O dia finalmente nasce, acordo me espreguiçando de um lado para o outro e quando me deparo meu priminho já desceu para tomar o café da manhã. Percebo o quanto estou atrasada para o café da manhã, visto qualquer roupa e desço as escadas correndo.
Do ultimo degrau escuto varias risadas, vou de ponta de pé até a cozinha para ver o que estava acontecendo e quando entro na cozinha, lá está a minha mãe. Ao me ver na porta me recebe com um lindo sorriso. Ela corre para me dar um abraço apertado enquanto a família inteira olhava para nós com os olhos brilhando. Bom eu não entendi muito aquele sentimentalismo todo até que minha tia Patrícia fala em bom tom ‘’- Você não vai dar a notícia a ela?’’. Minha mãe abriu um sorriso e baixinho falou ‘’- Clarice, eu estou grávida de seu pai’’.
Naquele momento meu mundo parou, não sentia mais o chão, o ar sumiu. Eu não estava acreditando, como poderia ter acontecido? Faz meses que papai morreu e como ela pode estar grávida agora? Essa história esta muito mal contada.
Todos festejavam, enquanto apenas sorri, não sabia o que falar, muito menos como reagir a uma noticias dessas a única coisa que fiz foi dar um abraço nela. Peguei uma maçã e subi para o quarto. No ultimo degrau da escada era possível ouvir eles comentando sobre a minha maneira de reagir e muitos até acharam que não havia gostado da noticia. Mas eu não me importava, o que realmente importava naquele momento era saber direito dessa gravidez. Precisava sair pra dar uma volta, espairecer a mente.
Coloquei um vestido vermelho de rendas que havia comprado, peguei um livro e meu Ipod e sai para dar uma volta. Desci as escadas e passei direto para a rua enquanto todos colocaram as cabeças na porta para ver para onde ia.
Quando pisei na calçada um carro de mudança para na casa do lado, acho que era os novos vizinhos. Mas quando percebo, mal posso acreditar no que estou vendo. Meu novo vizinho era o garoto que eu derrubei os livros no shopping, não podia ser. Um ódio completo brota em mim quando vejo ele sair do carro e sorrir para mim. Simplesmente coloco meus fones e saio para um lugar bem longe
Meus pensamentos estava uma completa bagunça, primeiro esse menino, depois o homem do restaurante, depois aquele sonho esquisito e agora a tal gravidez da minha mãe. Alguma coisa ‘’subliminar’’ estava acontecendo com algum propósito. Mas qual era o tal propósito? Eu precisava conversar com alguém com que me fizesse me sentir confortável e segura, e que não me acharia uma louca falando sobre aqueles assuntos.
Até que nos embalos das ondas de pensamentos me lembrei que minha tia é espírita e que talvez ela soubesse me explicar o que estava acontecendo. E acho que era aquilo que teria que fazer.
Vou caminhando de volta para casa, decidida a conversar com a minha tia e tentar descobrir qual seria o propósito daquelas coisas. Espero não dar de cara com aquele ‘’novo vizinho’’ quando chegar em casa.
