Capítulo 12.

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Tyler

Faz um mês que estamos juntos e já perdi as contas de quantas viagens Guilherme cancelou para estar comigo, me sinto amado, mas não posso fazer o mesmo, hoje acordei e vi que ainda estava dormindo, fui até a sacada e acendi um cigarro.

Meu celular toca, é a tonta da Ryla.

—O que que foi, Ryla?

—Beatrice acordou, ainda não entrei no quarto, mas, ela está acordada. —Meu coração fica apertado e sinto meus olhos encherem de lágrimas, minha filha está acordada. Sem pensar em Guilherme arrumo uma mochila com algumas peças de roupa e sigo para o aeroporto, pego o primeiro voo para Belém.

Empurro a porta do quarto.

—Vim assim que me disseram que estava acordada, minha filha.

Ryla

Depois de tanto tempo apenas vendo-a dormir, sinto-me corando quando ouço a voz dela, quando aquele babaca chamado Gustav sai, deixo escapar uma frase e desejo morrer depois disso, ela percebe, e parece assustada, meu corpo estremece e meu coração praticamente para quando depois de muitas horas de silêncio, Trice diz, tímida.

—Ryla, me dê um beijo?

—O que?

—Me desculpe, e-eu, não queria dizer isso, eu, não sei o que deu em... —Interrompo-a com um beijo, ela retribui, sinto um calor infernal, amarro seu cabelo dando duas voltas em minha mão, e saboreio seu beijo, cada parte de sua boca, passo a mão por seu rosto, sentindo a maciez de sua pele morena, por seus ombros e de volta a sua nuca, paramos e olhamos uma para a outra, não consigo segurar minhas lágrimas.

—Porque você está chorando? —Ela levanta meu queixo com o dedo indicador, mas na verdade, são muitos motivos, tento achar uma forma de dizer a ela o que Evaristo me disse, mas não consigo, não posso.

—Feliz um ano, Beatrice.

—Um ano? —Ela indaga, sem entender nada.

—Um ano desde o acidente, um ano que passastes em coma, um ano que te amei apenas te vendo dormir, conversei com você todos os dias durante um ano, você se lembra de algo? —Ela me olha e seus olhos enchem de lágrimas, que agora escorrem enquanto eu as enxugo, percebo que Beatrice lembra de tudo.

—E-eu...pensei que não passasse de um sonho do qual não conseguia acordar, ouvi sua voz, ouvi cada "eu te amo , Ryla, no meu aniversário, ouvi seu pedido, e ouvi daquelas petúnias brancas que estão ali. —Ela aponta para o vaso, na estante—Ryla, eu aceito namorar com você! —Quando ouço isso meu coração falta pular para fora, eu a beijo, novamente, intensa e carinhosamente, sem acreditar que o amor da minha vida, também me ama.

—Ryla, eu também ouvi o que o Dr. Evaristo disse, sei que sou paraplégica. —Abaixo a cabeça, um tanto feliz por não ter que dar a notícia a ela, ela levanta meu queixo.

—Tá tudo bem pra você ter uma namorada de 17 anos, paraplégica e que precisa passar em alguma faculdade?

—Meu amor, desde que eu te olhei, tive a certeza de que enfrentaria qualquer obstáculo que fosse para te ter ao meu lado, tenho que lhe dizer, Evaristo me passou que você pode ter uma vida completamente normal se tiver apoio, e você tem o meu amor, o amor dos seus pais, Taylor foi transferido para o quarto 220, caso queira vê-lo, te levarei lá.

—Posso curtir minha namorada antes?

—Deve!

Eu a beijo.

Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora