Capítulo 4 - Despedidas

110 16 10
                                    

   Despedidas. O que significa Despedidas? Muitas pessoas odeiam ouvir esta palavra simples que esconde milhões de significados. A maioria deles é a tristeza.  perda. afastamento das pessoas e entre outros sinônimos.  Mas para Amy, era bem diferente do que as pessoas imaginavam.  Para ela, o fato é que, despedir-se pode ser algo ruim. Mas também bom.
 É uma oportunidade de renovar sua vida.  Conhecer novas pessoas e principalmente, não cometer os mesmos erros.

Passaram-se alguns dias e o caso de Augusto ainda era o fato mais comentado pela cidade.  Alguns diziam que cometera um suicídio, mas Amy sabia que para isso,existiria uma faca atravessando seu estômago, empunhalada pelas costas,o que certamente é impossível. Outros diziam que ele fora assassinato, mas quem poderia ser o assassino? Amélia Richard sabia quem fora o assassino, as águas-mortais.  Suas infelizes companheiras, que apenas apareciam para terminar com a felicidade de Amy.  Forçando-a passar dias em sua casa,saindo apenas com vestes pretas como a escuridão.  A tristeza. Isto era algo que ela não entendia. Pois talvez, a cor preta possa significar alegria e muitas destas pessoas estejam sendo enganadas.

 O céu azul era coberto pelo crepúsculo em tons vermelhos e amarelos. Faltavam poucos minutos para o anoitecer. O carro de sua mãe posicionado em frente á casa. Dividindo os prédios altos e radiantes da floresta escura e tenebrosa.  Apenas em olhar, Amy sentia calafrios, aquele lugar era assustador e sombrio

- Venha Amy - Exclamou Júlia pegando uma das malas que seria a bagagem de Amy.  Ela tinha colocado algumas roupas,livros que costumava ler em momentos inoportunos e suas preferidas  guloseimas - Suas malas estão pesadas.  Não vou aguentar.

Amy apressou-se a ajudá-la, pegou na lateral e empurrou ao fundo do porta-malas

- Eu vou sentir saudades daqui.- Disse ela olhando ao redor.  Fazia pouco tempo que passara ali. Hipótese de um ano desde que o outro pretendente de Amy fora levado pelas águas. Quando o garoto mais arrogante e ambicioso derreteu-se por ela -Apesar de trazer tristezas.- Amy pensou numa hipótese
- Mas e se...

- Eu sei o que você quer dizer com isto -
disse Júlia fechando o porta-malas com esforço.  Ela era mãe.  Ela sabia quase tudo sobre Amy. O que a-alegrava.  O que a-entristecia.  Tudo fazia parte do dicionário mental chamado - Amélia Richard, conheça sua filha - e por esta mesma causa, ela rejeitou a proposta da filha
- Você já está crescida, não poderei acompanha-la para sempre.

Júlia estava certa. Amy sabia disto. Sua mãe poderia viver milhões de anos, contando que não fosse morta por outra pessoa. Mas nem por isso deveria acompanha-la por toda a vida, Amy já tinha uma certa idade que deveria mostrar responsabilidade e arcar as próprias consequências.  

 O caminho fora longo e silencioso. Amy não ousava dizer uma palavra seguer,tinha a cabeça inclinada para o vidro do carro,observando a paisagem mudar cada vez mais em que chegavam ao colégio elogiado pela melhor amiga,que certamente estava ansiosa pela chegada.

  Portões enferrujados cresciam em frente ao enorme campo. De longe,Amy podia ver o chafariz com a estátua de um homem alto e robusto,era assustador. Mas o que ela estranhou foi o fato de nenhuma gota d'água seguer cair,não havia líquido algum, apenas a fonte de pedra que talvez, apenas servisse como decoração

- Você quer que eu te acompanhe? - Perguntou Júlia abrindo o porta-malas, Amy queria que Júlia entrasse com ela.  Certamente iriam pensar que ela era uma das alunas. A juventude é uma das dádivas de ser uma sereia,ela morreria com a mesma aparência

- Não precisa.

Disse Amy abrupta, ela sabia o quão esforço Júlia fazia para ser uma boa mãe e ela certamente estava cumprindo seus deveres maternos. Tenta de todos os modos, proteger e acolher a filha,sua única filha

- Amy? - Ela puxou a garota para um abraço quente e confortável,uma expressão de afeto dado por Júlia equivalia a felicidade eterna de Amy. Mas como tudo que é bom acaba,Júlia soltou os braços e pôs as mãos nos bolsos da calça preta - Você vai ficar bem?

- Sim.irei ficar bem.

Amy poderia estar ajoelhada aos pés da mãe suplicando para que a-levasse de volta para casa,mas seu - dna aquático - como ela costumava chamar, não permitia tais coisas.
 
A garota de olhos azuis levantou as duas malas com esforço. Soltou um pequeno suspiro disperso e deu uma última olhada na mãe, que mantia-se rígida,como uma guerreira

- Tchau mãe. - Amy pigarreiou
-Obrigada.

A mulher apenas assentiu com a cabeça e deu um pequeno sorriso forçado. A tristeza de ver sua filha longe de si impedia a sua felicidade. Amy assentiu em resposta.  Virou-se para frente, observando o grande casarão, era de uma cor cinzenta,com uma desfile de pedras bifurcando as moitas verdes. Janelas alastravam-se pelas paredes. O céu nublado como é comum na região,o clima tão sombrio e assustador que causavam arrepios em Amy.

  Ela subiu com dificuldade pelos degraus. As malas estavam pesadas demais. Foi então que ela chegou em frente á portaria e pôs as malas de lado. Ao lado tinha um pequeno botão onde ela apertou, talvez fosse a campainha, logo que aquilo mais parecia um casarão gigante que um colégio

- Amy! - Exclamou Amber ao ver sua antiga amiga parada em frente á porta da Davenport --Você veio?

Amélia apenas assentiu com a cabeça e estampou um sorriso desajeitado

- Venha. Eu vou lhe mostrar o colégio. - Amy olhou para as malas no chão e depois para a amiga - Antes eu vou perguntar qual é seu quarto.

 Amber era uma das melhores amigas de Amy. Sempre fora atenciosa. contente.  E além disto,respeitava quando Amy queria estar sozinha. Na última vez que se viram,ela tinha saído às pressas da antiga cidade por que seu pai fugira da prisão, mas depois de três anos, encontraram seu corpo em meio á Park center,parece que teve uma convulsão e morreu.

 Agora,Amber segurava uma das malas de Amy. Alguns alunos usando respectivas fardas,todas em tom preto,branco e azul.     Inclusive Amber que tinha uma saia-curta preta,um colete preto por cima da camisa branca e detalhes em azul-marinho. Amber tinha cabelos loiros que combinavam com os olhos castanhos. Ela era bonita, mas por incrível que pareça, as pessoas diziam que Amy era mais. O que para tal soava como algo ridículo

- A srt. Lowel é bem chata,mas não precisa se preocupar. - Avisou ela enquanto Amy distraía-se com a decoração, era ao mesmo tempo que moderno,também era de época. Como a entrada era um salão imenso,com alguns sofás e poltronas, quadros renascentistas nas paredes,luzes fluorescentes iluminando os cômodos. Fora então que Amy sentiu um toque em seu ombro. Dando-lhe um grande susto.  Voltando ao normal,ela reparou o garoto de cabelos negros parado ao seu lado,branco, olhos azuis brilhantes e frios. Ele a-fitou por alguns minutos

- Olha por onde anda. - Disse ele entredentes -- parece que está cega.

Amélia respirou fundo, fechou os olhos e abriu. Estampou um sorriso malicioso em seu rosto e respondeu

- Você é idiota? - Disse ela com bastante sarcasmo - Educação é uma ótima professora mas acho que ela não dá aulas por aqui.

Ele soltou uma gargalhada malévola. Ao redor, as pessoas começavam a se amontoar

- Idiota?Eu? -  Ele voltou a expressão séria e furiosa - só se for você.

Ela deu de ombros,Olhou ao redor e respondeu

- O mais cego é aquele que não quer ver. - Disse ela mantendo a pose - E olha que estou te ajudando.

Gostaram? Dê seu voto e comente o que achou.

Tempestade Onde histórias criam vida. Descubra agora