O dormitório

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Oi amorecos, tudo bom com vocês? Se tiverem alguma ideia de acontecimento ou de personagem, comentem que eu encaixo na história ❤️

— E a senhorita poderá ficar com... — falou Dumbledore pensativo — pode ser Draco Malfoy. É, pode ser.
A sala comunal inteira olhou para Draco, e foi aí que eu o avistei. Ele estava bem no meio da mesa da Sonserina, como eu não tinha visto?
— Ham... Draco? Venha aqui conduzir esta linda moça. — falou o diretor ao ver Draco sem saber o que fazer. Tá vendo? Eu não deveria ir para a Sonserina, nenhum de nós trouxas deveríamos, sonserinos gostam de sangue puro.
Draco levantou devagar e andou até a poltrona. Seu cabelo estava ligeiramente bagunçado, seus olhos confusos, como se ele estivesse sendo guiado por outra pessoa.
— Vem. — ele disse curto e grosso para mim e virou as costas. Eu, sem saber o que dizer, apenas o segui. Paramos em frente a onde ele estava sentado, e as pessoas que estavam ao seu lado se afastaram para me dar lugar mas percebi um certo nojo de me tocar. Nem liguei, sempre soube como eles são.
A seleção continuou demoradamente e ao acabar, Dumbledore entregou a cada veterano de cada dupla, a chave do novo quarto de ambos e quando todos estavam acomodados em seus respectivos lugares, a comida brotou na mesa em um piscar de olhos e eu dei meio que um pulinho de susto. Draco olhou para mim querendo rir mas se conteve, e eu, envergonhada, comecei a comer a minha comida sem pensar nele. Óbvio que eu não consegui.
Após vinte minutos, ele largou os talheres sobre o prato e se curvou para frente, apoiando os cotovelos na mesa e cruzando suas mãos, eu acho que ele tem que esperar eu acabar de comer para sair. Vai mofar, tadinho.
— Parece que a cada garfada que você da, surge mais duas no seu prato. — disse ele seriamente e eu me arrepiei, talvez por ouvi-lo tão de perto.
— É.... é que... — eu não tinha palavras — eu demoro bastante para comer, sabe.
— Percebi. — ele revirou os olhos e os correu entediados pela sala.
— Acabei — comentei baixinho após cinco minutos para que só ele ouvisse, ou talvez nem ele.
Ele se levantou e eu fiz o mesmo. Fomos em direção às escadas, que nos deixaram na porta do corredor de nossos novos quartos. Eu achava que teríamos que entrar na sala comunal da Sonserina para ter acesso aos quartos, mas pelo visto me enganei. Em vez disso, era um grande corredor amplo com inúmeras portas e identifiquei a nossa pois tinha uma plaquinha com nossos nomes.
— Como entra? — perguntei ansiosa.
— Exvaiole — falou Draco para o quadro ao lado da nossa porta e ela imediatamente abriu, revelando um quarto bem grande, como uma sala. Com o dobro de tudo, tinha duas camas, duas poltronas, duas mesas e duas estantes vazias. Mas apenas um sofá. E só um banheiro. As camas eram cercadas por um dossel cada, permitindo a quem a usasse um pouco de privacidade. Abri meu armário e minhas roupas já estavam posicionadas lá em perfeita ordem assim como meus sapatos e outros utensílios, menos os livros.
— Vamos esclarecer uma coisa — disse Draco se virando irritado para mim — Primeiro: não me chame pelo primeiro nome. Segundo: só iremos nos falar se for caso extremo, não quero que nenhuma sangue ruim dirija a palavra a mim. E terceiro: que fique bem claro, eu não gostei de você. Por sua causa eu mudei do meu dormitório, me afastei dos meus amigos, da minha sala comunal. — e se vira, arrumando com raiva os livros em sua estante.
Estou sem palavras. O que eu fiz pra esse garoto pra ele me tratar desse jeito? Eu sou uma otária, sempre gostei dele através dos livros e quem sabe isso seja pelo fato de serem livros. Sempre é uma boa escolha gostar do vilão, contando que eles não virem realidade.
— De todo modo, se não fosse eu seria outra pessoa, todos os seus amigos estão passando pelo mesmo processo. Sabe, Malfoy, você sempre foi o meu personagem favorito, e muito obrigada mesmo por me fazer rever meus conceitos, abrir meu olho. Também não me interesso em dirigir a palavra a gentinha do seu tipo, fique tranquilo quanto a isso. — respondi calmamente. Peguei meu pijama e fui ao banheiro trocar de roupa, eu precisava dormir. Não estou com relógio por perto, mas sei que sai de casa umas seis horas da noite, então já deve ser onze. Tenho que descansar.
Entrei no banheiro que mais me previa um quarto anexo, a pia ia de ponta a ponta de duas paredes e tinha uma banheira i-m-e-n-s-a. Lógico que eu ia tomar banho lá nesse exato momento. Tirei a minha roupa rapidamente e mergulhei, não tinha percebido que era tão funda, ela batia em meu peito. Passados 20 minutos dentro de uma deliciosa água quente, eu sai e me dei conta de que não tinha trago toalha, e agora? Ah, o feitiço convocatório! Mas como a toalha vai passar pela porta? Vai ter que abri-la.
Eu não vou me secar, vou ficar lindamente parada e me movimentando um pouquinho para o excesso de água evaporar. 5 minutos depois eu estava parcialmente seca, então coloquei a roupa e fui deitar. Malfoy estava deitado em sua cama e assim que abri a porta, ele levantou e entrou no banheiro. Em momento nenhum ousou olhar para mim.
Deitei-me em minha nova cama incrivelmente confortável e me aconcheguei no edredom, desejando a todo custo ter o meu celular para ouvir minhas músicas. Que saco. Decidi ler um pouco para distrair a mente, a escolha foi Orgulho e Preconceito. Sr. Darcy alegrava a vida de qualquer uma, não é mesmo?
Oito capítulos depois eu cansei e fui realmente dormir. Botei o livro na mesa de cabeceira e fechei o dossel, deixando a vela que estava iluminando a leitura acesa pois não estava alcançando até onde ela ficava, então ignorei.
Só lembro de ter ouvido a porta do banheiro se abrir e passos em direção a minha cama, quando a vela se apagou.

O menino que não teve escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora