Selvática, por T.S Berker

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Sinopse: "Você já quis o cara perfeito? Já sonhou com alguém que trouxesse flores, chocolates, ursos de pelúcia? Há uma garota que repudia tudo isso! Tudo o que ela quer é um corpo em sua cama, uma foda selvagem, um mundo em que a libido possa ser saciada sem pudor! Ela quer tudo! Quer todos! Ela é o abismo que afunda você na tentação. Para ela o bem é só uma forma de mascarar a realidade e negar quem realmente somos! Se Arabella pudesse ser traduzida em uma palavra essa palavra seria PUTA. Mas cuidado, nem sempre as coisas são o que aparentam ser!"

Gênero: Romance Erótico e Drama

Classificação: +18

Status: Finalizada.

Observações: Inspirado nas músicas When The Sun Goes Down,do Arctic Monkeys, Ferrari , do The Neighbourhood.

A confissão. - Padre, eu pequei! – Aquela era uma das frases que eu mais ouvia. O confessionário me separava da pessoa do outro lado, mas a doçura na voz e o cheiro de um perfume igualmente adocicado não viam nesse ambiente barreira alguma. Eu mesmo de olhos fechados conseguia saber quem era. Mesmo sendo relativamente novo, aquele era o décimo ano em que me encontrava na paróquia de Santa Maria Madalena e todo aquele tempo fez com que fosse possível eu conhecer cada um dos meus fiéis;
- Conte-me seus pecados, filha. – Respondi mecanicamente, já havia um bom tempo que certas coisas da batina não me interessavam tanto assim.
- Eu me apaixonei!
- Mas isso não é pecado!
- Não seria se o alvo da minha paixão não fosse comprometido! – Rebateu ela.
- Agora entendo. – Abri os olhos e pude ver através da grade do confessionário que a garota estava completamente vestida de preto e que de sua cabeça caia um véu da mesma cor. O véu não conseguia esconder pequenos cristais que rolavam de seus olhos, qualquer um que visse a menina logo a associaria à pura Virgem Maria. – E esse rapaz, meu anjo, sabe dos seus sentimentos?
- Sim, padre! Ele não repeliu meus sentimentos!
- Veja bem, somos humanos, tendenciosos aos desejos carnais. O errado e proibido é como um prato que a princípio saboreamos, mas que ao chegar no estômago provoca desconforto. Mas diga, o que mais aconteceu? A mulher do tal rapaz chegou a descobri-los?
- Ele não é casado com mulher, padre!
- Sinto que não me atentei a algum detalhe, pois não estou entendendo!
- O compromisso dele não implica matrimônio.
- Hum, - Assenti – era apenas um namoro.
- Não!
- Não?
- Não. Ele era comprometido! Comprometido com a igreja. Ele era padre! – Suas lágrimas agora rolavam feito cascata e pequenos soluços se intercalavam com suas palavras. – Entendeu agora a gravidade do meu pecado, padre? Digo, DOS MEUS PECADOS, pois cometi muitos outros e todos ligados a ele! Contarei para que possa ver quão miserável eu sou! – Em mim só cabia silêncio, a confissão veio de uma forma de um soco na barriga e agora até mesmo respirar estava difícil. Permaneci imóvel, aguardando a continuação da história.

SUBERBIA_

- Filha, eu já pedi desculpas! – Minha mãe implorava, de joelhos e chorando feito criança, a verdadeira imagem de uma beata.
- Sinto muito, mas a vagabunda aqui é orgulhosa demais para desculpar alguém!
- Não faça assim! Por Deus! – Revirei os olhos e um ódio enorme tomou conta de mim. Aquela casa, cheia de velas, imagens de santos... São Tomás, São Benedito, Santo Agostinho, Santo Expedito... tudo me dava nojo! Mas nada era pior do que o maldito crucifixo com a imagem horrorosa do Cristo, sempre foi o objeto que mais odiei.
- Olha para você, não se humilhe por favor! Seja uma carola digna!
- Arabella, essa não é a maneira certa de tratar a sua mãe. Eu já pedi desculpas! – Colocou-se em pé e tentou me abraçar.
- Enfie suas desculpas no... – Um tapa violento veio de encontro ao meu rosto, alterando a imagem inicial, agora eu era quem estava joelhada sobre o piso velho e rachado daquela maldita casa.
- Você não se cansa de agir como uma vagabunda?
- Não! – Levantei – E saiba que se meu pai fosse vivo, a vagabunda aqui foderia com ele só para ver você chorar lágrimas de sangue! – Minha mão girou rapidamente a maçaneta gelada da porta e saí noite afora, correndo e com o orgulho latejando em meu peito.

Especial AM+NBHDOnde histórias criam vida. Descubra agora