CAPITULO VII - OS PESADELOS

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– Mas que portas? – Perguntei.

– As portas que Jack Skellington usou para ir até o Polo Norte. As mesmas portas que conectam a cidade com o mundo humano. – Spuky respondeu e tudo se fez mais claro, as portas que eles falam são as mesmas que as crianças sequestradas usaram para ir atrás de Bunnymund e de North.

– Mas elas existem aqui? Quero dizer daqui para lá?

– Como acha que Jack voltou para ajudar seu amigo gorducho? – Cripy parecia ser desses diretos, sem medir suas palavras, não contive o sorriso, nem North teria se contido, ele mesmo tem orgulho da própria pança.

– Em Halloween, há uma floresta que chamamos Hinterlands, ou simplesmente, Holidays Woods¹, onde estão localizadas as portas que levam para cada um dos guardiões com dias especiais, como Sandy Claws, o coelho rosa e seu amigo do amor. – Spuky explicou. – Acredita-se que em cada lugar existam as mesmas portas, caso contrário como teria Jack voltado para casa?

– Cupid tem um dia especial. – Raciocinei com ele.

– Sim.

– Então há portas por aqui?

– É bem provável.

– Mas onde elas estão?

– É ai que está, não sabemos. Podem estar em qualquer lugar... – Antes que Spuky pudesse terminar, a porta da biblioteca abriu. Os pequenos fantasmas logo desapareceram enquanto Cupid entrava calmamente com as asas contraídas.

– Garoto da neve? O que está fazendo aqui? – Troquei olhares com ele desesperadamente tentando pensar em uma desculpa, dei uma olhada para trás e vi a pequena criatura que já era minha amiga.

– Alimentando Snowburst.

– Snowburst? – Ele parou uma pouco para pensar. – Ah sim, o dragão, mas na biblioteca?

– Hã... Sim.

– Por quê?

– Ele parece gostar bastante da biblioteca, sempre que vejo está aqui.

– Entendi. – O silêncio entre nós não era nada agradável, então decidi quebra-lo.

– Mas e você Cupid, o que faz aqui hoje?

– Queria conversar com você, – Lá vem. – sobre você querer tão desesperadamente ir para Halloween. É tudo o que você tem pensado nos últimos dias e acho que agora sei porquê.

– V-você sabe? – Perguntei surpreso.

– Você têm tido pesadelos não foi?

– Pesadelos? – Engoli em seco, não imaginava que ele soubesse disso.

– Não precisa ter medo de admitir isso. Venha. – Ele pegou em minha mão e me puxou para perto da mesa da biblioteca, Não tenho medo de admitir, pensei comigo mesmo. – Eu sei como é. – Ele começou enquanto se sentava à uma cadeira obrigando-me a sentar na mais próxima. – Também já os tive.

– Você?

– Sim. Logo que... – Ele respirou fundo enquanto olhava para a pintura na parede. – Ele sumiu, me senti perdido, não só com meu dever, mas comigo mesmo. O procurei por todo o lugar, até no lugar mais impossível.

– Halloween. – Conclui.

– Sim. Até mesmo lá, foi assim que conheci Jack e sua história com os outros guardiões. – Cupid sorriu. – Lembro que fiquei tanto tempo procurando por pistas que nem tinha percebido que o Man in the Moon havia escolhido mais guardiões. Fiquei ausente por séculos enquanto meus amigos dragões e os novos escolhidos faziam o serviço que eu deveria ter feito, não me orgulho disso, nem um pouco, mas...

A Origem dos Guardiões - O Guardião PrimordialOnde histórias criam vida. Descubra agora