Quando temos uma perda, é comum ficarem tristes. Chorar. perguntar á você mesmo o motivo do querido ter sido levado eternamente. Mas há algo que algumas pessoas nunca perceberam. É que muitas destas pessoas, fingem. atuam. como se,realmente tenham sentido. Como se conhecessem o exterior e o interior do falecido.
No de Augusto não havia sido diferente e Amy certamente sabia os que estavam, e não estavam realmente tristes. Na frente da grande mansão Seant, uma coroa de flores brancas tinha sido colocadas na entrada. Homens e mulheres saíam e entravam pela entrada. Ambos vestidos de preto. Alguns deles tinham os olhos avermelhados,mostravam o quanto foram seus prantos. quanto tempo passaram desesperados ao receber a notícia do falecimento.
E isto trazia culpa á Amy.
Ela tinha consciência que fora culpada da morte sobrenatural do seu falecido namorado,mas também sabia o quanto tentou evita-lo. Protegê-lo. Mas havia grande dificuldade. Augusto sempre mandavam buquês de rosas,caixas de chocolate com pedidos de namoro. E Amy sempre rejeitara e pedia desculpas. O que ele fazia era um risco para a própria vida. Mas ele continuava,atormentando-a com a culpa em seu coração de alguém morrer por ama-la. Se é que ele a-amava.
Júlia muitas vezes dizia o fato de tantos garotos desejarem-nas,uma Sereia ou Tritão nasciam para isto,atrair, seus corpos sempre eram desenhados como a obra divina,perfeitamente estruturais,a combinação perfeita de seus olhos com seus cabelos,tudo isto como uma armadilha fatal.
Júlia e Amy subiam as escadas. Mal Amy tinha saído do interrogatório e já devia ir ao velório de Augusto. Ela se mantia firme caminhando sobre o salto alto, mas por dentro, estava insegura e destruída,ela sofria pela segunda vítima da maldição,e era sua maldição que a-mantia congelada. Sempre de cabeça acima e firme como uma estátua magnífica. Quando enfim subiram todos os degraus brancos. Uma garota loira com o rosto entre as mãos,debruçada entre o pequeno grupo de pessoas ao seu redor. Amy engoliu em seco e olhou para Júlia, que assentiu com a cabeça, do mesmo modo que fizera antes do interrogatório- Eu vou entrar.
Disse Júlia deixando Amy imóvel próxima á garota que agora,mantia-se sentada num dos degraus. Ela chorava entre soluços. Amy respirou fundo e se aproximou. Ouvia os conselhos e palavras de consolo que os outros diziam. Amy atravessou o círculo de pessoas e olhou para a menina que tinha mais ou menos quatorze anos
- Laura? - Perguntou Amélia. A garota levantou os olhos que estavam secos e vermelhos e puxou-a pelo braço,prendendo Amy num grande abraço. As lágrimas molhavam o vestido preto, mas ela não se importava
- Não fique assim Laura.Laura era a irmã caçula de Augusto. Tinha grande afeto por Amy á ponto de considerar-la uma irmã. Depois de alguns minutos abraçadas enquanto o círculo de pessoas apenas observavam, Laura se sentou novamente
- Ele está lá dentro - disse Laura diminuindo as lágrimas - Você irá vê-lo, não é?
Amy assentiu com a cabeça. Despediu-se da garota e entrou na sala central. Obviamente estava cheia. prefeitos e pessoas de outros cargos se juntaram a Jeffrey, pai de Augusto. O homem estava sentado numa cadeira ao longe,com o rosto entre as mãos. E então,num susto,Amy foi puxada pela senhora de olhos verdes e chapéu negro,ela estava pálida e como todos que choraram antes do velório estavam. Ambos com os olhos avermelhados. A mulher entrelaçou os braços envolto a Amy quase deixando-a sem ar
- Amélia - A mulher susurrou, a voz rouca e trêmula - Gus morreu, meu filho!
- Ele era meu namorado - disse Amy pensativa, a voz triste - Eu o-amava.
Era a mais pura verdade. Amy o-amava, mas ela também não iria sofrer pelas consequências que ele mesmo tinha causado. As pessoas são teimosas,inquietas pela curiosidade,então como chamas, elas se queimam e reclamam, como se a culpa fosse de qualquer ser á não ser ela. Júlia, sua mãe sempre dissera uma coisa
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Tempestade
RomanceÉ possível viver sem amor? Era isto que Amélia Richard tentava saber. Nada mudou sua vida, ela havia nascido assim,a maldição corria pelas suas veias por culpa de sua bisavó. Agora,depois da morte de seu segundo namorado, ela deverá ir para um col...