* Um pequeno bônus para que conheçam o Tony.
Capítulo quatro - Bônus :
"... Eu tô carente, eu tô
Eu tô carente do seu amorEu tô carente eu tô
Eu tô carente do seu amor..."Não, eu não estou carente, mas o Silvano deve estar... ah! O nostálgico e profundo Silvano Sales despejando a sua intensa sensibilidade em forma de melódicas cancões de uma sofrência carregada de pitadas de um drama puro e envolvente, ressoando agregadoramente ao ambiente aconchegante e quase que familiar do bar do Sr. Cicinho, que já pode ser considerado como patrimônio cultural de tão provecto que és. Confesso que para mim, não há lugar com melhor recepção e cortesia do que este. O velho é quase um ancião, transborda sabedoria e alegria.
Além do quê há de se falar da excelente localização, o bar é situado na famosa e única badalada pracinha da cidade de Uruçuí interior do Piauí. Cidade esta que onde nasci e tenho um punhado de recordações, algumas boas e outras nem tanto.
Eis a vida!
Mas também eis, que hoje em uma amistosa noite de sexta-feira estou eu tomando umas cervejas com alguns dos meus velhos novos amigos da época da minha infância e outros que conheci agora.
Para minha sorte nós homens temos essa vantagem, fazemos amizades como passe de mágica, não somos cheio se frescura igual a maioria das mulheres que fazem uma seleção toda. Conosco não há nada que uma pelada de futebol e cerveja gelada não aproxime. A verdade é que somos seres fácies.
Alguns dos caras são parceiros antigos da época em que eu vinha para cá passar as férias com meu pai e minha querida madrasta insuportável, ao qual tenho evitado o máximo possível desde que cheguei.
Lembro - me que faz um tempo a última vez que estive aqui, mais precisamente uns dez anos. Eu era simplesmente fissurado por essa cidade e a liberdade e diversão que ela me proporcionava quando eu vinha para cá passar férias semestrais e as anuais com meu pai, mesmo eu nunca tendo uma boa relação com a Marly minha madrasta que pra mim não tenho dúvidas, foi a causadora da separação dos meus pais.
De certo ela nunca escondeu sua antipatia por mim, mas me tratava e trata bem dentro do possível, ou seja é uma megera falsa.
Até que da última vez, foi o fastígio. Acabei por ouvi sem querer uma conversa dos dois onde ela insinuava para o meu pai que eu era um vagabundo e não queria nada com a vida, que eu iria vir a ser um drogado e viveria fumando maconha sem rumo, que eu poderia arruinar a reputação do mesmo, que acabava de ingressar na vida pública como um bom político. Sendo que eu não usava droga alguma, exceto álcool e tabaco socialmente.
Tudo isso por que decidi trancar a faculdade de medicina que eu levava empurrando com barriga para agradar os outros e principalmente meu pai, que é médico.
Só sei que tivemos uma briga feia na época e depois disso resolvi não retornar mais. Dando assim, o gosto da vitória para a megera, que acabou conseguindo seu propósito.
Segui minha vida e descobri minha vocação em Administração de empresas. Algo que realmente me atraí.
Desde então meu contato com ele deu-se de maneira esporádica, ocorrendo
quando ele ia para a capital á trabalho e nós nos víamos quando dava, isso umas três ou quatro vezes no ano, sem falar que sua estadia era rápida entre dois ou três dias no máximo. Sendo assim minha relação com ele era meio estagnada, não tínhamos muito em comum além do sangue que circulava em nossas veias.
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FACHADA
Chick-LitArisca e ácida, Arminda Bragança é uma jovem agrônoma que vive para o trabalho e se mantém numa posse impassível de boa filha e impérvia mulher de negócios. Aos olhos do povo ela é uma mulher firme, temida e até invejada. Impõe respeito e exprime...