Depois daquela noite, começamos a passar mais tempo juntos, a sair mais, ir a mais festas de amigos, cinemas, teatros, restaurantes... Meus pais estavam encantados com o quão bem nós dois estávamos nos dando, o que os deixavam mais tranquilos, já que a vida social de Felipe não sofreu nenhum impacto com a súbita mudança que ele precisou fazer. O único porém, no entanto, era que ele nunca aparecia com uma namorada ou ficante, mas até aí... Gabriela era menos participativa, por causa do namorado, mas, vez ou outra, saía com a gente, o que, para Felipe e eu, era ótimo, pois dava a impressão de que os irmãos estavam sempre juntos.
As coisas se mantiveram nessa toada até que completei 14 anos. Para nos fazer uma surpresa, nossos pais nos deram de presente uma viagem para Disney. No entanto, a condição era que Felipe, o irmão mais velho e responsável, agora com 18 anos, nos acompanhasse. Apesar de achar um saco a ideia de ver o Mickey pela enésima vez na vida, Felipe adorou o fato de, finalmente, ele e eu ficarmos a sós. Gabi, esperta como sempre, fez o possível e o impossível para convencer Bruno (que ficou encarregado de convencer seus pais) a ir junto – o que deu certo, para a felicidade de todos os envolvidos.
Nossos pais haviam reservados dois quartos, sendo um para mim e minha irmã e outro para Felipe, que ficaria com Bruno. É claro que, na hora, algumas mudanças foram feitas, sob o pretexto de deixar Gabi e Bruno aproveitarem o momento deles. "A única condição é que vocês se comportem", advertiu Lipe, como se, de fato, se importasse com a vida sexual da irmã.
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Laços de família
RomanceTodo mundo sonha com um grande amor. Mas o que fazer quando ele acontece de um jeito nada convencional? Vale a pena enfrentar normas sociais para viver esse amor? E como lidar com a reação da família?