Engraçado que eu esteja escrevendo para retratar o impossível, porque por mais bonitas que as palavras sejam elas nunca seriam suficientes. Eu escrevo para mudar a vida das pessoas, quando eu nem tenho idéia do que fazer para mudar a minha. A gente acorda de manhã com a perspectiva brilhante de um novo dia, mas acaba colocando o dia todo no soneca, tirando um cochilo, e acordando como zumbis em uma manifestação para a baixa do preço do açaí, convenhamos que está um absurdo. Mas e o nosso preço? A maioria desistiu de valer alguma coisa, já que os nossos valores estão tão baixos no mercado. A gente vive esperando que alguma coisa aconteça, para arrancar os sorrisos a força, sem que esses sejam forçado, mas bonitos, tão bonitos. A nossa cidade está virando um buraco, onde a gente se esconde daqueles que não querem ver a esperança se espalhar, porque essa sim, é como uma peste, um verdadeiro perigo.
Nós poderíamos ser perigosos sabe? No bom sentido. No sentido de tentar incendiar a vida, para que ela acabasse renascendo e ganhassemos a experiência para transformar as cinzas num céu mais bonito, sem tantas daquelas sombras escuras que rodeiam as nossas cabeças a noite.
Acaba que o ceticismo vence, e toda a alegria vira idealismo, uma vez que entidades como o amor provavelmente já desistiram de nós e se aposentaram.(alguns torcem para que a morte para de persistir, e tire umas férias também).