O Diário Guia Do Viajante Do Tempo

Dia 28/12/1875

Caro diário, hoje eu descobri como os corredores desta mansão podem ser silenciosos logo pela manhã. Eu não consigo dormir, tenho tido pesadelos com meu pai e com Elizabeth.

Estou escrevendo isto às 3:25 da manhã. Elizabeth está dormindo, tenho passos leves, ela dorme como um anjo. Neste momento estou no meu escritório, descrevendo os meus sonhos em plena luz de velas.

Em meus sonhos, conheço um jovem garoto de cabelos castanhos. Neste sonho, Elizabeth é esfaqueada por este garoto, eu não consigo ver o rosto dele, nunca. No mesmo sonho, meu pai me visita, não utilizando o plano físico, mas sim, o plano astral. Ele me fala centenas de nomes, começando por Elizabeth, me diz datas e depois disto... eu acordo.

Estou tendo o mesmo sonho, todos os dias.

Seria isso um preságio?, O que significam esses nomes e datas?

Quem era o jovem garoto?

E o mais importante, por que é meu pai que me relata esta história?

Perguntas e mais perguntas... e praticamente nenhuma resposta e muito menos noites bem dormidas.

Ouso passos vindos do corredor.

A porta atrás de mim se abriu.
...
Era apenas uma de nossas empregadas, ela ouviu o rangido da porta do escritório e veio ver o que era. Eu lhe pedi para trazer mais uma vela e um pouco de comida.

Ela trouxe cookies, suco de maçã e a uma lamparina. Bem melhor que uma vela.
...
Com o cheiro dos cookies e com o barulho da cozinha, não demorou muito até Elizabeth acordar e vim ao meu encontro.

Ela me pegou desprevenido, me envolvendo com seus calorosos brasos e aproximando o seu rosto do meu pescoço. Ela beija o meu pescoço e me pergunta o que me aflige, lhe expliquei tudo.

Ela me olha com seriedade e depois de um longo silêncio, ela sorri e diz que está tudo bem, que não passou de um pesadelo sangrento e que não devo me preocupar.

Ela diz que não tem medo de presságios, pois está segura ao meu lado e diz que eu também estou seguro, pois ela também está lá para me ajudar.

No restante da noite, nós fomos até a sala, acendemos a lareira e nos deitamos no sofá. Está frio nesta véspera de ano-novo. Bebemos chocolate quente e comemos Fondue com Pães tostados, uvas e outros aperitivos. Foi a primeira noite em que Elizabeth e eu, não dormimos.