruzo a porta de entrada vejo três pares de olhos pairarem sobre mim. Dois deles me fitavam de maneira preocupada enquanto o outro exalava uma fúria que não passava despercebida pelo seu maxilar trincado e pela veia saltada do seu pescoço. 

_ O que foi isso, meu filho? Por que está todo molhado? _ Minha mãe já estava na minha frente me avaliando como se buscasse qualquer vestígio que entregasse o motivo para o estado em que eu me encontrava. 

_ Pulei da ponte, mas parece que Deus ainda não me quer do seu lado. 

Dito isso subo as escadas e vou para o meu quarto sem dar atenção aos murmúrios que surgiram assim que virei as costas. 

Eu não queria ter respondido minha mãe daquela maneira, mas quando vi os olhos do meu pai me fuzilando, como se ele a qualquer momento fosse terminar o que ele começou antes da Manu segurar sua mão e tirar meu rosto da sua mira, perdi o controle e não tomei cuidado com as palavras. 

Entro no meu quarto e deixo a porta aberta para poupar o trabalho da minha mãe de abri-la, já que eu estava ciente de que o comentário que fiz lá embaixo iria causar uma confusão na cabeça dela e que ela iria tirar suas dúvidas me arrancando a verdade. 

Não levou nem dez segundos direito e ela entra no meu quarto, fechando a porta atrás de si e me olhando com uma expressão preocupada, que logo se suaviza quando seus olhos encontram os meus. 

_ O que você falou é verdade? Você fez mesmo aquilo? _ Reprimo uma risada, mas me contenho para ela não achar que estou fazendo pouco caso da sua preocupação. 

_ Calma, mãe, foi uma brincadeira. 

_ Nunca mais faça aquilo, Gusttavo. Eu pensei que você tinha tentando... _ Ela para de falar e balança a cabeça como se quisesse espantar os pensamentos para longe. 

_ Me desculpa, eu não deveria ter falado aquilo. _ Peço, realmente arrependido ao ver que ela estava sofrendo por pensar que eu tinha tentado tirar a minha vida por um imbecil que não merece. 

_ E o que aconteceu com você? _ Ela pergunta, apontado o dedo na minha direção, o movendo de cima a baixo. 

_ Fui tomar um banho de piscina, mas acabei esquecendo de tirar as roupas. _ Sorrio quando o real motivo de eu me encontrar completamente encharcado e tendo essa conversa com a minha mãe surge na minha cabeça, e sorrio ainda mais com as lembranças do que aconteceu antes de eu ser atirado dentro da piscina e só me dou conta que minha mãe está na minha frente quando ela interrompe o meu momento de absoluta contentamento. 

_ Posso saber o motivo desse sorriso? _ Questiona me encarando com um leve sorriso, como se fosse capaz de ver a resposta estampada na minha face. 

Caminho na sua direção depois de me livrar da camiseta molhada e arremessá-la dentro do cesto de roupa sujas, que a Mar faz questão de deixar do lado do meu armário para que eu não deixe as minhas roupas espalhadas pelo chão, e a puxo para um abraço. 

_ Digamos que estou conseguindo algo que eu quero muito. _ Falo e a solto depois de beijar o seu rosto. 

_ Fico muito feliz por você, querido. _ Ela diz, segurando o meu rosto para que pudesse deixar um beijo na minha testa, já que tenho uns bons centímetros a mais que ela _ Mas agora você precisa tirar essas roupas molhadas antes que fique doente. 

Após alguns minutos, que foram ocupados por minha mãe ressaltando o quanto estava contente por eu está feliz e que tenho que correr atrás do que quero mesmo diante das controvérsias, ela sai do meu quarto me deixando pensativo sobre o fato de como iria ser o seu discurso se ela descobrisse o que eu quis dizer com "conseguir o que eu quero". 

Foi Tudo uma ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora