Eu estava a apenas algumas horas de distância do meu destino e não podia deixar de me perguntar o que a vida seria a partir de agora. Eu estava prestes a passar um ano inteiro longe de minha família e amigos, em um país e cultura diferentes. Eu não conhecia ninguém lá além das pessoas do grupo e eu não sabia o que esperar. De fato eu estava ansiando por uma mudança na minha vida. Você sabe aquele sentimento que você tem quando está preso em um lugar, e nada parece excitá-lo mais? Isso é o que eu estava sentindo há muito tempo. A mesma cidade, as mesmas pessoas, a mesma rotina, a minha vida amorosa inexistente, aquele intercâmbio e as ideias do que poderia acontecer lá eram as únicas coisas que me mantinham sã naquele momento. Eu iria bem na faculdade? Eu iria me dar bem com meus amigos e fazer mais amigos? Eu seria capaz de viajar e ver novos lugares? Eu encontraria meu futuro namorado / namorada? Como será quando eu voltar para casa? O que eu faria quando eu não suportasse mais a saudade de casa? Todas essas perguntas estavam flutuando em minha mente junto com o medo e a emoção dessa nova vida à minha frente, mas acho que precisava de tudo isso. O medo, ansiedade, excitação e todos esses novos sentimentos, eu gosto de desafios e este seria o mais difícil até agora na minha vida. Talvez todos precisem disso em algum momento, talvez eles precisem desses sentimentos para empurrá-los através da vida.
O voo pousou em Miami para que pudéssemos passar pelo processo de imigração e depois prosseguir para nossos destinos finais. Eu sabia que as meninas estariam lá já que nossos vôos tinham um horário semelhante e todos eles fariam uma parada em Miami primeiro. Como sempre, eu tinha que fazer uma burrice e passar vergonha na frente de outras pessoas. Eles nos deram um questionário de imigração mas eu estava tão nervosa que marquei errado e o comissário não tinha um sobressalente pra me dar. Eu certamente não estava carregando mais de U$ 10.000 em dinheiro, por mais que eu gostaria que isso fosse verdade. A fila pra imigração estava gigantesca, mas não tinha o que fazer além de esperar, e tentar fazer o wifi funcionar mas não tava dando muito certo. Vi Ally e Dinah a poucos metros de distância. Ambas pareciam cansadas e entediadas, mas eu tinha que falar com elas, eu não ia deixar minha timidez e habilidades sociais desajeitadas me impedirem de falar com minhas amigas.
"Oi," eu disse da maneira mais desajeitada que eu consegui. Ótimo Camila, apenas ótimo, você tem a capacidade de estragar um simples 'oi'.
"Heyyy, é tão bom te encontrar finalmente," Ally disse e me engoliu em um abraço.
''Olá,'' Foi a vez da Dinah me abraçar.
"Então, como foi o vôo, onde estão os outros?," Eu tentei o meu melhor para parecer uma pessoa normal.
"Nós ainda não os vimos, talvez já tenham passado pela imigração," Dinah disse. Os outros três estavam no mesmo vôo, enquanto Gil estava vindo sozinho.
"Bem, eu espero que a gente se encontre. Ei gente, vocês sabem onde eu posso conseguir outro desse?,'' Eu disse tentando não me envergonhar mais com a situação do questionário.
''Sim, você pode pegar outro ali,'' Eu não tenho que dizer que eu estraguei tudo de novo e tive que pegar mais um, eu tinha certeza que as meninas se lembrariam desse episódio pelo resto do ano.
Conversamos um pouco pelo período que estávamos lá esperando os nossos próximos vôos. A gente nunca encontrou os outros pelo caminho, mas em apenas algumas horas nós todos estaríamos juntos de qualquer maneira. Dinah e Ally eram tão legais quanto pareciam ser pela internet. Na verdade, eu sempre pensei que Dinah seria uma daquelas garotas que pensam que são melhores do que todos os outros, deve ser por causa da cara de antipática dela e o fato de que ela raramente dizia alguma coisa quando estávamos tendo conversas no grupo, mas o tempo provaria que eu tava muito errada.
Meu último vôo finalmente estava no solo e esse era o último passo. Não dava pra voltar agora, não importava o medo queimando dentro de mim não me levaria de volta pra minha zona de conforto. Eu devia encontrar minha conselheira no setor de bagagem. Ela iria me levar para encontrar os outros pra almoçar, uma vez que eles iriam desembarcar em um aeroporto diferente. Isso estava prestes a ser meu primeiro desafio dentro do maior desafio que era o intercâmbio. Ela não estava lá e meu celular não funcionava. Sem internet, sem sinal, sem grupo, sem mãe, nada. Caminhei, caminhei e esperei que ela aparecesse, mas ela não apareceu.
"Merda," eu murmurei pra mim mesma.
Eu também não tinha nenhuma moeda. Então, eu tive a ideia brilhante de atravessar o aeroporto para comprar uma batata de $0,99 com uma nota de US $ 20 pra que eu pudesse conseguir moedas de vinte e cinco centavos como 'trôco' pra que eu pudesse tentar ligar, ou talvez ligar pra casa pra avisar minha família que eu estava viva. Depois de todo o sacrifício de transportar minha bagagem pelo aeroporto, e tão assustada quanto alguém poderia estar, eu vi uma senhora no telefone com uma placa laranja em suas mãos no setor de bagagem. Essa tinha que ser ela. Aproximei-me com um sorriso tímido e ela se virou para mim.
"Camila?"
"Sim, você é Lori?"
"Sim," ela terminou a ligação e me deu um abraço.
"Como você está, como foi seu vôo?"
"Estou bem, estou cansada da viagem. Eu pensei que você não viria mais, eu acabei de subir pra pegar algumas moedas e tentar te ligar ''
''Sim, eu fiquei preso no trânsito ''
"Estou feliz por você estar aqui agora"
''A gente deveria ir, o resto do grupo está esperando por nós ''
Lori parecia ser uma pessoa legal, e se não fosse pelo menos ela estava tentando fazer seu trabalho bem.Eu lembro das nossas conversas no grupo sobre como seria ótimo se Lori fosse uma boa pessoa e um boa profissional, a gente ia precisar de toda ajuda que pudéssemos conseguir pra se acostumar com essa nova vida. O caminho até o restaurante foi um pouco estranho. Eu era a única a ir sozinha enquanto os outros teriam companhia um do outro o tempo todo. Lori tentava conversar sobre a universidade e a vida naquela cidadezinha, e o quão maravilhoso era seu chefe, e eu só queria ver as meninas de novo e deixar minha mãe saber que tudo estava bem, até porque era uma viagem de dezesseis horas sem qualquer contato. Quase quarenta minutos depois, estávamos estacionando a van no nosso destino.
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From Afar (Camren) - Português
Fanfic"Esse beijo era mais importante do que ela pensava. Não era perfeito, nem mesmo romântico, mas era a primeira vez que beijei uma garota, e aquela garota era nada menos que Lauren Jauregui. A Lauren que eu cuidei quando ela estava doente. A garota qu...