Podia ser real...

capítulo 6

     Este capítulo eu dedico a  minha querida irmã Eriani.

Estou organizando alguns papéis. A manhã  na agência está sendo muito agitada,quase não tive tempo de conversar com as minhas  novas amigas. Ao me lembrar delas, me recordo da conversa que tivemos.
FlashBack On
- Ele dormiu na sua casa?
-Vocês transaram?
- Ele tem tipo de ser bom na cama!-Laís responde, sem me dar tempo de falar nada.
As duas começam uma discussão sobre minha suposta noite com Stefan.
- Meninas parem!-digo e as duas me olham como se  tivessem me notado naquele momento.- Ele não dormiu na minha casa, nós  não transamos, ok?
Elas trocam um olhar de desconfiança, pensam que estou mentindo.
- Gente estou  falando serio.-digo enquanto faço uma cara bem sincera.
Elas voltam a se olhar, e fazem beicinho.
-Que decepção.- elas dizem em uníssono.
Rio da decepção das duas, e conto tudo sobre minha manhã com Stefan.
Flashback off
" Ele tem tipo de ser bom na cama" essa frase não sai da minha cabeça, e pensando bem tenho que concorda com Laís, por que das vezes que ficamos juntos ele sempre me  agarra,e tem uma pegada... Nossa que pegada! Parecendo tomar posse de mim.  Quando "esse dia" chegar, não sei se vou conseguir me entregar ao Stefan facilmente. Ainda tenho medo do que me aconteceu quando... meu celular vibra,na tela aparece o nome da Kheit.
- Kheit! Você já chegou? - pergunto colocando uma mão na boca para abafar um  grito de felicidade.
- Ahhhhh!- grita Kheit  do outro lado da linha.- Oi amiga! Estou louca pra te encontrar. Ah, e sim ja cheguei.
- E como foi a viagem?
- Foi bem, só estou  um pouco cansativa. Mas agora vou tomar um banho pra recompor pra noite.
- Como assim? Oque você está tramando, Kheit?-
- Nada além de tomar umas cervejas juntas, Liz. Tenho tanta coisa pra te contar.- Dou um sorriso, só Kheit me chama por esse apelido.- A que horas passo para te buscar?- olho para o relógio no meu pulso, ainda são 2:55.
- Às 5:00. Não se atrase, hem!- Ela está  bem entusiasmada.
- Pode deixar. - rimos juntas. - Até logo.
- Até. - desligo o celular.
As horas vão passando sem que eu perceba. Termino de fazer uns orçamentos e levo até a sala da Senhora Jhones.
- Nossa empresa está tendo saldo positivo este ano.- ela está muito contente ao olhar os orçamentos. - Stefan, está fazendo um bom trabalho em arranjar novos clientes. E por falar nisso... .- ela me olha de relance. - Preciso que você vá até a sala dele e pegue uns documentos para eu assinar.
Assento com a cabeça, e vou me afastando, mas me lembro de algo.
- Aqueles relatórios que a senhora pediu para eu pegar ontem... .-ela abre um sorriso imenso, que eu não entendo. - Eu não os encontrei.
- Eu sei querida. - eu semiserro os olhos. Ela se levanta e anda até parar na minha frente. - Sabe, você e o Stefan. - ela pega minha mão. - Ficam bem juntos. Ele é  um ótimo rapaz. Torço para que vocês deem certo. - abro e fecho a boca umas duas vezes mas, não consigo dizer nada. Então o Stefan,  teve uma ajudinha.Isso me deixa um pouco frustada, vou ter uma conversa séria com ele. A Senhora Jhones, solta minha mão  e volta para sua mesa. Eu me viro e saio.
Desço para o terceiro andar. Nunca tinha estado aqui. Em vista do local em que trabalho, com pouca gente circulando, esse andar é muito mais movimentado, tem varias pessoas andando de um lado para outro, outras estão sentadas com olhar fixo no computador.
- Bom dia! Posso ajudar? - uma mulher elegante de cabelos castanhos na altura dos ombros e de olhos escuros,  vem ao meu encontro. Além de ser muito bonita, ela tem um modo de andar sensual que com certeza   chama a atenção por onde passa.
- Vim buscar uns documentos  sala do Stefan.
Em resposta ela me olha com um olhar. .. furioso, eu diria.
- O "Sr. Meraz ".- ela fala o sobrenome do  Stefan com um tom ácido. Uma de suas sobrancelhas se erguem. - Não me disse nada a respeito.
Mal conheço essa fulana  e o crima entre nos está esquentando.
- Pra sua informação eu estou aqui sob ordens da Senhora Jhones e ela  sabe a respeito.- encaramo-nos por um breve segundo. Ela se vira e aponta o dedo para uma única porta. Pela cara que ela faz tenho certeza que essa intriga ainda não acabou. Passo por ela e dou um sorriso provocante.
Abro a porta e entro, solta a maçaneta e a porta se fecha fazendo um barulho.
A sala é aconchegante. As paredes laterais são  em um tom cinza, enquanto a parede a minha  frente é de vidro, há uma mesa com duas cadeiras,  uma de cada lado. Do lado esquerdo da sala tem um sofá de canto com uma mesinha de centro. Vou até a frente da sala, por ser de vidro, posso ver um pouco da cidade de Seattle que hoje está chuvosa. Me sento na cadeira que supostamente pertence a ele, imagino-o sentada aqui trabalhando o dia todo, sozinho,  sempre sério, com aquele olhar que parece ver dentro de mim... queria que ele estivesse aqui.
Vasculho a mesa a procura dos  documentos  e acabo encontrando uma agenda de anotações, por um minuto penso dar uma bisbilhotada, mas isso me encomoda,ele nem vai ficar sabendo que você deu uma de agente secreto para saber de seus compromissos, grita meu inconsciente. Acabo pegando a agenda e folheando-a. Nossa! São tantas reuniões foras. Um papel colorido me chama a atenção no final da agenda, puxu-o, nele está escrito meu nome.
              Elizabeth
            Tel: 19-950114

- Como ele conseguiu meu número?-pergunto pra mim mesma. Ele tem acesso as fichas dos funcionários, você se esqueceu  que ele é praticamente o dono daqui? Responde meu inconsciente. Fico feliz em saber que ele vai me ligar, mas ao mesmo tempo me sinto insegura, não sei como as coisas vão continuar entre nós, só o tempo vai poder me dizer.
Encontro a  pasta com os documentos, pego-a e saio.
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- Senti tanta  a sua falta. - digo enquanto dou um abraço apertado em Kheit. Estamos do lado de fora da agência.
- Eu também estava morrendo de saudades.- Kheit, segura minha mão e me puxa, saimos correndo em direção ao carro.- Vamos, temos muitas fofocas para colocarmos em dias.
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- Liz, minhas férias foram maravilhosas. Conheci muita gente nova, afinal eu saia quase todos os dias.- Kheit, solta  uma risada. Estamos num bar próximo a minha casa.- Também comprei muita roupa, cada uma mais linda que a outra, ah! Trouxe um presente pra você, acho que você vai amar, mas deixei em casa.
- Adoro presentes!- exclamo. - E como estão seus pais?
- Estão ótimos, lhe mandaram um abraço.
- Obrigada.
- E você? Oque andou fazendo na minha ausência?
- Quase nada.- bebo um pouco da minha cerveja. - Sem você por perto Kheit, meus dias ficam chatos.-faço biquinho.
- Não é pra tanto,  né? - Kheit abre um sorriso e me dá um soco no braço.
- Ai! Isso doi.
Kheit quer saber todas as novidades.
- Liz, já vi que a sua vida pessoal continua parada e com "casas de aranhas" - Rio com a sua expressão- Mas e no  trabalho? Vc não me disse exatamente em que trabalha.
- Ah Kheit,  inicialmente,  a Sra Jhones me contratou como sua secretária particular.  Mas como você sabe,  eu me formei em contabilidade- Isso me faz  sorrir. Kheit sempre me achou maluca por querer mexer com números, continuo- A Senhora Jhones me deu o serviço extra de cuidar da área financeira da empresa.
- Nossa!  Liz, eu sempre soube que você iria arrasar- Kheit diz com uma voz super orgulhosa- E trabalhar na área financeira?  Que maravilhoso!  Você participa de reuniões?
- Participo sim. Eu basicamente calculo os gastos e lucros da empresa, e quando há reuniões eu monto uma planilha para mostrar aos investidores como anda a empresa.
Depois de alguns segundos em silêncio,  ouço Kheit fingir um ronco, dou uma gargalhada.
- Por favor,  Liz! Não me faça ir direto para casa de tanto sono-
Depois disso, nossa conversa flui naturalmente. .
- Conheci... .- não quero falar do Stefan, tenho medo de me apegar de mais a ele e no fim acontecer o mesmo de sempre comigo. Limpo a garganta e continuo. - Umas garotas, elas são bem legais, você tem que conhece-las. Podiamos sair juntas qualquer dia desses, oq acha?
- Por mim tudo bem. Oque acha de mais uma rodada de cerveja?
- Com certeza, afinal, temos que comemorar a sua chegada.- Kheit,  sorrir e faz sinal para o garçom.
Ficamos ali por muito tempo conversando. Kheit, me conta que se envolveu com um cara, mas os dois não deram certo. Segundo ela, ele era muito arrogante.
- Acho melhor nos irmos embora, tenho muito trabalho amanhã.-digo olhando o relógio.- Nossa! Já está tarde.
- Sempre perdemos  a noção do tempo quando estamos juntas.-diz Kheit,  ao se levantar.
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Me jogo na cama depois de tomar um banho bem quente. O dia foi cheio e cansativo por isso tenho que dormi logo. Estou preste a pegar no sono quando escuto meu celular tocando. Me levanto depressa e corro até a sala, mas quando chego Kheit, já está atendendo.
- Alô.
Fico de frente para ela e faço sinal para me passar o celular, mas ela me ignora.
- Não. Aqui é a Kheit, amiga dela. Com quem eu falo?
Acho que sei quem está do outro lado da linha.Tento tomar o celular de sua mão. Mas Kheit, me empurra.
- Hum... Stefan.- Kheit, semicerra os olhos para mim. - Vou passar pra ela. -tomo o celular de sua mão, me sento no sofá e cruzo as pernas.
- Oi.- digo.
- Oi.- meu corpo se arrepia ao ouvir sua voz. Como um simples "OI" pode causar isso em mim?- Acordada a essa hora?
Respiro fundo antes de responder.
- Você também está acordado, Stefan.
- É verdade.- ouço o son do sua risada e acabo rindo também.
Só agora percebo que Kheit, está sentada na minha frente prestando atenção na conversa. Jogo uma almofada em cima dela mas, ela se defende com as mãos.
- Você aceita jantar comigo no sábado ?- fico em silêncio por um instante, pensando nos acontecimentos que já me ocorreram. Olho para Kheit, e lembro-me do que ela sempre me diz. "Você precisa esquecer o passado e dar novas chances para si mesma "
- Sim. Eu. Topo.- tento controlar a emoção em minha voz.
- Eu te pego às 8:00.
- Está. Bem.- ficamos em silêncio.
- Infelismente tenho que desligar agora. - ele fala devagar.-Se cuide.
- Você também.- mordo o lábio inferior.
- Tchau. -ele diz. Escuto levemente o son da sua respiração.
- Tchau. - desligo o celular.
Kheit, está me encarando de boca aberta.
- Oque você andou aprontando, mocinha?
Passo as mãos pelos cabelos. Já vi que vai ser uma longa noite.