A nascente de um rio

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N/A: Oie, tudo bem? Era para eu ter postado ontem, porém fiquei sem tempo, mas aqui está! Esse é o último capítulo que eu já tenho pronto, mas já começarei a escrever os próximos. Comentem sobre o que vocês estão achando! 

P.S: ACHEI QUE TINHA POSTADO ONTEM MAS TAVA NOS RASCUNHOS, CUIDADO COM A BURRA RISOS.

***

O resto da nossa semana livre passou rapidamente. Quase todo dia íamos visitar algum lugar novo aos redores e por mais que tentássemos sempre irmos todos juntos, sempre acabava faltando alguém. Por fim, acabamos nos aproximando um dos outros separadamente.

Na maior parte do tempo Yuta ou estava ocupado em seu celular ou acompanhado de Jane e eles pareciam gostar de ficar juntos o tempo inteiro. Estranhamente, me peguei com irritação ao pensar naquilo, não me parecia justo que ele... Que eles tivessem que ser isolar do restante de nós.

Johnny de alguma forma acabou encontrando a turma de jogadores de basquete do colégio e ele quase sempre ia assistir aos treinos. Embora ainda estivéssemos em época de férias escolares, uma vez ou outra víamos alguns alunos perambulando pelo colégio, em grupos carregando instrumentos ou sozinhos carregando livros pesados.

Então sobrávamos eu e Ten. Não era de todo ruim, Ten era um cara muito simpático e mesmo que não conseguíssemos nos comunicar direito era legal estar com ele. Mas, quanto mais passávamos tempo juntos, ironicamente mais ele parecia distante.

Eu não queria ser um fardo para ele, o menino chinês bobinho que não sabia fazer nada por si só. Queria que Ten ficasse confortável em minha presença, que pudéssemos aprender um com o outro e quem sabe termos uma amizade de verdade. Eu não sabia como era ter mais um amigo, mas estava disposto a tentar.

Na sexta a tarde, dois dias antes das nossas aulas começarem, nós dois fomos mais uma vez ao rio Han. Gostávamos de ir próximo da hora do por-do-sol porque era quando o céu se pintava de laranja e todos saiam para passear com seus animais de estimação, filhos, amigos e namorados. Era legal podermos comprar algumas panquecas e ficarmos ali, observando aquela bonita paisagem.

Mas naquela tarde em especial, quando saí do banho, Ten não estava esperando por mim. Johnny estava na nossa cozinha improvisada comendo uma tigela de cereal enquanto assistia o noticiário na pequena tv da sala (o espaço era tão pequeno que era possível assistir a tv de praticamente qualquer parte do dormitório, até mesmo do banheiro se você deixasse a porta aberta).

— Johnny — eu o chamei, ficando de pé em frente a ele. Ele largou a colher distraidamente e olhou para mim. — Onde está o Ten?

— Entre o 9 e o 11 — ele respondeu, com uma risada descontraída. Olhei para ele confuso e ele apenas abanou a mão. — Deixa para lá. Ele disse que foi ao rio Han, por quê?

— Nós sempre vamos juntos — expliquei, franzindo os lábios. Johnny deu de ombros e voltou a comer. — Vou procurar ele por lá...

Johnny ergueu a mão livre para mim e mostrou o polegar. Quando o deixei sozinho no dormitório, ele já estava olhando para a tv novamente e brincando com a colher entre os dedos.

* * *

Não foi tão difícil achar o tailandês. Sempre ficávamos na mesma parte da orla próximo a uma árvore de cerejeira, que naquela época do ano estava com os galhos secos, sentados em uma toalha e comendo panquecas.

Ten estava sentado no lugar de sempre, mas sem mim e sem as panquecas. Ele olhava para o horizonte, do outro lado do rio, e seus olhos estavam vermelhos como quem estivera chorando a pouco tempo.

SerendipitiaOnde histórias criam vida. Descubra agora