Capítulo 4 - O Festival das Luzes

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Fui pro meu quarto, deixando o meu pai conversar com minha avó pra não arrumar mais confusão. Fechei a porta e percebi dois olhos vermelhos me olhando.

_Oi, Bu. Como anda minha coisinha fofa?

_Não sou fofa! Respeite-me!

_Você é muito fofa sim! É peludinha, branca como a neve lá fora e é muito pequenina!

_Ande, apronte-se, príncipe, ou irá se atrasar. Eli'Ana já terminou de preparar suas coisas e sua roupa está na cama.

_Você que manda.

Despi-me, joguei minha roupa em cima da coelhinha no chão e corri para dentro do banheiro:

_Ah, desgraçado! Eu vou te pegar, fritar seus miolos! Você vai ver uma Bruma que você nunca viu antes!

Ela saiu de baixo da roupa e pulou o mais furiosamente que podia em direção a mim. Eu fechei a porta o mais rapidamente e só ouvi e senti um baque muito forte na porta, quase quebrando-a. Ufa, quase perco um braço nessa. Ah, o banheiro Branco, agora posso descrevê-lo. À minha esquerda um armário de madeira branca e, na frente dele, um espaço rebaixado para se tomar uma ducha. Mais na frente a giganórmica banheira com hidromassagem. Lá atrás uma porta de correr enfeitada com desenhos em estilos Xinês imperial que dava para um depósito, muito bem escondido para não perder a minimalística aparência do banheiro, com toalhas, roupas extras de emergência, sabonetes, xampus e condicionadores. Os xampus eram umas bisnagas com o meio destacável, podendo ser tirado, seu conteúdo, à mão. Do lado direito, na parede, a bancada branca com fios dourados e, acima dela, o espelho do banheiro que dava para ver o banheiro todo de tão grande. Nas bordas, dragões e águias prateadas com olhos dourados ameaçavam e cuspiam fogo entre si e em cima do espelho.

Entrei na giganórmica banheira.

De novo as bolhas brancas e a água azul-transparente, mas agora não sinto nada. O ambiente está agradável e não estou a fim de sentir medo. Pode voltar outra hora. O banho mesmo era constituído de algas purificadoras. Elas absorvem o excesso de escer gasto que fica impregnado na pele e trocam por escer novo, que elas jogam na água e o nosso corpo absorve. Depois é só secar o corpo com ar corrente. Acabei o banho e fui até aquela parte rebaixada ao lado da banheira e, como não controlo o ar, existe um mecanismo, como um chuveiro, que faz isso pra mim. O vento espantou algumas partículas de escer que caiu pelo ralo. Eu imagino onde essas partículas vão parar.

Depois de um bom banho, sequei as partes que faltavam com a toalha pendurada no armário branco e abri a porta do banheiro.

Uma bolinha de pelos brancos voou na minha cara e tentou morder meu nariz.

_Ai, Bu! Assim você me machuca!

_Você é um dissimulado, um raticado, joião, ridículo!

E continuou a me chamar de mais nomes impronunciáveis e a tentar acertar meu rosto com tapas, mesmo não podendo me alcançar, até cansar e desmaiar de cansaço em minha mão.

_Ah, bicho FOFO! Que vontade tenho de apertar-te até estourar.

Andei até a escrivaninha e a deitei em seu ninho, que era sua cama, feita de galhos, algodão natural e penas. Minhas roupas estavam em um cabide (extremamente forte), pendurado na parte de cima da cama. Peguei as peças e analisei-as enquanto vestia-as. Eram bastante show off: Uma camisa de malha com uma manga comprida e a outra aberta deixando meu peito esquerdo totalmente à mostra. Por cima dela vinha uma armadura de ferro (um tanto pesada) com adereços de cristal azul escuro no ombro direito. A peça toda fazia uma diagonal que começava acima do meu ombro direito e terminava na minha cintura, lado esquerdo. A armadura que falei era o lado direito comprido que terminava com garras de ferro nas mãos. No outro lado a mesma coisa, porém, no peito e nas costas era aberto. A única coisa que ligava as duas partes era uma corrente metálica nas costas. As calças compridas e quentes eram um complemento à parte de cima, mantendo o mesmo padrão, com detalhes verdes dobráveis no joelho e garras nos pés. A roupa inteira dava a entender que eu era um apocal: O cavaleiro de Quaaritu, que irá salvar o mundo da devastação e da corrupção. Mas para ser cavaleiro só me falta um cavalo...

DOKTRINA MAGNA / ReichOnde histórias criam vida. Descubra agora