Capítulo 6

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 "Diretamente de Miami, acho que todos os fãs de Rebekah querem um vídeo dela patinando." Tiffany tem a câmera do seu celular apontada para mim. 

 "Hei pessoal." Aceno. "Nós resolvemos aproveitar o dia de sol de folga em Miami e colocamos nossos patins para passearmos pela cidade." 

Eu, Tiffany, Debby e Maya estamos juntas nessa. Um passeio só de garotas para relaxar dessa turnê louca e cansativa que nós nos metemos. Ou melhor, que Albert San Paoli nos colocou. 

Minha irritação com elas por terem aproveitado uma festa noturna com Luke e companhia já passou. Na verdade canalizei tudo para ele depois que disse que eu sou chata e mal educada. Eu não estou sendo legal com ele, mesmo que eu tenha prometido isso a Tom depois de negociarmos as minhas condições. O que eu estou fazendo é apenas ser educada com sua equipe, e já é o suficiente. 

"Quero dizer a todos que irão ao show amanhã que estou muito contente de cantar para vocês. Nos vemos lá." 

 Tiffany encerra o vídeo e nós podemos voltar a conversar. 

"Depois nós podemos dar um mergulho." Debby sugere. 

"Claro." 

O mar é o céu aqui são tão azuis que parece até que são uma coisa só, sem saber onde um termina para começar o outro. 

"Miami me faz sentir falta de Los Angeles." Confesso. "Esse mar, esse clima." Viro-me de frente para o mar para admirá-lo e abro os braços bem grande. "Queria que a turnê fosse inteira pelo litoral só para ter essa visão. Vocês também não adoram isso?" Pergunto animada. 

Quando me viro para olhá-las vejo o celular de volta em suas mãos. Elas estão debochando de mim. 

"Certo, apaguem isso." Falo. Elas começam a rir.

"Rebekah Beatrice em seu momento zen, se conectando com o mar." Tiffany zomba. 

Patino na direção delas disposta a tomar o celular, e elas se afastam. Eu não preciso patinar atrás delas para conseguir o celular, eu sou a chefe, se elas agem contra mim eu posso ameaça-las. Apenas de brincadeira. As alcanço e tento pegar o celular ainda na mão de Tiffany, mas quando elas desviam, eu trombo de frente com alguém que vinha no sentido contrario. Sou jogada ao chão imediatamente e bato a cabeça, não tão forte porque consigo protegê-la parcialmente com a mão. Algo me diz que eu acabei de me ralar. 

"Ai!" Reclamo. 

Tento me virar e olhar se a pessoa que eu esbarrei está bem, mas antes que eu possa ter qualquer outra reação algo pesado bate na minha testa. 

"Ai droga!" A voz de Luke diz. 

Só podia ser. Quem mais quase me mataria? Ele tira a porcaria de skate de cima de mim e se agacha para me ajudar a sentar. 

"Isso não está bom." Ele fala olhando-me de perto. 

Estou muito perto de começar uma lista de xingamentos para ele, mas a escuridão chega bem mais rápida.

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"Pela radiografia você não teve nenhuma fratura grave, foram só as escoriações." O médico fala.

 Só escoriações. Um corte na testa e mãos, braços e pernas ralados. Não são só escoriações para alguém que em boa parte depende de sua imagem. 

"Ela pode ir?" Luke pergunta. 

Ele está encostado na porta do consultório. Acho que decidiu manter uma distância segura para que eu não consiga descontar minha raiva dele. 

Detrás dos holofotesOnde histórias criam vida. Descubra agora