Bom, terminadas a parte relativa ao mercado, a próxima questão a ser respondida é 'como iniciar uma obra'?
A resposta, evidentemente, é 'com uma ideia'. Afinal de contas, não é possível começar nada sem uma ideia mínima do que se irá criar.
Aqui alguns dirão que mais do que uma ideia, uma BOA ideia deveria ser o ponto de partida. A estes eu respondo que não. É evidente que uma boa ideia ajuda, mas ela não realmente necessária para a criação de uma boa obra literária. Afinal, é como eu sempre digo: 'Da mesma maneira que nas mãos de um bom escritor uma ideia banal por terminar se tornando um livro excelente, nas mãos de um despreparado a melhor das ideias não passará de uma história medíocre.' Até porque o que para uma pessoa é uma ideia genial, para outra pode ser a maior besteira. Assim, vamos partir mesmo de uma ideia.
O que, então, vem a ser uma ideia?
Esta é uma pergunta mais complexa do que se pode pensar, pois a maioria das pessoas não inicia uma obra da ideia em si. Normalmente se pensa numa cena ou situação, com alguns personagens semi desenvolvidos, e começa daí a criar.
Ideia não é o personagem ou sua história de vida, coisas que, como veremos mais para frente, enriquecerão a história; assim como não é a trama da história nem a forma como ela é apresentada. A ideia é do que a história trata, sua cerne, seu âmago, essência.
Por exemplo, no clássico O Nome da Rosa, de Umberto Eco, (que todo mundo conhece, seja o livro ou o filme) a ideia por trás da história é de 'um romance detetivesco, de cunho histórico, o qual acontece na Idade Média, durante o período da inquisição'.
No caso da série Harry Potter, a ideia é 'uma série de aventura infanto-juvenil, de cunho fantástico, acontecendo em tempos atuais e em nossa terra,'.
Perceba que essas noções de ideia são bastante vagas (em especial para a serie, que engloba vário livros e que cresceu com seu público) estão longe de ser a trama que, no caso do primeiro exemplo trabalha a investigação de mortes misteriosas ligadas a um livro proibido em um mosteiro na Itália do século XIV, feitas por um ex-inquisidor, o qual não era bem visto por certas ordens da igreja; e no segundo de um garoto, escolhido para lutar contra um vilão, que "retornou" da morte e busca dominar 'o mundo mágico'.
Note inclusive que, enquanto as últimas descrições nada mais são do que resumo da trama por trás da obra, as primeiras são a síntese do que trata os livros, e é essa síntese que é a ideia por trás da história.
Mas se, como eu já coloquei, quando o "germe" da ideia floresce nas mente do autor, ele não surge desta maneira abstrata, você pode perguntar qual a importância da definição da ideia por trás da obra.
Ela é necessária por dois motivos:
Primeiro porque a falta de uma ideia bem determinada (aliada a outros aspectos dos quais falaremos mais tarde) faz com que o autor, em especial aquele que está se iniciando na literatura, possa ficar modificando a trama de seu livro um sem-número de vezes, deixando-a sem objetividade, e fazendo a história dar voltas desnecessárias, no que deveria ser uma reta, antes de chegar ao final.
Depois, porque a definição da ideia é importante quando se apresentará a obra em seu formato original à editora.
- Como então desenvolver a ideia?
Antes de trabalharmos o desenvolvimento da ideia, temos que colocar algumas questões em relação ao escrever.
O que escrever? O que você gosta de ler! Por quê? Porque normalmente se você escrever sobre algo que você não gosta, ou não sabe esse sentimento, ou falta de conhecimento, poderão ser vistos na obra, que soará artificial.
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