Capítulo 5 - A música alta.

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Escuto um barulho nas escadas e...

Carlos aparece descendo o último degrau, e me encarando.

-Você ainda está aqui? -Ele pergunta surpreso, mas não grosseiramente.

-Não, estou lá em casa, já. Lógico que estou aqui, não está me vendo? -Reviro os olhos e Gustavo se aproxima.

-Não deixei ela ir. -Gustavo fala encarando Carlos e me alcançando a água.

-Porque? -Ele levanta uma sobrancelha o encarando fixamente.

-Porque ela não merece o que VOCÊ faz com ela Carlos, não merece! -Ele fala alterando o tom de voz, e destacando a palavra "você".

Olho para Gustavo, que ainda está encarando Carlos.

-É melhor eu ir... não quero causar problemas. -Falo pegando minha bolsa e largando o copo d'água depois de bebê-la, mas sinto uma mão segurar a minha.

-Fica. Por favor. -Reconheço a voz.

-Porque Carlos? Pra você me obrigar a transar com você? -Altero o tom de voz e solto nossas mãos.

-Não! Me desculpa! Por favor! Não vai mais acontecer! Eu te juro, pelo nosso amor, que é tudo de mais sagrado que eu tenho... -Ele fala em um tom tão bonito, e abaixa a cabeça.

-Vamos conversar com calma, lá em cima? -Digo pegando na sua mão, fazendo ele me olhar.

-Vamos... -Um sorriso invade seu rosto, mudando sua expressão de tristeza para uma felicidade pura.

Carlos subiu na frente e eu fui atrás dele. Pude ouvir Gustavo.

-Não acredito! Tudo o que ele faz para ela, e ela perdoa! Sempre!-Gustavo bufa.

Desco rapidamente sem que Carlos perceba e abraço Gustavo.

-Obrigada por tentar me ajudar, mas a partir de agora é comigo, e com ele. Ele vai ter que mudar, ou eu é que não vou mais aturar. -Sorrio. Um sorriso sincero, e grato.

-Se cuida... -Ele fala calmamente. Sorrio e o abraço novamente.

-Você também... -Respondo-o e subo correndo.

Entro no quarto e fecho a porta do mesmo.

-O que você tem a me dizer? -Pergunto sentando na cama, ao lado de Carlos que já se encontrava sentado.

-Já disse. Me desculpa. -Ele fala e novamente abaixa a cabeça.

-Você vai mudar? Ou pelo menos se esforçar pra isso? -Pergunto botando a mão em seu rosto.

-Sim! Claro que sim! Tudo o que eu mais quero é que você fique comigo, me ame... me perdoa, por favor... -Ele fala e me olha.

-Perdôo, claro que Perdôo. Mas você tem que mudar. Se não mudar, não vou mais aturar tudo o que você me fala. -Suspiro e o abraço.

-Fica aqui comigo, hoje? -Ele sorri e eu não tenho como dizer não.

-Ok. Só dormir. -Sorrio também e levanto da cama.

(...)

Neste momento Carlos está dormindo, e eu estou acordada, sem conseguir dormir.

Carlos está com um braço envolvendo minha barriga, estamos praticamente de conchinha.

Uma música alta, que não posso dizer que seja ruim, está me infernizando, e não consigo dormir.

Decido então, ir até a casa ao lado, a da música, pedir para o ser vivo baixar, ou de preferência desligar o som.

São 3:45 da madrugada.

Isso não é mais hora de estar tendo festinha.

Quer dizer, é sim...

Que seja, quero dormir.

Levanto, ainda estou com aquele moletom gigante, ele não é feio.

Foda-se, não vou ir pra agradar ninguém...

Tiro o braço de Carlos de volta de mim calmamente, para não acordá-lo.

Levanto da cama e a mesma range, fazendo Carlos se mexer.

Prendo meu cabelo em um coque soltinho e vou descalça mesmo.

Desco as escadas lentamente, para a mesma não fazer nenhum tipo de barulho.

Piso no último degrau e a luz se acende, me dando um tremendo susto.

-Buu! -Gustavo me dá o segundo susto.

-Porra! Eu vou te bater! Susto duplo é sacanagem! -Falo alto o suficiente para se entender como um sermão, mas baixo o suficiente para não acordar o Carlos, e dou um tapa de leve em seu ombro.

-Desculpa... -Ele sorri e segura minha cintura com as duas mãos, me levantando e me botando no chão, já que ainda faltava um degrau.

-Obrigada. -Sorrio e o olho.

-Onde estava indo? Quer beber alguma coisa? Esqueceu algo aqui em baixo? Estava entediante lá em cima? Está com fome? -Ele me faz milhões de perguntas me fazendo delirar.

-Não! Não quero nada! Só estava indo no vizinho do lado, pedir para baixar o volume porque não consigo dormir! -Falo e sorrio.

-Ata. Quer que eu vá com você? Vai que ele é um estuprador... -Ele brinca e da risada.

-Piada sem graça. Não precisa vir, não. Boa noite. -Sorrio e vou até a porta da casa.

-Qualquer coisa grita, é aqui do lado. -Ele fala alto o suficiente para que eu ouvisse, e baixo para que Carlos não acordasse.

-Taaa! Tchau. -Falo abrindo a porta e saindo.

Fecho a mesma e sigo em direção a porta do vizinho.

Bato na porta. Uma... duas... três vezes, e nada... talvez a música esteja realmente bem alta, a ponto de não me ouvirem bater.

Decido então tocar na campainha.

Uma... duas... três vezes...

Quando já estou para desistir, a música para, a porta se abre e...

*-*-*-*

Oiiiee!

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FlyKisses💋

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