King... Beijos... Fugas!

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– Você me deve uma dança, ao menos!

Reviro os olhos.

Não acredito que depois do gelo que eu dei nele, Noah veio atrás de mim! Ainda mais porque consegui fugir do restaurante, na verdade dei uma escapada de mestre, falei pra mamãe que iria ao toalete, alguns instantes depois sai para a cobertura do hotel, fica um andar acima do restaurante, daqui ouço o som dos violinos, as músicas que embalam a festa de noivado de Noah King – o estranho que me convidou pra sua festa de noivado.

O vento sopra meus cabelos pra longe, mas não sinto frio, me sentia bem mais que sufocada lá embaixo, me sentia péssima, e ter que ficar estrangulando o choro dentro de meu íntimo me deixou mal, tinha que sair, deveria sair, já faz alguns minutos que eu estou aqui olhando à noite de Nova York, admirando a metrópole em silêncio, pensei em tantas coisas, em minha mente vinha tantas lembranças da minha infância, da minha adolescência, e enfim de hoje, de quem eu fui, de quem eu queria ser e de quem me tornei.

– Me concede esse tango senhorita?

Suspiro, olho pro lado, e ele está me olhando muito concentrado, faço que sim, vencida por um pequeno cansaço, ergo a mão e estendo pra ele, Noah toma a minha mão e a beija com gentileza, sinto pequenos arrepios pelo corpo, parece que os meus nervos se abalam com isso.

Aproximo-me dele fisicamente, mas, emocionalmente estamos afastados. Próximo a nós, há uma piscina e várias plantas.

Noah passa o braço ao redor da minha cintura e me puxa com força de encontro ao corpo dele – de repente, apenas isso é o suficiente para meu corpo todo tremer.

– Não me disse que sabia dançar senhor King! – digo com a voz falha, o nervosismo forte me tomando toda.

– Você não sabe muitas coisas sobre mim, Samantha.

Ele avança e escuto o som dos violinos e de uma sanfona, "Por una Cabeza" de Carlos Gardel começa a soar no andar de baixo, uma música frustrada e intensa demais, um tango tão lindo e perfeito...

Acompanho seus passos e eu o fito recebendo a intensidade de seu olhar, a força na qual Noah me encara é súbita e tremenda, ninguém jamais me olhou assim, tão pouco transpareceu tanta confusão ao mesmo tempo. Sensações através do olhar!

Este homem que dança comigo agora, está muito longe de ser o meu melhor amigo de infância.

Dançamos em silêncio, apenas a música nos conduz, suas pernas estão entre as minhas, seu braço me aperta contra seu peito, sua mão aperta a minha com a força precisa, a angústia frisante em seu olhar me desperta tanta curiosidade, ao mesmo tempo em que há essa intensidade fora do comum.

Diferente do garoto que sorria para mim muito facilmente, exibindo seu aparelho colorido... Diferente do garoto que muito gentilmente, uma vez me levou amoras no trailer dos meus pais, escondido... Alguém doce e gentil... Noah Baltimore... Meu único e verdadeiro amigo!

Este não é o meu Noah, este é outro Noah... Este é Noah King.

Ele me confunde muito mais do que pensei que confundiria.

Meu corpo estremece quando ele me aperta, e giramos na dança mais intensa. Noah toca o lado do meu corpo com suavidade e puxa minha coxa nua pra cima, e quando ele a toca, minha respiração acelera. Seguro-me em seus ombros, completa e totalmente parada, mal consigo me mover.

Minha pele esquenta e me arrepio quando sua mão desce gentilmente até a curva da minha nádega, enfiando-a no vestido... Perco o ar! A mão de Noah está apertando a minha bunda...

Noah me fita, contraindo o maxilar com força, e depois ele me aperta com mais força. Ele não espera – arfo – e do nada, me beija.

A boca dele me beija o lábio inferior com força, causando um estalo alto, depois o lábio superior como se provasse a minha boca, meu coração começa a disparar num ritmo intenso e forte, e a língua dele invade minha boca com uma experiência fora do comum... Perco o ar por alguns instantes.

Noah solta a minha perna e explora a minha boca com pressa, sua língua é quente e faz com que eu sinta mais e mais arrepios, ela tem gosto de uísque. Aperto os olhos e meus braços enlaçam seu pescoço, e movo minha boca na dele no mesmo ritmo, as mãos dele tocam minhas costas e minhas mãos se enfiam em seus cabelos, nos beijamos com paixão... Sinto meu corpo todo flutuar, enquanto eu o correspondo.

Nossos corpos estão colados como numa moldura perfeita, meus seios roçam em seu peito, e minha boca alcança a dele com total perfeição, a boca dele é voraz e intensa, sinto borbulhas no estômago enquanto ele me beija, nossas línguas se enroscam e trocamos nossos gostos...

Sinto-me estranhamente excitada, meu corpo todo reage ao beijo de Noah... Noah!

– Não! – Eu o empurro para longe de mim, me dando conta do que realmente faço, estou arfante, ele me olha terrivelmente confuso.

– Sam...

– Você está noivo! Isso foi um erro! – digo e sinto vontade de chorar, começo a limpar a boca, úmida e quente, parece que ele sofre com isso, mas deduzo que Noah faz isso apenas pra me chantagear – Me deixe em paz.

– Sam... Eu... Eu...

Não espero por mais nada. Afasto-me depressa e saio correndo em direção às portas de vidro que ficam em frente ao elevador. Minha garganta começa a se fechar e percebo o erro que cometi... Limpo meus lábios com força; tanta força que eu os machuco.

Eu o beijei... Eu beijei um homem comprometido... Eu permiti que ele me tocasse...

– Sam... Volta aqui... Por Deus, vamos conversar...

Entro no elevador, aperto o botão rapidamente e quando me viro, às portas do elevador se fecham. Noah ainda nem chegou às portas de vidro, e a última imagem que vejo dele é quando entra na antessala. Então, começo a chorar descontroladamente.



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Número 50 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora