Capítulo 25.

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Com um vestido preto e justo que modelava o corpo exuberante e cabelos negros emoldurando o rosto oval, a recém-chegada atraía os olhares de todos os homens presentes.
— Surpresa! — ela disse.
— Não é mais — respondeu Nick. — Por que mudou seus planos?
— Porque não consegui ficar longe de você, querido. — Ela o beijou nos lábios. — Sentiu saudade?
— Um pouco.
— Entendo. Tentarei aumentar seu entusiasmo mais tarde.
— Em vão, se ele tiver um mínimo de bom senso — Tessa sussurrou.
Dione afastou-se para ir cumprimentar outros convidados. Erin sentia-se murcha como um balão sem gás. Por que Nick olharia para ela, se podia ter Dione?
— Preciso ir ao banheiro — disse.
— Vou com você — Tessa ofereceu.
Caminharam em silêncio até um dos reservados no final de um corredor que partia da sala, e Tessa voltou a falar assim que fechou a porta.
— Se é mesmo a mulher que penso ter vislumbrado sob essa aparência indefesa, não vou deixar aquela devoradora de homens intimidá-la Nick tem caráter. Não vai se deixar enganar.
— Que diferença isso faz?
— Muita. Qualquer homem fica entusiasmado com mulheres como Dione, mas os que têm bom senso jamais vão além da atração física.
— Não gosta dela, não é?
— Dione é uma predadora. Ela se alimenta da atenção dos homens. Acredita que tentou seduzir meu Bryn quando estivemos aqui no ano passado? Ele achou tudo muito engraçado. Eu senti vontade de esganá-la. Seria maravilhoso vê-la cair da pose! E acho que você é a pessoa ideal para derrubá-la.
— Gostaria de ter sua confiança.
— Para quê? Você tem tudo que é necessário para conquistar Nick! Já se olhou no espelho? Francamente, Erin! Se o quer, lute por ele! Mostre a Dione que ele já tem dona!
Erin sentiu que a segurança de antes retornava aos poucos. Se queria o amor de Nick, teria de lutar por ele sem pensar na possibilidade de derrota!
— Volte para lá e mostre a eles do que é capaz! — Tessa encorajou-a.
Nick ainda conversava com Bryn quando retornaram ao jardim. Sem pensar nas conseqüências do que estava prestes a fazer, Erin segurou o braço dele e sorriu para o homem mais velho.
— Espero que não se importe, mas vou tirar este agradável cavalheiro para dançar. Estão tocando nossa canção.
Bryn não parecia surpreso.
— Fique à vontade.
Nick pousou a mão em suas costas para guiá-la até a pista de dança, onde outros casais se divertiam. Depois de enlaçá-la, perguntou:
— Desde quando temos uma canção?
— Desde agora — ela respondeu, entrelaçando os dedos em sua nuca. — Como você não tomava a iniciativa, achei melhor tomar as rédeas da situação.
— Quanta segurança! Por que acha que eu não tomaria a iniciativa?
— Porque, se tirasse alguém para dançar, seria Dione, e não pretendo permitir que ela se aproxime de você.
— Impressionante! De onde tirou toda essa confiança?
— É simples, Nick. Você foi meu primeiro. Não quero que outro homem faça amor comigo... nunca mais.
— Pretende entrar para o convento?
— Você sabe que não. Quero me casar com você. Quero ter filhos seus. Quero...
— Ei, ei, ei! Pensei que não estivesse interessada em casamento!
— Eu menti. Talvez não me ame como eu o amo, mas vai me amar. Farei tudo por isso. Se quiser me pintar nua, juro que...
— Agora chega. A brincadeira acabou.
— Quem está brincando? — murmurou, colando o corpo ao dele de forma provocante. — Quero você, Nick. E você me quer. Não é verdade?
— Mais uma palavra, e a levarei para casa.
— Ótimo! Assim ficaremos a sós.
— Pare com isso, Erin! Já disse que chega!
— O que pretende fazer se eu não parar?
Nick segurou as mãos dela e tirou-as de seu pescoço, colocando alguma distância entre eles.
— Pare imediatamente. Não sei o que deu em você, mas...
Erin sorria, o que o fez calar-se. Irritado, saiu da pista de dança e puxou-a pela mão como se fosse uma criança. Mas Erin não estava disposta a desistir. A perseverança sempre alcançava bons resultados.
Nick a levou para uma área protegida por palmeiras bem perto da praia. Lá ele parou para encará-la, o rosto contorcido numa máscara rígida.
— Não sei que brincadeira é essa, mas vai parar agora mesmo!
— Não é nenhuma brincadeira. Amo você, Nick. E sei que pode me amar, se deixar acontecer. Já está na metade do caminho para isso.
— Só porque fiz amor com você? É muita ingenuidade considerar os dois como sinônimos.
— Então sou ingênua. É melhor do que ser cínica. Dione vai deixá-lo mais cedo ou mais tarde. Eu não. Sendo assim, é evidente que sou sua melhor escolha para o papel de esposa.
— Seria, se eu estivesse procurando uma esposa. Fui fraco o bastante para me deixar seduzir por um corpo perfeito e um rosto angelical, mas não vou me casar com você.
— Nem se eu estiver grávida?
— Erin... Está tentando me dizer alguma coisa?
Ela balançou a cabeça, surpresa com a habilidade de permanecer calma naquelas circunstâncias.
— É cedo demais para saber. E você não me deu uma resposta. Se eu estivesse grávida, aceitaria se casar comigo?

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