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- Eu era apenas uma menina quando conheci o avô de vocês. Ele era um rapaz jovial que morava no fim de nossa rua e, todos os dias, eu acordava mais cedo que todas as minhas irmãs apenas para vê-lo passar sob nossa janela. - A avó de Louis começou a contar e, involuntariamente, Harry curvou-se um pouco mais para a frente, apoiando o queixo na mão. - Todas as manhãs ele ia de bicicleta para o trabalho e fazia questão de sempre sorrir em direção à minha janela, rindo baixinho quando eu corava. Naquela época, as coisas não eram tão simples quanto são hoje e meses se passaram antes que ele tomasse coragem e pedisse aos meus pais para levar a um passeio no parque.

Harry sorriu, encantado com o que ouvia, e não resistiu em soltar um pequeno suspiro de ansiedade quando a senhora parou a história por alguns segundos para bebericar novamente seu chá.

- O que era para ser apenas um passeio no parque, se tornou um namoro. A rotina das manhãs havia mudado e, ao invés de passar direto na bicicleta, o avô de vocês parava, mandava beijos até a minha janela e deixava uma flor na soleira da porta para que eu a pegasse quando ele fosse embora. E foram anos de namoro daquela forma. Eu era a garota mais sortuda e apaixonada do mundo.

A velha mulher parou mais uma vez e se serviu de mais chá, colocando um cubo de açúcar na xícara e mexendo o líquido calmamente com a colher. Harry já estava para morrer de nervosismo, ansiando pela continuação, quando Louis resmungou:

- Não faça essas pausas dramáticas, vovó! O que aconteceu depois?

- Calma, meu lindo Boo Bear. A melhor parte ainda está por vir.





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