CAPITULO XV - ... QUE VIRAM PESADELOS (PARTE II)

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Posso garantir que atravessar uma parede de areia não é confortável. Você sente aquela coisa em cima de você e tudo fica pinicando, da cabeça aos pés, você se sente sujo em outras palavras, então imagine a minha alegria quando aparecemos em um novo local e toda aquela sensação sumiu no mesmo instante, era maravilhoso.

Logo atrás de mim veio Sandman que surgiu praticamente empurrando, fazendo com que voltasse pra realidade, mas não a verdadeira, a do momento mesmo. Estávamos em uma floresta, ao menos parecia com uma, e aparentemente era noite.

North estava a poucos passos de nós, com Tooth tremendo em seus braços ainda, estava horrível vivenciar aquela situação, nunca imaginei vê-la daquele jeito, logo ela que costumava ser tão alegre. O guardião a repousou no chão cuidadosamente enquanto analisava o local como nós.

A floresta que nos encontrávamos não aparentava estar viva. As árvores estavam sem folhas e flores, haviam apenas os galhos secos dando silhuetas sinistras, os arbustos tão secos quanto as árvores, no chão um pouco de grama ainda lutava por sobrevivência. E além disso algumas formas peculiares que não se encaixavam muito, pareciam espinhos pretos enormes que se espalharam e saiam do próprio chão, vindo de todas as direções. Passei a mão por cima deles e tive a estranha sensação de ser sugado, como se minha energia estivesse sendo absorvida, "O quão real esses sonhos têm sido?"

– Sandy, quanto tempo ainda temos? – Sandman fez sua areia se transformar em sua ampulheta, mais da metade da areia já tinha caído, o que significava que já tinham se passado mais de meia hora.

– O que pode acontecer, North? Caso não retornemos nos próximos minutos?

– Em circunstâncias normais, nada seria tão grave, a questão é que estamos em sete e estamos tendo uma influência maior fora a areia mágica de Sandman, podem haver consequências ao acordarmos. – Voltei meu olhar para Tooth, se não fosse pela sombra de Pitch, o plano poderia ter funcionado corretamente, mas sua aparição havia trazido grandes problemas e ela era quem estava sofrendo muito mais no momento.

– Não deveríamos acordar Tooth? Ela está muito fragilizada aqui.

– Estou cogitando essa ideia, mas receio que se a tirarmos agora, nesse estado, pode ser pior. – Assenti, porém precisávamos tomar uma decisão rápida, ainda faltavam três sonhos para atravessarmos. – O que acha, Sandy? Devemos acordá-la? – Sandman a observou com um olhar preocupado, talvez North estivesse certo, fazê-la retornar naquele estado, não parecia ser uma boa ideia.

– Não. – Toothiana abriu os olhos e tentou sentar se apoiando em North. – Eu estou bem. Não vou deixá-la vencer assim.

– Tem certeza, Tooth?

– Tenho, vou continuar. – Após dizer isso, Tooth tentou ficar de pé, North continuou a lhe oferecer apoio até que ela pudesse se equilibrar sozinha. – Muito bem, Sandman, sabe nos dizer de quem é esse sonho? – Sandy apenas deixou que um ponto de interrogação surgisse em sua cabeça, mais uma vez deveríamos procurar pelo guardião responsável por outro sonho, estava começando a ficar cansado disso.

– O que faremos agora? Não podemos ficar andando para qualquer lado, vamos perder muito tempo assim.

– Vamos pensar um pouco, Jack, de repente... – North não terminou sua frase, alguma coisa tinha chamado sua atenção, seus olhos pareciam estudar alguma coisa atrás de mim, virei meu corpo procurando pelo que ele observava, Toothiana e Sandman seguiram meus movimentos, então retornei a encará-lo.

– O que foi?

– Essas coisas... – Ele chegou a apontar para os espinhos pretos, porém não consegui ver diferença alguma. – Estão aparecendo mais. – Voltei a olhá-los e entendi. Realmente mais alguns espinhos tinham crescido e alguns outros estavam crescendo também.

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