5º Capítulo - O Raio Vermelho - Brincando com ecos, aprendendo a ter certeza!

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- Clara, Clara, Clara, Lara, ara.... Cadê você, você, cê......

Lucas ouve as risadas de Clara.

- Estou aqui Lucas... perto da escola... Está brincando de eco é?

- Ai, não me assusta! Uma hora eu estava lá com o Mestres do Raio Verde; de repente estou aqui sozinho!!! Você nem me deixou eu me despedir dele!

- Fica tranquilo, vocês vão se rever logo logo... E então, você gosta de brincar de eco?

- Gosto, claro, que criança não gosta? Apesar de eu não me sentindo mais tão criança assim.

Lucas estava mais alto e se sentia diferente, estava como um adolescente de dezoito anos agora. Como todos nessa idade, começava a querer ter certezas na sua vida, e com essa vontade, sempre vem as dúvidas sobre o futuro...

- Agora Lucas, nós vamos conhecer o raio vermelho, que é o raio da certeza. O vermelho é uma cor que nos remete à ação, a determinação, a vontade de fazer as coisas para mudar o nosso futuro. O jaspe vermelho, que é o quarto cristal da estrela, é uma pedra que nos traz a vontade de ajudar o próximo, a certeza da fé, o verdadeiro altruísmo. É uma pedra também de devoção. Pronto então? Vamos?

Lucas já estava experiente. Olhou fixamente para o cristal do raio vermelho e Clara tocou levemente em seu ombro.

Ao abrir os olhos, Lucas se deparou com uma imagem que só poderia ser vista em filmes. Estavam no pico de uma montanha. Embaixo dos seus pés a terra vermelha batida. Ao longe via outras montanhas com muita vegetação. Era como se estivessem num enorme pedaço de rocha vermelha. À sua frente, um grande penhasco, um buraco no chão se mostrava, e ao olhar para baixo, Lucas vê um grande labirinto, onde pessoas caminhavam em diferentes direções. Algumas pessoas pareciam que iam cair num abismo e nesse momento rapidamente aparecia como se fossem soldados com uniformes vermelhos os virando e os colocando em outras direções. Outras pessoas estavam como que presas em becos sem saída, e se desesperavam. Nesse momento, lindas moças com asas, como se fossem anjos, sussurravam palavras em seus ouvidos e as pessoas se levantavam e voltavam por outro caminho. Parecia para Lucas uma grande caixa de formiga.

- Soldado da luz, sentido! - Um homem alto, com uniforme vermelho cheio de patentes e medalhas batia continência para Lucas, sorrindo.

Clara entrou na brincadeira e também bateu continência com o corpo bem ereto e olhando para frente. Lucas bateu continência e o homem falou:

- Descansar soldado.

Clara a apresentou:

- Lucas, esse é o Mestre do Raio Vermelho.

- Mas ele parece tão bravo, Clara. - sussurrou Lucas em seu ouvido.

- Não sou bravo, soldado Lucas. Exijo somente disciplina entre os meus subordinados.

Lucas se assustou e ficou ereto novamente. Clara e o Mestre do Raio Vermelho caíram na gargalhada e Lucas percebeu que acabara de cari numa brincadeira, e riu também.

- Lucas, estou muito feliz em te ver aqui! - disse o Mestres- Você estava me dando muito trabalho nos últimos tempos...

- Trabalho, eu? Por quê?

- Ora, é aqui no raio vermelho que pegamos as pessoas que estão, através de suas ações passadas, perdidas no meio do caminho, e mandamos luz para as suas ações passadas, as curando, e projetamos energias benéficas para abrir suas possibilidades para o futuro. Vem comigo para dentro do labirinto...

O Mestre do Raio Vermelho colocou a mão no ombro de Lucas e eles voltaram para o momento em que Lucas, na sala de aula de sua escola, decidia ou não se colava o chiclete no cabelo da amiguinha. Lucas ficou com o rosto vermelho e fechou os olhos para não ver o inevitável. Na cena, ele abriu bem os cabelo vermelhos da amiga, e sem ela perceber, colou o chiclete bem perto da raiz do cabelo. O sinal tocou e a professora os chamou para a aula de educação física e só então ele viu a grande besteira que tinha feito. Como a amiga tinha longos cabelos encaracolados, ela pegou o cabelo e fez um apertado rabo de cavalo, bem encima de onde ele tinha colocado o chiclete. Aí você já percebeu né? Lucas não teve coragem de avisar a amiga e a mistura suor-chiclete-cabelos longos fizeram o inevitável. Quando a amiga que ele nem sabia o nome, tentou desprender os cabelos, o estrago já estava feito. Bronca do professor procurando o culpado, todos de castigo na hora do intervalo, porque ninguém se entregou, e a coleguinha banhada em lágrimas indo embora com a mãe. No dia seguinte, a amiga não olhava no rosto de ninguém. Estava com uma boina e a professora pediu para ela tirar na sala de aula. Lucas olhou com um aperto no coração. O cabelo estava bem curtinho e todos começaram a rir dela...

Lucas na Caverna de Cristal - Uma viagem ao mundo dos portaisOnde histórias criam vida. Descubra agora