Waterfall

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Point Of View Lauren Jauregui

22 de maio de 2012

–Vamos logo Lauren, vai ser legal. - Minha mãe tentava cegamente me incentivar a entrar naquele carro.

–Por que eu não posso ficar com a Tia Andreia? Ela pode cuidar de mim. - Argumentei, tentando a todo custo impedir que ela me levasse para aquele lugar.

–Porque queremos que você vá. Sua vó não te vê há dois anos. - Papai falou, segurando um caixa de papelão, parecia até pesada para ele, que a carregava até o carro.

–Mas eu não quero ir, mamãe. - Fechei minha expressão e revirei os olhos.

Nunca fora muito fã do ar do campo, eu prefiro a poluição urbana. Eu prefiro ficar em casa, perdida em meus aparelhos eletrônicos e sofisticados, do que ir para uma fazenda que fica, literalmente, no meio do nada. Eu amo a vovó, mas odeio sua escolha de lugar para morar. Não entendo muito a cabeça dos idosos, mas imagino que a dela já não esteja funcionando tão bem. Eu sei que de qualquer forma eu teria de ir, mas não custava nada argumentar contra.

–Vamos logo Michelle, não temos tempos para os seus ataques de rebeldia. - Meu pai esbravejou, já cansado de ter que lidar comigo, havia até adquirido uma coloração avermelhada em seu rosto.

Bufei, não é justo, eu não quero ir, será que é difícil demais para eles me deixar ficar? Não é como se fôssemos nos mudar para lá. Entrei no carro e rapidamente coloquei o cinto, não queria prolongar aquela discussão, eu iria me vingar deles por isso. Busquei os fones no bolso da minha jaqueta de couro, os encontrando de imediato. colocaquei-os em meu ouvido e conectei-os ao celular. Eu estava pronta para aguentar um voo e um viagem de carro até a fazenda da vovó. Eu iria passar um mês Crowley Corners, localizada em Tennessee. Nem sei se era considerada uma cidade, era quase inexistente no mapa. Eu até andei pesquisando sobre ela, mas não obtive nada, a não ser resultados sobre o filme da Hannah Montana.

[...]

Uma hora e trinta e quatro minutos, esse foi o tempo exato em que o voo levou. Todos esses minutos ouvindo o barulho chato de uma senhor obeso sentado ao meu lado, comendo batatas em um saco plástico, que fazia um barulho irritante ao movimentar do mesmo. Dei graças aos céus por sair daquele avião sem ter deixado ninguém ferido, eu estava maluca para fazer aquele senhor parar com o barulho, a única coisa que vinha-me a mente era a violência, que porte não usei. Eu até teria usado meus fones, mas não se podia usar celulares durante o voo, e eu tinha deixado meu iPod dentro da mala, então foi meio impossível de se ter disponível naquele momento.

–Papai, quem virá nos buscar? - Questionei confusa, ao me deparar com um nada ao sair do aeroporto.

–Ali está nossa carona. - Falou animado, apontando para uma caminhonete com uma pintura desbotada, e com pneus carecas de tanto serem usados. O veículos foi estacionado à alguns metros de nós e meu pai não conseguia conter a alegria em estar ali, ele sempre teve um lado caipira, afinal aqui é a "cidade" Natal dele.

–Sério que vamos andar nisso? - Questionei incrédula, cruzando os braços abaixo dos seios pequenos.

Eu sou apenas uma garota de quase dezesseis anos, então ainda estou passando pela puberdade, talvez ela tenha começado muito tarde para mim, geralmente sempre acontece entre onze e doze anos. A puberdade são mudanças físicas profundas, que vêm acompanhadas de alterações de humor, instabilidade emocional e muitos questionamentos e conflitos. Além disso, a Puberdade é um fenômeno biológico e comportamental. É um período de transição da infância para a adolescência. Ou seja, mudanças comportamentais, morfológicas e fisiológicas, que se refletem no modo de pensar, sentir e se comportar, irão acontecer. É a fase do aparecimento das características sexuais secundárias, de acordo com o gênero.

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