Capítulo 5 - Desavenças

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O dia seguinte amanheceu com o chamado de café da manhã. Levantei, me vesti e desci as escadas para encontrar uma cena já habitual: A família toda reunida em uma mesa com uma cadeira vazia, a minha. Sentei-me, agradeci pela comida, peguei minhas garras e comecei a comer. Percebi que minha irmã estava olhando torto para a Shiro. Também pudera, o que aconteceu ontem à noite foi...

Selvagem.

Depois de chegarmos em casa, no meio daquele frio de gelar o osso, brincamos – Eu, Uriah e os gêmeos – na neve do lado de fora até Eli'Ana chamar para irmos dormir, pois já estava tarde e tínhamos que acordar cedo no dia seguinte. No caso, hoje. Todos foram aos seus quartos e eu fui o último, pois tinha que dar um beijo de boa noite em cada um dos irmãos mais novos. Pedi um beijo especial na minha irmã. Ela me deu um tapa...

Foram meus irmãos pro quarto e fecharam a porta, e eu fiz o mesmo depois deles.

Quando eu menos esperava, essa garota do cabelo branco veio pra cima de mim me empurrando pro quarto. Ela fechou a porta e congelou a maçaneta, depois foi andando para cima de mim como se fosse me engolir vivo e ainda só lembro-me de sentir medo por que seus cabelos e pele branca me arrepiavam cada segundo que eu a olhava. O vestido dela estava vivo, agarrou meu tornozelo e me fez cair para trás, logo em cima da minha cama, mas, por infortúnio dela, ela tropeçou na própria roupa e caiu em cima de mim. Segurei-a, sem perceber onde estava a minha mão: em seus quadris.

Minha mente estava me matando, tudo estava acontecendo tão rápido, mas logo uma figura apareceu para me salvar! Como Shiro, minha prima, havia congelado a maçaneta, o único jeito de entrar seria explodindo a porta, e foi isso que a minha pequena heroína fez: Explodiu a porta e entrou para ver o que estava acontecendo, revelando sua identidade quando a poeira baixou: Uriah viu a minha prima entrar no meu quarto e fechar a porta, então queria saber desesperadamente o que estava acontecendo e, para a decepção da minha pequena, nós estávamos na cama. Coitada, faltou ela explodir em cima da porta já explodida de tanta raiva. Uriah levitou a garota no ar e lançou-a para longe, atravessando a janela. Foi parar na fonte, agora congelada, mas, felizmente, ela sobreviveu à queda sem muitos arranhões. Seu Signus era uma raposa que a seguiu e ajudou-a a se curar.

Algumas horas depois do ocorrido uma taça de vinho voou do prato da Uriah até a roupa de Shiro.

_Opa! Foi mal, foi sem querer_ Disse Uriah com tom sínico.

_Ei, Uriah, se acalme, ela não fez por mal.

_Não fez por mal eu cetro! Ela é uma dissimulada, uma pervertida assim como a mãe!

Assim que ouviu essas palavras, Shiro se levantou com tanta raiva que a cadeira atrás dela caiu pela brutalidade de seu movimento:

_Tá, já chega! Vocês são porcos alienados! Não preciso de vocês do meu lado! Fiquem vocês com suas mordomias e almofadas de pena de ganso... não preciso disso: Eu tenho a mim mesma._ Depois de jogar talheres e comida nas paredes, saiu da sala de jantar, preparada para fazer sua mala e ir embora.

_Já vai tarde, ínfima._ Disse Uriah, ainda em seu tom irônico.

_Você foi longe demais._ Eu levantei e segui a prima até seu quarto.

_O que eu fiz foi dar a outra face...

_Não, o que você fez foi vingança. E vingança apodrece.

...

Ninguém disse nada até eu fechar as portas do grande salão.

Shiro estava, realmente, arrumando as malas. Na verdade, jogando as roupas dentro da mala, que mais parecia um buraco negro, sugando seus pertences para dentro. Entravam na mala e sumiam em um manto preto como a noite. Sentei-me na cama que ela dormia e fiquei olhando-a por um tempo e pude perceber que estava envergonhada de eu estar ali.

DOKTRINA MAGNA / ReichOnde histórias criam vida. Descubra agora