- Quer casar comigo? - me lembro de perguntar, parado na frente do espelho, enquanto segurava o anel barato que comprei para a Zoey. Faltavam poucos dias para o fim das férias de verão e eu não via melhor oportunidade para fazer o pedido já que, em algumas horas, estaríamos no carro em direção à New Haven, onde nossas aulas começariam em dois dias. Limpei a garganta e tornei a perguntar:
- Zoey, você quer se casar comigo? - eu e a Zoey nos conhecemos no Colégio e começamos a namorar desde o fim do ano passado, quando cursamos o primeiro ano do ensino médio.Eu nunca fui o tipo de cara que me abria pras pessoas... muito menos se essas pessoas tivessem seios; mas com a Zoey foi diferente. Eu a amava. E achava que ela era o melhor que eu poderia conseguir em toda uma vida. Me senti preparado. Finalmente, depois de ensaiar literalmente cento e vinte e duas vezes na frente do espelho, me sentia preparado para ir e pedir.
Minha mãe não estava em casa o que era um alívio, pois eu definitivamente não pretendia contar tão cedo à ela o que estava prestes a fazer. Peguei as chaves do meu Suzuki sx4 que eu havia ganhado no fim do ano passado por, segundo meu pai, "bom comportamento", mas sabia que ele estava me dando o carro por ter medo que a única garota suficientemente afetada mentalmente para ficar comigo, me largasse por pensar que eu era um pobretão.
Dirigi até o prédio da Zoey, sentindo como se um Gremlin se revirasse dentro da minha barriga. Estacionei o carro e sai, checando se o anel estava dentro do meu bolso. Respirei fundo e fui. Simplesmente fui. Sem pensar em nada, para não correr o risco de desistir.
Apertei o botão do elevador para o sexto andar e quase tive um infarto enquanto esperava chegar ao andar que eu queria. Respirei mais uma vez muito fundo, pois parecia que o ar estava fugindo dos meus pulmões, e andei pelo corredor até o apartamento dela. Ao me aproximar, vi que a porta estava aberta e... ESPERA AÍ, EU GOSTARIA DE FAZER UMA BREVE PAUSA PARA DIZER: POR QUE DIABOS EU ENTREI SEM BATER? Quer dizer, não que eu não quisesse descobrir, mas daquele jeito... foi demais pra mim. Enfim... eu abri a porta e entrei de fininho. Não estava em meus planos surpreende-la tanto, mas agora que eu estava ali, a ideia me pareceu muito boa. Estúpido.
A porta do quarto dela estava bem à minha frente e só quando eu já estava com as mãos na maçaneta foi que ouvi sons... gemidos vinham do quarto da Zoey. "E se ela estiver se engasgando" foi o que pensei, inocentemente. Girei a maçaneta e vi, em cima da cama, Zoey fazendo sexo com outro cara. Um fato importante a ser lembrado: nessa época, eu ainda era virgem. Não por falta de oportunidade, mas por ela ter "escolhido esperar o momento certo para ir pra cama comigo"... Poxa vida, como eu pude não perceber antes? Ela disse "comigo" e não "com o cara super malhado que tem um órgão genital dolorosamente grande".
- MAS QUE PORRA É ESSA? - me lembro de ter gritado. O que é engraçado, pois eu literalmente nunca gritava.
Zoey, na tentativa apressada de sair de cima do cara, se jogou no chão e bateu o rosto no criado mudo. Bastante sangue começou a escorrer pelo seu nariz e a pingar em seus seios nus.
- Aí meu Deus, Joseph... Sinto muito, sinto muito mesmo... Isso não vai se repetir, eu prometo.
Enquanto ela estava lá, caída no chão cobrindo o nariz partido, eu só conseguia encarar o cara que me olhava friamente e continuava com seu pênis gigante para fora.
Eu não me lembro de, em toda a minha vida, ter sentido tanta raiva como senti naquele momento. Meu coração foi partido em mil pedaços pequenos, jogados numa lata com fogo, queimado, virado cinzas e, logo em seguida, foi misturado à estrume para servir de adubo. Eu estava arrasado. Minha cabeça começou a latejar e eu só queria sair dali. Enfiei a mão trêmula no bolso e joguei o anel em cima do cara.
- Pega... aproveita e pede ela em casamento. - E saí, tentando parecer o mais forte o possível.
Desabei assim que entrei no elevador. Do mesmo jeito que eu não gritava, também não chorava e também não me decepcionava com as pessoas, pois eu nunca esperava nada delas. Mas, infelizmente, aquele dia foi uma maldita exceção.
OLHA EU DE NOVO AQUI!!!!!!!! Vocês não imaginam o quão ansiosa eu estava para postar logo essa história, e agora finalmente... EU POSTEI!!!! Comentem o que acharam desse começo, porque isso me ajuda a querer escrever ainda mais. Adoro vocês e estou muito feliz por, mais uma vez, estar compartilhando uma parte de mim com vocês.
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Juntos contra o mundo - a história de Joseph.
Novela JuvenilNo último dia de verão, Joseph planeja pedir a namorada em casamento mas, ao chegar ao apartamento dela, descobre que ela está o traindo. E, para seu azar, semanas antes eles haviam se matriculado num colégio interno em outra cidade. Agora, além de...