Capitulo XII

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Você está quieta demais...—Justin quebra o silêncio.

Nunca sabia como reagir perto dele. Em outros tempos eu não ligaria. Eu nem me importava o assunto garotos entre minhas colegas de turma.

Mas Justin era diferente, ele me intrigou desde nosso primeiro olhar comunicativo.

— Desculpe, estou apenas pensando...— Caminhávamos pelos corredores agora vazio, saímos fora do prédio e Justin olha para mim.

— No que pensava?

— Em como tudo era fácil demais antes de você aparecer.. — Brinco e chuto a pedrinha a minha frente. — Então? Onde vamos?

— Você tem trabalho na última aula, então, pensei em ficar nos arredores. — Estávamos indo para o estacionamento.

— O estacionamento? — Levanto as sobrancelhas.

— Não, um pouco mais adiante. Mas antes tenho que pegar algo no carro — Ele então pega a chaves no bolso e começa a brincar. — Agora você vai me dizer o que estava pensando?

— Eu não deveria, é constrangedor demais. — Olho para minhas mãos. Chegamos em seu veículo e ele pega um saco de compras com salgadinhos e refrigerantes dentro. — A verdade é que eu nunca sei reagir quando estou do seu lado. — Eu digo rápido demais e ele franze a testa, fecha o carro e então começamos a caminhar novamente. — Eu fico nervosa, cada vez que abro a boca eu falo asneira. Desculpe.

— Não, não se desculpe, não é sua culpa. Me perdoe, as vezes eu sou... Eu nem me entendo também. — Ele da uma risadinha. — Você não se importa em ficar nos bancos perto do refeitório não é?

— Não. — Sorrio. Ficamos em silêncio.


— Ótimo. Se fosse no Canadá, eu te levaria a um lugar muito especial pra mim, eu ia toda vez que queria pensar. — Ele pousa o saco de compras na mesa.

— Talvez você possa me levar um dia lá. — Ergo uma das sobrancelhas, estudando sua expressão.

— É talvez.  — Nos sentamos e ele abre o pacote e me oferece.

— Obrigada. — Pego e começo a comer. — Então... Me conta como é viver na Europa! — digo depois de um tempo.

— O clima não é muito diferente daqui, em Londres quase não tem sol como Forks, eles gostam muito de chá. — Ele ri. — Na Itália eu gostava mais da arquitetura romana sabe, as comidas tradicionais de lá também são muito únicas.

— Foi lá que você conheceu o Aro? — Ele me olha e diminui o sorriso.

— Foi, na verdade eu fui levado até ele.

— Os seus primos estavam com você?

— Não, eu não sabia do parentesco na época. Com quantos anos você deu seu primeiro beijo?

— Nossa... — Eu me espanto com sua pergunta e olho para minhas mãos novamente. — Ótima maneira de escapar das minhas perguntas. — Dou uma risadinha sem graça.

— Eu tento.

— Foi quando tinha 14 pra 15 anos, Lucca e eu namoramos por pouco tempo e então eu terminei com ele.

— Por que?

— Porque ele iria pra faculdade e eu não queria que ele ficasse preso a mim que estava começando o ensino médio. Ele seria tentado com o tempo e preferi cortar o mal pela raiz.

— Você ainda o ama?

— O que? Não... — Digo como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Eu nunca o amei, eu... Só gostava dele, então não. Ele seguiu em frente, está noivo. — Tomo um gole da coca.

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