Capítulo 5

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DANÇARINOS DE REBEKAH DAWSON APROVEITAM NOITE COM LUKE E EQUIPE

Para quem acha que os dançarinos da garota mais fofa do pop são tão reservados quanto ela se enganou. Na noite de ontem eles saíram ao lado da equipe de Luke Benson e aproveitaram uma noite regada a fumo e cerveja. O que será que Rebekah pensa sobre isso?

Eu não posso acreditar que eles fizeram realmente isso. Desligo o notebook e corro para a sala de ensaios onde eles já me esperam. 

"Será que alguém vai me explicar o que estavam na cabeça quando saíram com Luke ontem?" Pergunto zangada. "Com exceção de Marcel." Concluo. 

As quatro garotas e dois rapazes me olham. 

"Você vai querer nos dizer o que fazer?" Oliver pergunta. "Não eu não vou, mas desde que meu nome apareça em todos os sites relacionado de forma suja a Luke Benson eu não sou obrigada a suportar." Digo. 

 "Não foi nossa intenção. Desculpe." Tiffany é a única que me pede desculpas.

Tiffany foi a primeira dançarina que contratamos, gostei porque ela além de talentosa é cheia de vida e é batalhadora, não foi fácil para ela seguir seu sonho. 

"Vocês estão todos desculpados." Digo. Eu não consigo me ressentir, apenas fico chateada e quero evitar que a situação volte a se repetir. "Eu não estou querendo que não se divirtam, a turnê é exaustiva eu sei, merecem folga, mas só tentem não estar nesses lugares ou ao menos não serem fotografados." Digo soando mais calma. "É apenas isso, nenhuma foto de vocês com Luke Benson ou sua equipe. Estamos combinados?" Olho firme para eles.

"Ou o que?" Maya dispara. 

Eu adoro Maya, ela vem em terceiro na minha lista de boa relação com os dançarinos, atrás de Marcel e Tiffany, mas ela é péssima em abaixar a cabeça para um superior. 

"Ou eu não vou pensar duas vezes em mandar qualquer um de volta para casa." Afirmo parando na frente dela. "Não esqueçam que eu decido quem faz parte da minha equipe." 

Ninguém mais ousa dizer uma palavra que não seja profissional durante todo o ensaio.

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Espero que pare de chover até a noite, mas as vezes acho que nunca para de chover na Virginia. Já estou ficando ensopada embaixo da chuva. Apesar de estar louca por um banho quente, paro quando encontro um grupo de fãs na porta do hotel e imediatamente me coloco a disposição deles. 

"Hei Bekah tira uma comigo também?" Uma garota estica o celular e eu sorrio para a câmera.

Não sei se estou bem para fotos. Cabelo preso, óculos escuros, jeans e camiseta. Molhada de chuva depois de uma caminhada para tentar esquecer da besteira dos meus dançarinos. Por isso estou assim, simples. Minha mãe me diz que eu devo estar sempre visualmente impecável, mas desde que ela não está aqui eu não me importo. 

"Qual é seu nome?" Pergunto a uma garotinha que me chama a atenção. 

"Marie." A menina diz. Agacho-me um pouco e fico na sua altura. 

"Quantos anos têm?" 

"Oito." 

"É a idade da minha irmã mais nova, Cora." Conto. 

Ela não se parece em nada com Cora, afinal Cora assim como eu tem olhos e cabelos escuros e Marie é loira de olhos azuis. Mas é por ter a mesma idade e esse jeito doce que me fez pensar na minha irmã.

Não imaginei que sentiria saudade de Cora tão depressa, mas Cora é meu tesouro, eu faria qualquer coisa para protegê-la, da mesma forma que alguém fez comigo um dia. As vezes pela manhã no quarto dos hotéis em que fico esqueço-me de que não estou na minha casa em Los Angeles e acho que Cora vai me acordar pulando na cama. 

 "Você é linda." Elogio a pequena Marie. 

Ela parece envaidecida. Quando olho para trás vejo Tom se aproximar e Luke passar e ir direto para o hotel. Alguns fãs se aproximam dele, mas ele diz algo e todos se afastam. Não deve ser um dia bom para ele, porque normalmente ele atende todos com um grande sorriso, brinca, é uma cena e tanto, mas pelo jeito não hoje. 

"Rebekah preciso falar com você." Tom diz e parece sério. 

Eu não me lembro de ter feito nada errado, aliás eu nunca faço nada errado. 

"Certo." Digo. "Hei pessoal eu tenho que ir. Obrigada pelo carinho." 

Deixo meus fãs e sigo com Tom até o saguão do hotel. 

"As coisas sobre você e Luke não podem continuar assim." Tom diz quando se senta na poltrona em frente a que me coloquei. 

O modo como ele fala sobre mim e Luke é quase como se ele estivesse nos relacionando. Eu quase tenho vontade de dizer que não existe eu e Luke, e nós nunca seriamos colocados na mesma frase antes dessa turnê. 

"O que quer dizer?" Pergunto. 

"Albert me disse que se ambos não fossem maduros o suficiente para lidar com a turnê, ela seria cancelada, e os únicos prejudicados seriam os dois." Conta. "E então tudo que os dois fazem é serem imaturos um com o outro. Rebekah não fica no mesmo lugar que Luke, Luke provoca Rebekah. Está ridículo."

Eu confesso que achei que Tom não fosse um cara de frases longas. Não o tinha visto falar muito, até agora. Ele está de verdade chateado e me chamando a atenção. Há dias ninguém me chama a atenção.

"O que espera que eu faça? Que eu vá até lá e diga: hei Luke vamos ser ótimos amigos?" Debocho. "Nós somos total opostos." 

"Eu duvido que não tenham nada em comum." Tom discorda de mim. "Mas se não quer ser amiga dele tudo bem, mas ao menos seja educada com ele e sua equipe." Pede. 

Suspiro. Eu não quero ser legal com Luke. Ele não é alguém que mereça minha frequente simpatia. 

"Sabe o que Luke acaba de dizer na radio? Que você é chata e mal educada, que não tem nada de doce como todos acham." Ele me diz. "E você nem pode reclamar com ele porque realmente não está ajudando." 

Isso tudo está ficando louco. Luke diz em uma radio que sou chata e mal educada e sou eu quem estou levando a bronca. Espero que ele tenha escutado o dobro disso. 

"Eu vou tentar." Falo a Tom. "Mas eu quero que Luke não coloque mais mulheres nos veículos que usarmos para voltar do show e que não fume neles também." Imponho. 

"Fechado." 

Se tiver que suportar Luke ao menos tenho o direito de impor algumas coisas. 

"Mais alguma condição?" Ele pergunta. 

Para ser sincera, sim. Chamo Tom para almoçar comigo porque tenho certeza que vamos discutir muito antes de chegarmos a uma decisão definitiva. 

"Rebekah isso não é possível." Ele fala pela terceira vez seguida enquanto almoçamos. "Nós não podemos alterar tanto depois de já termos feito alguns shows." Tom é relutante.

 "Nós só mudaremos os covers, e as coreografias, as musicas continuarão as mesmas, só vão ter batidas diferentes." Repito. "Minha banda e meus dançarinos já têm tudo pensado, só queremos uma chance de colocar em pratica." 

"Albert não vai aceitar..."

"Ligue para ele." Peço. "Eu mesma posso falar."

Durante os últimos dias tenho me sentido mais corajosa em tomar minhas decisões, acho que é porque não tenho minha mãe dizendo o que devo fazer. E ser firme acaba sendo minha defesa. Tom aperta discar e me passa o celular. 

Minutos depois estou recebendo um ok de San Paoli e um elogio por minha iniciativa.   

Detrás dos holofotesOnde histórias criam vida. Descubra agora