Capítulo 8

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"Sua mãe ligou, de novo." Marshall informa. 

Há dois dias estou evitando falar com ela, desde a noite da lanchonete. É um milagre que ela não tenha aparecido querendo me matar. 

"Eu ligo para ela depois." Repito a frase mais comum nesses dois dias. 

Marshall dá de ombros. Ele nem está incomodado por eu fazê-lo atendê-la e agüentar sua fúria. Na verdade está feliz por eu estar sendo um pouco rebelde. Abaixo o livro que estou lendo e dou uma olhada na direção da piscina. 

"Por que não vai dar um mergulho?" Marcel me pergunta deitado na esteira ao lado. 

Talvez Marcel só esteja sendo legal, mas desconfio que esteja querendo passar um tempo com Marshall. Os dois realmente pensam que eu não sei. 

"Não, eu realmente não vou me juntar a eles." Respondo. 

Sinto-me envergonhada só de pensar em tirar o vestido e ficar de biquíni na frente de Luke e seus amigos. Não quero ter ninguém me analisando, entretanto, aqui estou eu olhando para Luke enquanto ele está sentado na beira da piscina usando apenas um calção de banho. Ele encontra-me do outro lado e acena. Faço o mesmo. 

"O cara é quente." Maya está se juntando a mim. "Admita isso." 

"Sim, ele é." Admito. "Muito." 

"Soube que vão dar uma entrevista juntos antes do show." Ela comenta. 

Nossa primeira entrevista juntos, me dá medo só de pensar no que podem nos perguntar.

Quando a noite chega estou uma pilha de nervos em meu camarim. Tom vai trazer o cara do site e Luke até aqui para darmos a entrevista. O nome da minha mãe pisca no celular. Tudo bem, tenho que atendê-la. 

"Mãe eu sei que está furiosa, mas tenho uma entrevista agora, então pode não me dar uma bronca?" Disparo sem dar tempo dela começar.

"Eu não teria que te dar uma bronca se você não fosse tão irresponsável." Ela fala mostrando que não vai aliviar. "O que você tem na cabeça? Andando por ai a noite com um bando de arruaceiros." 

"Escute mãe, sei que essa deve ser a impressão que Luke e sua equipe dão, mas eles não fizeram nada de errado enquanto estive perto." Tento aliviar. "Eles não são ruins quando se conhece." 

"Rebekah Beatrice Dawson, não!" Mamãe grita. "Você não vai se misturar com esse tipo de pessoa."

 "Ah certo e o que devo fazer, ser a isolada do grupo?" Questiono. "Eu não quero ter que passar o tempo todo sozinha." 

Não me lembro qual foi a ultima vez que rebati algo que minha mãe disse. Eu costumo acatar suas ordens sem nem estar consciente disso. 

"Você tem Marshall." Ela insiste. 

"Marshall tem seus próprios assuntos também." Afirmo. 

"Então está dizendo que não vai fazer o que eu lhe disse, que não vai ficar longe deles?" Pergunta. 

Jogo-me no sofá e dou uma ultima pensada rápida antes de dar uma resposta. 

"É mãe, estou dizendo que se estou aqui vou procurar interagir com todos." Respondo. 

"O que está acontecendo com você?" Me pergunta começando um drama. 

O que está acontecendo comigo? Eu mesma não sei. Pela primeira vez em anos eu tenho vontade de ser diferente, de não ser obvia, de ser autentica e não a pessoa que tem cada passo milimetricamente planejado. 

 "Nem comece!" Estouro. "Estou tentando viver só pra variar e eu não me importo se você não concorda, porque só dessa vez vou fazer o que eu quero." 

Detrás dos holofotesOnde histórias criam vida. Descubra agora