O beijo

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Eu já tinha entendido tudo. Mas Malfoy não poderia estar participando de um plano que envolva matar Dumbledore e Harry. Simplesmente não poderia.
— Mas você não vai terminar o plano né? A tarefa. Você não pode. — eu estava suando, meus olhos correndo por todos os lugares a minha volta ligeiramente, minhas pernas pareciam feitas de gelatina.
— Você não entende? É a vida do Diretor e do Harry pela vida dos meus pais. E pela minha vida, porque mesmo vivo, eu participarei de um inferno.
— Então nós precisamos de um plano. Não podemos deixar que eles morram, que ninguém morra.
Ele me olhou com simplicidade e me abraçou. Seus braços me envolveram e eu senti que nasci para, um dia, ser abraçada por ele. Eu encostei a cabeça em seu peito e comecei a chorar.
— Por favor, Draco... Não podemos deixar isso pra lá... — continuei, soluçando.
— Não, não, não... Não chora, a gente vai dar um jeito. Só, por favor, se acalme. Eu desmorono completamente quando você chora. — ele apoiou a cabeça na minha e me apertou mais forte.
          Afastei a minha cabeça e olhei para cima, pondo meus olhos nos dele.
          — Eu preciso de um tempo para pensar. — falei e me desprendi de seus braços, dando lhe as costas e andando para qualquer lugar. Eu só queria sair dali.
          — Espera! — ele gritou e meus pés pararam sem a minha autorização. Ouvi os seus passos atras de mim, quando ele botou a mão em meu ombro, me obrigando a virar. — Lua, por favor, não fique com raiva de mim. Eu vou achar uma solução para isso tudo, mas fique ao meu lado.
          — Eu ficarei. Mas antes eu tenho que colocar os pensamentos em ordem.
          — Está vendo, foi por isso que eu não te contei antes! Eu sabia que você não entenderia. — ele correu a mão pelos cabelos.
          — Não entenderia? Você está sendo muito incompreensível! De um minuto para o outro a minha vida muda completamente, eu me apaixono pelo "vilão" da história, o que não tem problema pois eu te entendo, e logo depois descubro que ele está participando de um plano para matar duas pessoas! Eu sei que não é o que você quer, mas quem não está entendendo aqui é você, eu só pedi um segundo para pensar!
          Quando terminei de falar, estava ofegante e ele olhava para mim incrédulo.
          — Você está apaixonada por mim? — seus olhos brilhavam, e neles eu via a felicidade e a perdição.
          — Que? Não. — franzi as sobrancelhas. Claro que eu estou. Mas como ele sabe?
          — Está sim, você acabou de dizer. — o canto esquerdo de sua boca tremia, tentando segurar o sorriso.
          — Não disse não.
          — Disse sim!
          — Não di... ahh!
          Ao dar um passo à frente para confronta-lo, eu me desequilibrei e minhas pernas me deixaram na mão. Curioso.
          Eu teria caído se ele não tivesse segurado minha cintura. Nossa, que mãos fortes. E grandes. E, caramba, geladas. Como o seu cérebro! Eu não disse em momento algum que estava apaixonada por ele!
          — Você disse sim. — ele ainda estava me segurando, como se eu fosse cair a qualquer momento.
          Foi então que ele me beijou.
          E essa foi a minha última coisa que eu lembro.

O menino que não teve escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora