O destino que nos une

405 68 10
                                    


N/A: Oi novamente! Na verdade eu tenho mais um capítulo pronto aqui, que no caso seria o quarto, então amanhã já tem capítulo novo. Por favor, não deixem de comentar sobre o que estão achando...

***

No dia seguinte os raios de sol escapando entre a cortina esfarrapada e os cutucões de Johnny no meu pé acabaram me acordando.

— Temos que comprar algumas coisas para nossa dispensa — ele explicou, enquanto eu me sentava ainda sonolento e coçando minha cabeça. — Além disso, o diretor quer nos ver.

Aquilo definitivamente acabou me deixando mais desperto. Meu pai havia me falado sobre o diretor do Colégio Soo Man, para tomar cuidado com ele pois ele era um homem de grande influência, mas eu não sabia o que aquilo poderia fazer diferença para mim. O nome dele era Lee Hyunkyu e ele era o filho mais velho do falecido Lee Soo Man, fundador do colégio Soo Man.

— Lee Soo Man costumava ser um homem de grandes ambições, Sicheng — meu pai havia dito e sua expressão era de quem parecia ter ressentimento. — Seu filho não deve ficar muito longe disso. Uma vez que ele souber que você é descendente da família real... Ele ficará de olho em você.

Eu não sabia o que aquilo poderia representar para mim, se poderia ser uma ameaça. Mas pelo tom de meu pai, Lee Hyunkyu não iria ficar de olho para tomar conta de mim. Na verdade, poderia ser bem ao contrário.

Todos vestiram roupas muito formais, então tentei escolher alguma coisa que fosse parecido, mas meu pai não tinha colaborado muito. Todas as roupas em minha mala pareciam caras demais, sofisticadas demais.

— Ok, isso é definitivamente um outfit — Ten exclamou em um inglês exagerado. — Winwin, quanto custou essa blusa? Não acredito, ela é de seda? Organza de seda... Esse bordado é de Soutache, Winwin você é herdeiro de alguma multinacional?

Sorri sem graça, tentando afastar as mãos dele do colarinho da minha blusa. Estávamos parados em frente ao elevador esperando que ele chegasse no nosso andar e todos pareciam estar reparando nas minhas roupas.

— N-Não é nada demais — falei em inglês, para deixar tudo esclarecido para todos. — É do meu pai.

— Meu pai não se veste tão bem assim — Yuta comentou e o inglês dele era engraçado de ouvir, com muito mais sotaque que o meu. Senti meu rosto queimar e ri um pouco nervoso, mas ele apenas riu de volta e estendeu a mão para bagunçar meus cabelos. — Fica tranquilo aí, foi só uma brincadeira.

A sala do diretor ficava no prédio principal, por onde havíamos feito uma tour no dia anterior, mas a sala em si ficava dentro da secretária, por isso não tínhamos visto antes.

Fomos recebidos pela secretária, uma velha senhora bem vestida chamada Sra. Kim, que abriu a porta atrás de sua mesa e nos indicou para entrar e esperar. A sala do outro lado era tão ampla que nem dava para imaginar que ficava depois de uma sala tão pequena quanto a da Sra. Kim, mas ali estava. Haviam dois sofás, três poltronas e mais a frente uma enorme mesa de mogno com duas cadeiras e uma cadeira maior atrás, feita de estofado.

— Fiquem aqui nos sofás, o Sr. Lee chegará em alguns instantes — a Sra. Kim avisou, saindo logo em seguida e fechando a porta. Estávamos ali, sozinhos.

Todos se distribuíram entre os sofás e poltronas, mas eu fiquei de pé, olhando para a parede atrás da mesa do diretor. Haviam vários recados escritos a mão colados em um mural e protegidos por um vidro grosso. A maioria era em coreano e eu não conseguia entender o que queria dizer, outros eram em inglês mas um, em especial, havia me chamado a atenção.

SerendipitiaOnde histórias criam vida. Descubra agora