Capítulo 5

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Me virei e me deparei com um jovem alto. Olhos verdes, roupa típica de mágico e uma cartola na mão. Cabelos castanhos que caiam no rosto. Um cabelo grande para dar lhe personalidade imagino.

- Estava falando de mim, senhorita?

- Sim, e estava falando muito bem como foi capaz de ouvir. - sorri, sarcasticamente.

- Deve ser nova por aqui, não sabe como as coisas funcionam. Sou...

- Cézar Belmont, eu sei. Me poupe de toda essa formalidade de apresentação. - me levantei da cadeira e passei à encará-lo frente à frente.

- Quem lhe contratou?

- Seu pai.

-  A senhorita não deve tratá-lo com intimidade para dizer que quem a contratou foi "o meu pai". Quem lhe contratou foi o seu chefe, Sr. Belmont. Agora se puder me acompanhar, gostaria de falar com a senhorita em particular.

- Nada do que irá dizer não pode ser dito aqui mesmo. - eu disse e ele olhou em volta, viu que todos do refeitório nos olhavam.

- Não fico muito confortável com tantos olhares em mim.

- Mas como não? Achei que o senhor era um mágico íncrivel. Já deveria estar familiarizado com tantas pessoas o observando.

- Olha Senhorita...

- Lamartine, Adeline Lamartine.

- Srta. Lamartine, quando eu peço algo, eu espero respeito. Estou acima de sua posição aqui.

- Talvez por ser filho do Chefe, porém no show, veremos outra coisa.

- No show? Você jamais poderia se destacar, você não é só mais uma daquelas 20 dançarinas que acompanham à música enquanto alguem doma animais ou faz alguma outra coisa?

No mesmo momento, eu vi apenas uma pessoa que não nos encarava. Ela mexia em seu notebook.

- Parece que, serei a estrela principal. - eu disse sorrindo, apontando para o folder que a moça preparava.

- Você é a bailarina profissional contrada?

- Qual é a surpresa?

- Meu pai me disse que, sua beleza o chamou atenção e seu talento também mas, não vejo beleza em você. - disse me encarando.

- Também me decepicionei com o conhecimento que tomei sobre você. Me disseram que apesar de tudo, você ainda podia ser um homem charmoso, porém, de charmoso não tem nada.

Ele me puxa pelo braço para fora da tenda e quando para na porta, lança um olhar pelo salão e todos voltam a fazer o que faziam antes.

- Me solte, agora. - ordeno e ele me solta rapidamente.

- Escute, Srta. Lamartine. Este é o meu circo. Quando meu pai não está aqui sou eu quem mando em tudo! - ele disse olhando em meus olhos. - Adoraria demitir uma garotinha insolente que me irritou antes mesmo de saber quem era.

- Se você acha que me assustou com todo esse discurso Sr. Belmont, saiba que não alcaçou seu objetivo, sinto multíssimo. - sorri cínica.

Sai andando pelas tendas e percebi passos atrás de mim. Me virei e vi Cesar.

- Eu ainda não tinha acabado, Srta.

- Mas a minha paciência já, Sr. Belmont. Agora, se me der licença, tenho coisas mais importantes para fazer.

Passaram-se umas duas horas, Henzo veio até a minha tenda, abri um sorriso ao encontrá-lo.

- O Chefe chegou.

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