Podia ser real...

capítulo 3

Seu carro é um Audi SUV de cor preta, os vidros estão fechados fazendo que eu  possa sentir ainda mais o cheiro dele, um cheiro delicioso.
- Me fale de você. -Stefan fala afastando o silêncio.
- Moro sozinha, vim pra Seattle faz um bom tempo, terminei a faculdade de contabilidade o ano passado.- o mais importante que aconteceu em minha vida foi isso. Não tenho muito em que falar.
- Eu quero saber de tudo- diz ele olhando pra mim com uma expressão séria. Fico de boca aberta, a gente mal se conhece e já quer saber de tudo da minha vida.- Quero saber da sua família -continua - Oque fez quando chegou aqui?-ok, vou te contar tudo.
- Somos em cinco pessoas,  meus pais Paulo e Helena moram sozinhos em Washington,  meus irmãos Pedro e Clara estão em Forks, eles são socios de uma loja de material de construção... Por que você quer saber de tudo, Stefan? - ele desacelera o carro e olha bem no fundo de meus olhos.
- Por que estou interesado em você,e... se eu posso fazer parte de sua vida.- ele foi tão direto ao ponto que eu não sei oque dizer, só tenho vontade  de sentar em seu colo passar as  mãos em seu cabelo e sentir o gosto de sua boca. Me enrubesco com a ideia. Ele volta a olhar pra frente e acelera o carro novamente.
- Quando vim pra Seattle - digo olhando as paisagens pela janela- Fiquei um ano sem estudar tentando ageitar minha vida, fiquei uns tempo trabalhando numa farmácia mais não deu muito certo - dou uma pausa lembrando -me do que aconteceu na farmácia - O dono queria que eu fosse pra ele mais que uma assistente...sai de lá  correndo e chorando desesperada, sem emprego sem grana pra pagar a faculdade e ainda por cima sozinha sem saber oque fazer. Até que conheci Kheit, meu anjo da guarda- começo a sorrir - Ela me arrumou um serviço numa lanchonete e fiquei até terminar a faculdade. É isso... o resto você ja sabe.- olho em sua direção, ele está chocado com oque acabei de falar.
-Sinto muito pelo oque aconteceu na farmácia.
- Tudo bem, já passou.
Ele encosta o carro em frente a  minha casa.
- Então é aqui que você mora?
- É. Mais as vezes passo a maior parte do tempo na casa de Kheit, ou ela na minha. Ela quis que eu fosse morar com ela, mais, sabe... ter um pouco de privacidade é bom. - digo sorrindo.
- Você e Kheit parecem se dar muito bem.
- Sim. Ela as vezes passa do limite, se eu te contar cada coisa que ela já fez eu fazer- começo a rir-  Você nem iria acreditar.
Quando olho pra ele percebo que está sorrindo, mas não do que acabei de falar, reparo que seus olhos revelam uma admiração, isso me intriga.
- O que foi?- pergunto
Ele demora um pouco para responder, acho que está escolhendo as palavras.
- Alguém...- ele vai se aproximando- ...Já disse que seu sorriso é lindo?
Sinto seu hálito sabor menta, sua boca está muito próxima da minha, trinco os dentes tentando  lutar contra o desejo incontrolável  de beija-lo. Ele vai se aproximando, ele vai me beijar! !!! Começo a fechar os olhos na expectativa.É quando o seu celular começar  a tocar, droga. Ele se afasta e pega o celular no bolso esquerdo da calça, quando ver o número seu corpo fica rígido, sua expressão é de raiva,e logo aperta o botão de encerrar a chamada.
Ele não parece mais aquele cara de poucos segundos atrás, está  mais frio, o telefonema  acabou com o  clima.
- Você não quer entrar?-pergunto meio sem graça.
Ele demora me responder, acho até  que não me escutou.
- Acho... Acho melhor não. - Ele responde olhando para frente, parece estar evitando o meu olhar.
- Tudo bem- Respondo já saindo do carro. Minha voz soa rouca, mas ele não deve ter notado.
Aperto o passo, quando me aproximo dos degraus, escuto Stefan acelerando o carro, saindo  em alta velocidade. Será  que fiz algo errado? Quem era no telefone? Quero afastar  esses pensamentos, Stefan foi rude comigo isso me magoou. Fico parada em frente a porta, procuro as chaves na minha bolsa, encontro  elas e enquanto  estou abrindo a porta alguém  me grita.
- Elizabeth! - por um segundo penso ser Stefan, mas a voz é  feminina.
Me viro e vejo Sara correndo  como uma doida, enquanto atravessa a rua.
- Sara? Como você chegou aqui?
Ela chega e me abraça. E diz sorrindo:
- Vim te ver. Amanhã eu viajo e quero me despedir  de você.
- Fico feliz que você veio. Vamos entrar.
Estamos sentadas no  sofá tomando um suco de laranja.
- Me conta, como foi seu primeiro dia de serviço? - pergunta Sara empolgada.
- Foi muito bom. - dou uma pausa- Fiz tantas contas que guando fecho os olhos só vejo números.- nois duas rimos juntas.
- Com tempo você vai se acostumar. - diz entrando na brincadeira.
Sara me conta mais  de sua família, conta causos engraçados que aconteceu com ela guando trabalhava na agência. Falo um pouco também de mim. E assim passamos horas e horas conversando.
-Elizabeth,tenho que ir, amanhã preciso levantar cedo para viajar.
- Apareça mais fezes, vou sentir  sua falta- digo fazendo beicinho.
- Quero que você também  vá me visitar.- diz  me abraçando, levo ela até a porta. - Até mais.
-Boa viagem.- falo olhando ela se distanciar.
Volto pra dentro tomo um bom banho pra relaxar e me deito.
Acordo de manhã, tomo meu café e vou para o serviço. Dentro do taxi fico relembrando do que aconteceu com o Stefan e eu, não entendo por que ele me tratou daquela maneira, se ele vim me procurar vou dizer tudo oque penso e como me sinto em relação a isso.
A agência está  bastante movimentada hoje, gente entrando e saindo ao mesmo tempo. Entro e acabo me esbarrando  com força numa  jovem que parecia estar perdida.
-Ai me desculpa.- digo tentando ajuda-lá a pegar a bolsa no chão.
- Eu que peço desculpa. Estou um pouco perdida, será que você poderia  me ajudar?- ela me pergunta já me estendendo a mão - Meu nome é  Jessica, prazer.
- Oi, sou Elizabeth. Mais me diga, oque você estar precisando.
- Fui transferida pra essa agência para trabalhar na área da publicidade- ela dá um risadinha. - Venha comigo, vou te ajudar.
Vamos na direção da recepcionista. Ela nos enforma que Jessica deverá ir para o terceiro andar. Vamos para o elevador, guando entro e viro, vejo Stefan. Ele estar com um olhar perdido virando a cabeça de um lado para outro a procura de algo. Até que  seu olhar encontra o meu. Ele parece estar um pouco pensativo, respira fundo e vem em minha direção. Não quero conversar com ele...não aqui. Então rapidamente aperto o botão e as portas vão se fechando.
- Você trabalha aqui a muito tempo? - pergunta Jessica se olhando no espelho embasado do elevador para ageitar os cabelos.
- Não. Também comecei essa semana.
-Que bom. Então não sou a unica recém - chegada no momento.
- Também fiquei um pouco perdida quando cheguei.- digo entre meio um sorriso. Estou aliviada que ela não tenha notado o acontecido.

Atravesso as porta de vidro da lanchonete, estou no meu horário de almoço.  Ao entrar sinto uma eletricidade percorrer meu corpo, meu coração está batendo mais forte ao ver Stefan sentado sozinho a mesa que nos sentamos no dia anterior, sei que ele espera que eu me sente com ele, mais não quero dar o braço a torcer.
Olho em outra direção e vejo Jessica acenando para mim. Vou até o seu encontro sem olhar pra trás.
-Senta aqui com a gente. -Jessica está sentada com uma ruiva de cabelos curto chamada Laís. Conversamos muito. Laís trabalha aqui a muito tempo.
- Posso te fazer uma pergunta pessoal?- Laís me pergunta ao terminar de tomar seu suco.
- Pode, mas não prometo se vou responder. -digo fazendo graça para elas.
- Você e o Stefan estão meios... que juntos?
Fico em silêncio por um instante. Como ela percebeu que existe algo entre ele e eu?
- Não, não existe nada entre nois.- tento agir naturalmente.- Por que você acha isso?
Laís  olha por cima de meus ombros e depois me encara.
- Por que ele não para de olhar para você.
Fico sem graça.
-Deve ser só empreção sua.
- Não é não- ela diz dando uma piscada de olho para Jessica. E nois três começamos a rir.
Levantamos para voltar ao trabalho, saio sem dar a mínima para o Stefan.
Foi bom conhecer Laís e Jessica. Ando muito sozinha sem Kheit, espero que ela volte logo.
O dia é longo e cheio.
-Até amanhã Elizabeth.-Senhora Jhones fala ao passar por mim para ir embora.
-Até mais.-termino de organizar alguns documentos e saio em seguida.
Saindo da agência meu celular toca, é a senhora Jhones pedindo que eu volte a sua sala para pegar alguns relatórios. Acho
estranho,pois,  ela não me disse nada enguanto saia.
Entro na sala e procuro os relatórios sobre à mesa, mais não os encontro. Percebo com o canto do olho um movimento,  quando vejo, ele está encostado na porta fechada , com os braços cruzados. Sua expressão e fria e ao mesmo tempo preocupada. Meu coração dispara.