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- Sra. Kim! Por que não acredita em mim? - Um beiço indignado se formou nos lábios da pequena criança. Havia acabado de entrar no carro de sua mãe, e tentava a todo custo, lhe explicar sua teoria sobre o livro que terminara naquela tarde, que ao invés de ter seu descanso na hora da soneca, aproveitou a distração da professora e leu as últimas páginas de "O Assassinato na Rua Morgue".

- TaeTae, já te disse: Essas coisas são só fantasias criadas para te distrair. Não pense muito nisso. - Disse Taeyon, enquanto se concentrava em girar o volante para sair do acostamento com calma, não queria causar outro estrago no carro.

- Mas se eles não existem, por que alguém criaria essas histórias? De onde que eles tirariam todas essas "fantasias" como a senhora diz? - Tae faz aspas com as mãos e logo em seguida, cruzou os braços. Era tão difícil acreditar em si?

Os adultos eram estranhos.

- Aish, eu não sei de onde podem ter tirado isso, e para de falar sobre isso, Taehyung! - Um pouco de irritação pôde ser sentida no tom de Taeyon, fazendo Taehyung encolher os ombros. Não gostava que aumentassem o tom de voz com ele.

- Desculpe mamãe, não queria te irritar... - O pequeno desviou seu olhar para a janela do carro.

Sua mãe estava bastante ocupada ultimamente, desde quando seu pai teve que viajar. Segundo sua mãe, era uma viagem sem volta. Ainda não havia entendido o real significado, mas chorou por não poder mais abraçar seu pai. Ele dava os melhores abraços.

- Sou eu quem está errada, meu pingo de lua. Me desculpe. Tive uns problemas na empresa e acabei descontando em você. - Soltou um suspiro, demonstrando o cansaço que assolava seu corpo.

- Então nós dois estamos errados, sem discussões. - Sorriu para sua progenitora, exibindo seu sorriso quadrado, fazendo com que Taeyon abrisse um sorriso idêntico ao seu.

- Você é inacreditável. - Murmurou mais para si do que para o menino sentado no banco detrás do carro. - Aliás, que dia é hoje?

- TERÇA DO TACO! - Tae gritou animado e jogando os braços para cima, fazendo sua mãe soltar uma gargalhada.

Após chegarem em casa, Tae foi correndo tomar um banho enquanto sua mãe começava a fazer os tacos. Entrou em seu quarto e se deparou com a sua estante de livros, que ia desde histórias simples até os piores contos de terror, que ele chamava carinhosamente de "meus bebês".

Um dia, eu vou provar que eles existem, e ninguém poderá me dizer o contrário.

Nove anos depois

Acordei com o som do despertador quase acabando com minha audição. Levantei-me, e fui ao banheiro fazer minha higiene matinal e tomar banho na água gelada para ver se o sono passava, do que não adiantou muito. Vesti meu uniforme, peguei minha mochila e desci as escada, indo para a cozinha. Minha mãe estava sentada próxima a bancada da cozinha, com uma caneca de coruja entre as mãos. Sentei-me ao seu lado um pouco receso, já que o normal, era ela pegar a caneca de café e sair.

-Bom dia, está tudo bem? - perguntei um pouco curioso.

- Bom dia. Está tudo bem sim, por que não estaria? - perguntou sem me olhar.

-Ah....é que...sabe....a senhora não costuma tomar café em casa....então achei um pouco estranho. - disse pegando uma maçã, já estava um pouco atrasado para ir à escola.

- Entendo - Falou olhando no relógio. - Você não está atrasado, não? - Perguntou me encarando.

- Sim, eu já estou indo. - Disse dando um beijo em sua testa. -Tchau Omma. - E sai correndo em direção à porta. Quando estava no meio do caminho para à escola, sinto alguém colocando as mãos em meus olhos. Já sabia quem era. Quem mais teria essas mãos macias e pequenas, sem ser Park Jimin?

A different loveOnde histórias criam vida. Descubra agora