Ei, Batatinhas!

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No segundo que passei pela porta do meu apartamento, achei que fosse desmaiar

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No segundo que passei pela porta do meu apartamento, achei que fosse desmaiar. A quantidade de água que saiu de lá era o suficiente para causar um tsunami na cidade. O gatinho estava em cima da mesa, deitado numa laranja como se fosse uma galinha chocando os ovos. Ele me olhou com os olhos cor de mel, e eu quis aparte - lo com todas as minhas forças! Mesmo que ele estivesse enchendo minhas frutas de pelo.

Passei o resto do dia tentando colocar as coisas no lugar. Tirei meus sapatos e tudo que deu para fora, no corredor. Levantei a barra da calça e pus a mão na " água". Só consegui organizar tudo quando eram oito da noite, estava tão morta que me limitei a tomar o banho de gato - O gatinho ficou na porta me olhando e tentou entrar no chuveiro, por incrível que pareça - mais rápido de todos.

Cai na cama com todas as minhas forças, não passou nem um minuto e eu já estava no décimo nono sono. Em algum momento, senti uma bola de pelos cinza se aconchegar no meu travesseiro, perto do meu rosto.

Impossível não sorrir. Foi por esse e outros motivos, que eu decidi pega - lo para mim. Lógico que não sem antes perguntar a dona Azeléia se ele não era dela. - Apesar dela ter tantos gatos que provavelmente nem iria se lembrar-

Na manhã seguinte, passei as aulas com a cara afundada na carteira da faculdade, não consegui raciocinar e compreender qualquer coisa que saísse da boca dos meus professores. Parecia Mandarim.

Quando cheguei no Mystery ballosagna, fiquei atrás do balcão rezando para que a quantidade de clientes hoje fosse menor.
Três dias depois, eu estava morrendo. Literalmente. Era impossível cuidar do balcão e ajudar na cozinha ao mesmo tempo, fora que os outros funcionários - que eram só a garota daquele dia dos bolinhos e mais um moço, que eu também não sabia o nome - sempre faltavam e eu tinha que cuidar de tudo sozinha.

Cozinhar não é o meu forte e está longe de ser, por isso consegui queimar umas cinco fornadas de bolinhos nos últimos três dias.
Para piorar a minha situação, O garoto Rock Star aparecia lá no mínimo duas vezes ao dia. Não que eu achasse isso algo ruim, muito pelo contrário, mas ele tinha o poder de aparecer nos momentos mais obscenos e constrangedores possíveis.

A primeira vez eu estava atrás do balcão, com uma forma de cupcakes verdes limão com recheio de....Bom, limão. - comi um escondido - Estava concentrada em acrescentar entrelinhas de beijinho em cima de cada um, com um coque desgrenhado e a roupa suja de açúcar e farinha quando ele passou pela porta.

Nem me dei ao trabalho de olhar, e então ele disse uma frase muito usada nos últimos dias:

- Ei, batatinhas!

Meu coração falhou uma pequena batida e eu ergui a cabeça para olha- lo. Nunca tinha parado para reparar específicamente e detalhadamente no seu rosto. A pela era exageradamente branca, assim como a minha. Os cabelos castanhos e olhos âmbar em baixo de cílios grandes de dar inveja em qualquer garota. Também tinha sardas em baixo dos olhos e no nariz, mas ao contrário de mim, nele ficavam bem melhor. Sai do transe, o respondendo:

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