Ele é louco? Como se já não bastasse me dar um celular pra falar com ele, ele me liga e pior, diz que vai me tirar daqui antes do meu pai. Percebo que já é tarde e volto a guardar o celular.
Penso em como foi bom conversar com ele. Não é a primeira pessoa pra quem eu conto minha história, mas quando contei a ele, me senti leve, melhor.
Talvez não seja algo tão ruim manter contato com ele.
Durmo em meio aos meus pensamentos.
Na manhã seguinte acordo e corro pra pegar o celular. Me assusto ao ver que é bem mais cedo do que eu esperava e Pâmela ainda dormia.
Abro a caixa de mensagens e digito pra Philipe.Caitlyn:
Seria loucura se você já estivesse acordado?
Philipe:
Seria e é. Mas não consegui dormir depois da sua ligação.
Caitlyn:
Não deveria deixar de dormir por minha causa.
Philipe:
E por quê está acordada tão cedo?
Caitlyn:
Não sei. Simplesmente acordei e peguei o celular. Me assustei com a hora.
Pra falar a verdade... acho que estava ansiosa pra falar com você novamente.
Philipe:
Isso é bom.
Estou sempre ansioso pra falar contigo.Caitlyn:
Por que está fazendo isso?
Philipe:
Não sei.
Eu realmente não sei. Você é linda e eu te quero pra mim.
Caitlyn:
É isso? Você me quero porquê me achou linda? Quer que eu seja mais uma das suas? Minha mãe sempre disse que homens só querem sexo e depois não olham pra cara.
Philipe:
Não. Não é isso. Estou me empenhando nisso. Você não é só mais uma ou não me daria ao trabalho.
Espera um pouco. Você disse que sua mãe quem disse? Por que essa aversão por você perto de homem?
Caitlyn:
Ela só estava me protegendo das más línguas. Devo ser uma moça de respeito pra arrumar um marido respeitado.
Philipe:
Você não precisa casar se não quiser.
Caitlyn:
Claro que preciso. Não vou ser freira pra sempre.
Philipe:
Você não tem só essas opções. A vida é tão bela. Eu poderia te mostrar se deixasse.
O que vai fazer hoje?
Caitlyn:
Estou liberada das minhas atividades hoje. Só irei até a igreja.
Philipe:
A Pam também?
Caitlyn:
Sim
Philipe:
Deixe-me falar com ela.
Caitlyn:
Ligue que vou tentar acorda-la.
Atendo no primeiro toque e me sento na cama da Pâmela. Toco nela algumas vezes chamando seu nome e ela não responde. Chamo mais alto e a balanço um pouco mais forte e nada.
Perco a paciência e pego por sua perna a chacoalhando por inteira.
Ela acorda assutada perguntando o que aconteceu. A entrego o celular dizendo que seu irmão quer falar com ela.- O que foi, mano?... É. Tô bem e você?...Exatamente... Claro que não. Você pode parar de ser inconsequente?... Não... Sem chance... Já disse que não Philipe... ahh, o Caio?... hum... vou ver o que posso fazer e ligo de volta.
Ela me devolve o celular e vejo qie a chamada ainda está ativa. Ponho no ouvido e chamo por Philipe.
- Philipe?
- Oi, minha linda.
- O que você ta tentando fazer a Pâmela aprontar?
- Você já vai saber.Deligo a chamada e vou com Pâmela a sala da Madre e ela ensaia uma cara de tristeza antes de entramos na sala.
O que essa garota vai fazer?
Entramos na sala e a Madre olha com tristeza pra Pâmela e logo a abraça.
- Oh, minha querida. Seu irmão acabou de nos ligar. Disse que um carro está a sua espera e te levará até a casa dele.
- Madre, será que a Caitlyn poderia me acompanhar? Sabe, ela está sempre comigo e seria melhor pra mim se alguém forte e rígida como ela estivesse próxima pra me manter forte. - essa atuação tá tão boa que eu estou quase chorando. Rígida eu kkkkkkk. Conta outra.
- A Caitlyn não pode sair do convento, mas abrirei uma exceção para hoje. Por favor. Se comportem. Amanhã quero as duas aqui as 07h da manhã. - sempre calma ela me proibe de... pera. Ela deixou? Ela deixou. Obrigada, Deus.!!!
Tento conter minhas emoções, afinal estamos atuando um momento triste. Agradeço a madre e saio abraçando a Pâmela. Seguimos assim até o quarto, afinal todos deveriam achar que estamos muito triste, já que aconteceu alguma coisa que ainda não sabemos o que foi.
Rimos muito depois que trancamos a porta.
- O que deveremos levar?
- Nada. Ela cuidou de tudo, roupas, higiene, alimentação, tudo a nossa espera. Inclusive o motorista dele. Vamos adiantar, porque é cedo, mas 24h passam muito rápido quando não queremos que passe.
Pego o celular, coloco na caixa que ele entregou e escondo nas mangas do hábito. Saimos abraçadas do convento e entramos num enorme carro preto de vidros fumê que estava a espera.
Percebi que a Isabelle, que é outra noviça que não gosta nem um pouco de mim, estava na porta observando tudo com um olhar de cobra.
O motorista corre bastante, Pâmela parece estar super tranquila e acostumada com isso.
Depois de um tempo, chegamos em uma guarita e os grandes portões de ferro de abrem.
- O que tem ai atrás? Um castelo ou o banco central?
- Acho que o banco central - Pâmela fala rindo.
Passamos por um jardim enooorme e paramos na frente de uma grande porta de vidro de guarda uma casa incrivelmente... incrivelmente... extraordinária é o mínimo pra isso aqui.
Logo, Philipe passa pela porta com uma mala nas mãos. Ele está tão lindo com uma calça bege, blusa branca de mangas folgada, uma bota marrom escura e cabelo por pentear.Ele entra no carro e seu perfume forte e inconfundível exala ali dentro.
Ele se vira e passa a mão no queixo da irmã.
- Oi, meu amor. Como foi ter que chorar a morte da vovó de novo?
- Foi isso que você disse? Você não tem jeito.
Ele se vira pra mim e aperta minha mão rapidamente. Que mão quente e forte.
- Oi, linda.
- Oi.
Ele fala e se vira novamente.
- Casa do Caio. - Ele fala pro motorista.
Depois de mais um tempo(eu não aguento mais ficar dentro desse carro), chegamos a outra casa muito grande, mas nada comparada.
Descemos do carro e Philipe da a volta pra falar com o motorista que sai em seguida. Ele se dirige até a entrada da casa e o seguimos.
Subimos as escadas e ele abre um quarto pra nós. Coloca a mala em cima da cama e abre.
-Esses são da Pam e esses da Caitlyn.- ele fala nos entregando alguns vestidos. - Eles podem ficar pequenos ou grandes, Caitlyn, já que nunca me foi permitido ver seu corpinho. - abaixo a cabeça envergonhada - Tudo que vocês possam precisar está aqui. Qualquer coisa é só me falar. Vou esperar na cozinha com o Caio.
Ele sai do quarto e Pâmela tranca a porta pra começarmos a nos trocar.
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A freira
FanfictionConteúdo adulto Caitlyn é uma jovem designada a ser freira desde a adolescência e assim ocorreu assim que atingiu sua maioridade. Vinda de família extremamente religiosa e focada no catolicismo, seu pai John e sua mãe Helena decidiram que esse seria...