Eu cheguei a conclusão de que sou um vaso. Por favor me enche? De alegria ou outra sensação, qualquer outro sentimento sem noção ou cabimento. Me enche de lamento, de lamurias, dor, padecimento, ou me faz de alimento para passar os invernos hostis, e continuar farto. Eu queria estar farta, saciada, e bater meu garfos na mesa, afastar o prato e gritar "BASTA!", por que já tenho o suficiente, mas não tenho nada. E com o nada me conformo, até vir te pedir novamente para que me esvazie, para poder novamente me encher de vazio. Ou sou vaso além da incompetência? De servir apenas para decoração, até um dia ser apresentado por uma criança a um pedaço de chão e me ver novamente em decadência. E por mais que nem a mim, me agrade minha presença, peço que aguente só até que me despeça de tudo o que me foi importante. Depois. Foi assim que sem dizer nada, fui embora.