O embarque que se vai

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N/A: Queria me desculpar por não ter postado mas essa semana foi muuito corrida pra mim então não deu tempo de escrever muita coisa, mas prometo que até sexta que vem já tem outro capítulo novo. Deixarei algumas explicações para as notas finais porque estou comendo enquanto eu tô revisando este capítulo haha Boa leitura!

* * *

Haviam quatro camisas brancas de botão jogadas em cima do sofá, assim como quatro calças do mesmo tom de azul escuro, quatro gravatas vermelhas, quatro suéteres cinzas, quatro paletós da mesma cor das calças, com uma insignia bordada na altura do peito e quatro pares de sapatos diferentes. Johnny calçou o mocassim marrom, Ten o All Star preto, Yuta os coturnos pretos bem polidos e eu um tênis novinho da última coleção de uma marca muito famosa. Yixing que havia escolhido para mim.

Johnny brincou com algo sobre eu ser o garoto rico da turma e os outros riram enquanto se arrumavam. O uniforme não era tão feio, na verdade até tínhamos ficados bonitos, mas como era minha primeira vez usando um uniforme escolar aquilo me parecia muito legal, enquanto os outros não viam nada de especial.

Encontramos Jane do lado de fora e o uniforme dela seguia o mesmo padrão que o nosso, exceto que ao invés de calças ela estava usando uma saia. Nós quatro tínhamos horários diferentes, mas decidimos ir juntos mesmo assim.

— Não entendo, temos praticamente as mesmas aulas — Ten pegou o meu horário e comparou com o dele e Jane. — Só que em horários diferentes.

— Eu e Winwin estamos no nível básico de coreano — Jane explicou, pegando o papel dela de volta. — E eu não faço ginástica, como vocês.

— Temos uma aula todos juntos! — Yuta sorriu. — A de atuação, amanhã. Menos o Johnny, na verdade.

— É, estarei ocupado com coisas melhores do que brincando de Leonardo Di Caprio — o mais alto brincou enquanto seguíamos pelo corredor.

A maioria dos alunos nos olhavam com curiosidade, isso porque éramos os únicos intercambistas por ali no momento e tínhamos chegado no meio do ano letivo. Estávamos em dezembro e era o fim das férias de inverno, iríamos ter que lidar com os atrasos nas matérias.

Fiquei pensando se não seria mais complicado para mim, porque quem costumava me dar aulas era o pai de Kun, o Mestre Qian, e eu não fazia ideia se ele seguia algum cronograma ou plano de estudos padrão.

Minha primeira aula do dia era matemática e eu era o único intercambista nela. Enquanto eu deixava os outros para trás e ia em direção a minha sala, que estava sinalizada com um x em vermelho no mapa que eu carregava, minhas pernas tremiam. Eu não podia parecer estranho, eu não podia parecer um obtuso, eu tinha que agir normalmente, eu tinha que me controlar pois minhas mãos estavam suando muito.

A sala de aula estava lotada e no momento em que entrei todos olharam para mim, cochichando entre si e me encarando sem nenhum tipo de vergonha. É claro que eles haviam sido avisados que um estrangeiro iria ficar com eles, estavam esperando por mim avidamente. 

Por sorte o professor entrou junto comigo e me ajudou a achar meu lugar, que já estava marcado com meu nome e era uma carteira ao lado de um menino que nem ligou para mim quando me sentei ao lado dele.

A aula começou com o professor passando alguns cálculos no quadro e eu copiei apressadamente todos os números. O professor largou o giz em cima da mesa e perguntou algo em coreano, apontando para a turma. Olhei para os números no quadro e para mim eles pareciam todos fora do lugar mas de alguma forma eles faziam sentindo.

Para falar a verdade, eu achava que conseguiria responder aquilo facilmente.

Olhei ao redor e todos os colegas estavam de cabeça baixa, salvo por alguns que olhavam para o quadro com as testas franzidas em concentração. Talvez fosse um movimento errado, um tiro no escuro, mas eu me levantei e caminhei rapidamente até o quadro antes que me arrepende-se.

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