Paramédicos.
Destroços, crianças, idosos, grávidas, muitos mortos, gritos de dor, gritos de agonia.
—NÃO PAREM AS BUSCAS, NÃO PAREM AS BUSCAS!
Vira e mexe um braço se ergue em meio aos destroços.
—Quantos mortos?
—Cinquenta e seis. —O homem de macacão azul diz, cabisbaixo
—Quantos vivos?
—vinte e três.
—Não é incrível? Cinquenta e seis pessoas mortas, e todas estavam sentada e com cintos de segurança, apenas duas pessoas que estavam com cintos sobreviveram, e caíram abraçados, foram encontrados juntos, mas vão ficar em coma, aparentemente pai e filha.
—eles sobreviveram porque estavam na última fileira próxima a porta, no momento da queda essa porta voou para longe, expelindo os dois, eles caíram juntos, longe do avião, a única informação é que eles ficarão em coma, a menina aparentemente está em grau de debilidade maior.
Tyler
A noite cai e só consigo pensar na palestra sobre aviação que terei daqui a poucas horas e que roupa vestir, nada estragará minha noite, hoje é noite de promoções. Entro no vasto closet escolho meu melhor blazer preto com forro roxo, dobro as mangas até os cotovelos, mais cedo passei no barbeiro para fazer a barba e dar uma aparada no cabelo, escolho uma calça colucci jeans preta e alpargatas sociais, relógio e cordão de ouro, pronto.
Estou prestes a sair quando meu celular tilinta o toque de mensagem do número de Trice, e ela nunca me manda mensagens, não terá problema se ler mais tarde.
Chego ao salão, é amplo e bem refrigerado, olho ao redor para ver se identifico alguém, nada.
E então, eu o vejo, novamente aqueles olhos azuis me encontram, ao longo da reunião, que parece não ter fim, saio e acendo um cigarro na área livre, lá fico, por horas após ter dado minha contribuição necessária na palestra. Ligo meu celular para ver a hora e lembro da mensagem de Trice.
Guilherme
Quando olho para onde ele estava sentado e vejo que não está mais, tenho vontade de sair correndo em sua busca, desde a primeira vez que trocamos olhares ele está sozinho, sempre calado, mas hoje, quando ouvi sua palestra, sua voz, tive certeza de que preciso conhece-lo, por alguns minutos fico ali, parado pateticamente procurando por aqueles olhos castanhos.
É o fim da reunião, decido ir até o pátio para respirar já que amanhã bem cedo terei quatro escalas para cumprir, então eu o vejo, parece estar furioso, vou até ele e toco seu ombro, e em um mar de ignorância, ele vira e rosna.
—O QUE É QUE VOCÊ QUER?
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Por Amor
RomanceBate a segunda campa, puxo Andy pelo braço para o corredor escuro da limpeza, sentamos ali, naquele chão um tanto empoeirado em silêncio, e antes mesmo de perguntar o vejo desabar em meu ombro, não me contenho e sinto meus olhos marejados, envolvo-o...