Capítulo um.

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Abro os olhos devagar, teto branco, cortinas azuis, chão branco, avental azul, me deparo com Taylor na cama ao lado, tento levantar para abraça-lo mas uma dor insistente nas minhas costelas não me permite fazer isso, afago sua mão, olho ao redor e percebo que o lugar não é familiar, Tyler entra no quarto correndo, sorri ao me ver, me abraça forte e ali me aconchego, quando se afasta e olha para mim, os olhos, grandes e castanhos estão vermelhos, como pode alguém ser tão bonito mesmo com olheiras e tantas ruguinhas, me pergunto, Taylor parece ter dormido, pois nem sequer se mexe.

—Vim assim que me disseram que estava acordada, minha filha. —Ele fala com a voz embargada, quase sussurrando, Tyler nunca me chamou de minha filha, estranho.

—Tyler o que aconteceu? O que estou fazendo aqui?

—Shh, descanse, mais tarde conversaremos.

No canto da sala, uma enfermeira pigarreia tentando chamar atenção.

—Sr. Tyler Moutar? Me acompanhe, por favor.

Tyler me abraça e em seguida sai, seguindo a moça, logo em seguida uma moça de olhos grandes, cabelos castanhos e com nome Ryla Castro no crachá entra no quarto e me estende a mão, ela é simplesmente linda, na mão, uma pílula azul, do tamanho de uma moeda, que apenas depois de algum tempo percebo, em seguida, me estende um copo d'água, a maldita pílula demora a descer.

—Como está se sentindo? —ela pergunta em tom melancólico, enquanto enche mais um copo d'água e me estende o copo, pego e respondo.

—Bem, mas, minhas costelas estão doendo, pode me explicar o porquê estou aqui?

—Ainda não me foi repassado nada a respeito do seu boletim, mas eu tenho certeza que seus pais irão lhe dizer. Agora, tem um rapaz aí fora, ele driblou os seguranças só para te ver. —Ela fala, quase que com raiva, e sai da sala, ela não me é estranha, é como se eu a conhecesse a anos.

Gustav entra na sala com um buquê enorme de flores e duas caixas de chocolates, e eu nem gosto de chocolate. É incrível como essa cena se tornou totalmente patética para mim, arranco as flores e as jogo pela janela junto com os bombons.

—Sai daqui. —Digo, sem olhar para ele.

—Olha, eu entendo que você esteja sofrendo por mim, mas, por favor me deixa explicar. —Que cara de pau.

—O que você tem para explicar?

—Eu te amo, preciso que me perdoe, não tenho dormido, estou só pés de galinha por sua culpa, me perdoe, volte para mim. —Como não percebi esse poço de narcisismo a minha frente?

—Saia antes que eu chame os seguranças.

—Você não faria isso, você me ama. —Imbecil, tento me levantar mas não consigo de jeito nenhum mexer minhas pernas, olho por debaixo do lençol e não entendo o que vejo, cintos de contenção me prendem da cintura aos pés.

—Se eu pudesse me levantar, te daria um belo de um soco, mas você não vale nem o esforço. SEGURANÇAAAAS, TIREM ESSE IDIOTA DAQUI, POR FAVOR, ELE ESTÁ ME MACHUCANDO. —Finjo chorar.

—Você ficou louca?? pare. —Ele coloca a mão na minha boca.

—NÃO ME TOQUE, SAIA DAQUI, SOCORRO, SOCORRO!

—O que está acontecendo aqui? —Tyler entra no quarto, e quando olha para Gustav sinto e vejo o ódio em seus olhos, Gustav tenta se explicar: —Olha, Sr. Moutar eu não fiz nada! Trouxe flores, vim me desculpar e a sua filha ficou feito louca gritando.

—Saia daqui, moleque. —Gustav não diz uma só palavra, apenas sai do quarto.

Minutos depois, Ryla entra no quarto.

—Se ele não saísse, eu é quem iria fazer escândalo. —Fala, séria, e percebo algo que não havia percebido antes, a sombra de um sorriso.

Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora