"Wicked Games" 28. Capítulo

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TATE LANGDON:

Saí do quarto, fechando a porta.

Não podia descer para a sala no estado em que eu estava.

Olhei em volta daquela casa que continuava uma maravilhosa incógnita e meti-me no primeiro quarto com que me deparei e que por sinal estava vazio. Tranquei a porta e deixei-me escorregar por uma das paredes. Fiquei ali, sentado no chão frio, com os joelhos fletidos e com a cara tapada entre as mãos... Eu tinha prometido a mim próprio que isto não ia acontecer de novo. Eu prometi.

-Tu não és assim Tate, não te tentes convencer de algo que não és. Não passas de um louco que caiu neste mundo por erro.

Levantei os olhos e lá estava de novo. Eu queria que desaparecesse, mas sabia que mais tarde ou mais cedo ele iria aparecer.

-Por favor desaparece.... Desaparece caralho! - Berrei escondendo-me de novo com as lágrimas nos olhos.

-Eu? Desaparecer? –Riu-se ironicamente. – Como é que podes pedir para eu desaparecer? Eu sou tu. Eu sou o que tu tanto tentas reprimir Tate! Eu não desapareço simplesmente! Nem com as tuas drogas, nem com os teus cigarros, nem com os orfanatos, nem no escuro, nem que mudes de família. Eu vou estar sempre aqui Tate para te relembrar daquilo que tu és.

-Cala-te, por favor cala-te... Eu imploro que te cales. Por favor está calado. - Implorei entre lágrimas. Nada daquilo era verdade. Eu não era assim.

- Eu sinto os impulsos que tu tanto queres reprimir Tate... Eu sei exatamente o que tu queres fazer aquelas menina Tate. E verdade seja dita não é? Que corpo delicioso que ela tem..

-Cala a boca caralho! Eu não lhe vou fazer isso! Desaparece daqui!

-Tate, Tate, Tate... Vá lá tu sabes o que és. Eu sei exatamente aquilo que és. E tu nunca o vais deixar de ser. Nem com todos os tratamentos que estes ricaços de merda te possam dar. E sabes porque? Por que eu vou estar sempre aqui para te relembrar aquilo já foste e que já fizeste. Mas afinal.... Queres ser assim tão bonzinho para ela? Então, porque é que mentiste? Porque é que não lhe disseste a verdade sobre a tua vida? Tens medo que ela não goste do monstro que tu és?

-Eu não sou nenhum monstro... -Repeti baixinho para mim mesmo.

-És sim. Se não fosses, podias-lhe ter dito a verdade. Tu não vais resistir. Ela está demasiado à tua mercê para lhe resistires. Ou melhor... -Parou por alguns segundos rindo-se. - És demasiado fraco para lhe resistires. –Riu de novo às gargalhadas.

-Desaparece daqui! Eu não te quero ouvir. Vai embora! - Berrei descontrolado, olhando-o olhos nos olhos.

-Tu não prestas e mais tarde ou mais cedo tu não vais resistir mais. E aí sim, eu posso agir.

-Eu não vou deixar que lhe faças mal a ela... Não a ela. – Aproximei-me. –Desaparece.

-Eu vou Tate... Mas lembra-te: eu volto sempre.

Lentamente a sua imagem foi desaparecendo. Chorei desesperado. Não havia nada que pudesse fazer... Ele vai sempre star lá para me relembrar o que fui...

VIOLET

Estava sentada num dos sofás de couro branco, simplesmente a ver a festa decorrer. E esperei, esperei.... Esperei o que me pareceu uma eternidade até o ver descer as escadas. Levantei-me e fui até ele.

-O que é que se passou lá em cima? – Questionei

-Nada. –respondeu.

Não sorriu. Nem falou mais. Pura e simplesmente afastou-se de mim e foi para junto do irmão. Esse, por outro lado estava contagiantemente alegre, com as faces rosadinhas e os olhos brilhantes a correr de um lado para outro. Mal reparou em Tate, correu para o seu colo a sorrir e a falar (embora não conseguisse entender sequer o que dizia). Mas nem assim ele sorria...

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Meninas peço imensa desculpa pela demora mas tenho andado super ocupada com a escola. Espero que me possam perdoar e prometo que próximo capítulo será enorme para compensar o meu desaparecimento. 

Já agora, peque o desafio: que palpites é que têm em relação ao problema do Tate? O que é que será aquela voz?

Um grande beijinho e até uma próxima. 

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