Quando fui chuva

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E eu acordei para a vida depois de já estar acordada, e a sensação foi assustadora. O mundo é tão imenso e ele me engoliu enquanto eu estava perdida em minha bolha, e depois que essa estorou, acabei não dando conta de respirar. E revira meu estômago, aquelas tantas reviradas de olhos que eu nem chegava a olhar, depois de perceber, ou prestar atenção. Me sinto cega de amor, ou de dor, e mesmo sabendo que quero ajudar, a minha felicidade acaba sendo menos que chão do sofrimento de alguém. Então venho lavar minha alma nas palavras, para evaporar e depois me perder no céu. Porque se só sirvo para compaixão que pelo menos após experimentar a verdadeira paixão possa virar nuvem e chover na vida. Chover para crescer esperança e torcer para que alguém venha recolher as ervas daninhas, que tanto mal causaram que murcharam de tristeza.

Crônicas De Uma Bela EstranhezaOnde histórias criam vida. Descubra agora