CAPITULO VIII - DE VOLTA À CASA DA ÁRVORE

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Acordei assustado mais uma vez, tendo o mesmo pesadelo. Já fazia um bom tempo que Tooth havia saído atrás dos ratos para saber o que se passava por ali, e Cupid também tinha ido atrás do outro Jack para saber noticias ou alguma pista, enquanto o resto de nós ficou a espera.

Assim que acordei pude ver que todos dormiam, o que levou a crer que não eu era o único que estava cansado e assim tomei minha decisão, mesmo que Cupid tenha nos falado sobre os pesadelos, ainda precisava descobrir mais, e se havia alguma chance das Portas que levam aos outros mundos estiverem nesse palácio, eu iria encontra-las. Levantei da poltrona onde descansava cuidadosamente para que nenhum dos outros acordasse, peguei meu cajado e fui explorar o local, mas assim que estava para sair da sala onde todos estavam reunidos, senti as alfinetadas no meu pé direito, já reconhecendo a sensação, não precisava nem olhar para baixar e saber quem era, Snowburst, aparentemente o dragão tinha realmente se apegado a mim e não podia fazer muita coisa, pelo menos não no palácio, aonde quer que eu fosse ali estava ele.

E mais uma vez parecia que ele sabia de uma coisa que eu não sabia, logo que estava tentando voar com a cauda enroscada em minha perna, como se quisesse me levar a algum lugar, tratei de o soltar de mim e deixar que fosse o guia novamente, ele pareceu aceitar bem. Voou baixo, fazendo algumas piruetas e sempre olhando para trás para ter certeza que estava sendo seguido.

O palácio do amor era enorme, a única diferença entre ele e o castelo das Fadas era que um é mais fechado que o outro, por exemplo, no palácio de Cupid havia uma quantidade maior de salas, desde a biblioteca até o quarto dos recém-nascidos, enquanto o das fadas não haviam salas e sim pequenos quartos para as fadinhas descansarem, e a biblioteca de memórias onde estavam todos os dentes das crianças do mundo. Me perderia muito mais fácil naquele lugar do que em qualquer outro, porém não parecia ser um desafio para o pequeno dragão. Não demorou muito para perde-lo de vista.

- Sim, eu sei que ele vai. - Ouvi uma voz irritada vindo de algum lugar ali perto. - Você é um mentiroso, sei que ele vai me ajudar, tudo o que preciso fazer é perguntar. - Não demorei a reconhecê-la, só que não entendi a conversa, não era possível ouvir com quem ela brigava, era quase como um sussurro aos meus ouvidos, sussurro que ela parecia ouvir muito bem. - Eu vou e quando o fizer, todos iremos...- Uma enorme luz se fez seguida de um estrondo ecoou pelo corredor, interrompendo a conversa, segui o barulho.

Ao chegar ao lugar o cheiro de enxofre era horrível junto a fumaça, conforme tudo se dissipava consegui ver as silhuetas de Snowburst e de Tooth, a mesma ainda tossia, enquanto o outro encarava uma parede onde havia disparado seu ataque.

- Tooth? Você tá bem? - Foi o que consegui perguntar.

- Jack?! - Surpresa. - Está tudo bem, só esse dragãozinho que me deu um susto enorme, disparando na parede com tudo.

- Por quê ele faria uma coisa assim?

- Eu não sei, não vi nem ele vindo aqui.

- Eu estava com ele há alguns segundos atrás, o perdi de vista, e - Fiz um gesto com as minhas mãos indicando a explosão. - kabom, isso aconteceu.

- E você veio parar aqui? - Tooth parecia desconfiada.

- Sim, ele me trouxe até aqui. Acredite ou não, é uma coisa que ele tem feito desde que resolveu grudar em mim.

- Entendi. - Ela estava um pouco retraída, evitava olhar diretamente para mim, ao invés focava em Snowburst que encarava a parede rosnando.

- Então, alguma novidade?

- Oi? O quê? - A retirei de seus pensamentos, ela parecia uma pouco aflita.

- Os ratos, alguma coisa? - Resolvi não perguntar com quem ela estava falando.

A Origem dos Guardiões - O Guardião PrimordialOnde histórias criam vida. Descubra agora