Capítulo dois.

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Alguns anos antes...

Chego no colégio e a primeira pessoa que vejo é Andy, meu melhor amigo e sua alegoria de felicidade.

—Bichaaa, tenho poucas e boas para te contar!

—Conte-me tudo e não me esconda nada.

—Primeiramente, não me mata amiga. —Ele faz cara de anjo e simboliza com as mãos uma auréola na cabeça, gargalho do gesto.

—Tá, eu sei que eu sou um péssimo amigo por não te contar an.... —interrompo-o.

—FALA LOGO ANDY.

—Estou namorando, com o Castiel, e hoje faz dois meses, sim, sim, eu não contei antes, e hoje você também faz dois meses com o Gustav hoje, eu sei. —Fico boquiaberta.

—Impossível, Castiel é hétero, e é dos Guerreiros!

—Ele deixou os Guerreiros amiga! Por mim.

—Tem certeza que ele não vai te magoar? —Faço bico e pisco três vezes seguidas.

—Eu vou ser feliz, amiga, me deixa viver isso. —Ele me abraça.

Minha preocupação nunca esteve maior, o que Castiel, um cara extremamente homofóbico iria querer com Andy, não que Andy não seja alguém para apaixonar-se, ele é, mas Castiel é um dos caras mais viris da sala, calado, e até um tanto sombrio, não consigo entender.

Bate a segunda campa, Gustav corre ao meu encontro, me beija com ternura na testa e me carrega nas costas até uma mesa onde Andy e Castiel trocam abraços e beijos no rosto, Andy vibra de felicidade.

—Gustav, Dona Engeline está melhor?

—Muito melhor, e já está caminhando, venha aqui Andy, me dê um abraço, não sei o que seria se não fosse por você. —Os dois levantam e trocam um abraço cheio de sentimento.

—Uau, o que aconteceu com a minha sogra que o Andy sabe e eu não? —Olho desconfiada para os dois.

—Andy salvou a vida da dona Engeline, baby, ele a tirou da frente de um caminhão, ela torceu o tornozelo, e ele a levou até em casa e cuidou do tornozelo dela, veja só se não devo minha vida a Andy.

—Andy, como você pode não me dizer nada? Não acha que está me escondendo muitas coisas? —Jogo uma bolinha de papel e finjo está chateada.

—Aii amiga, juro que ia te contar.

Todos rimos, Castiel não diz uma palavra, vou descobrir qual é a desse cara, porém parece mais solto, sorri do que dizemos e parece se enturmar, Andy está realmente feliz. Admiro a forma como Gustav se relaciona com Andy, é lindo de se ver.

Voltamos para a sala de aula e tudo volta ao clima original, última aula do dia, a única coisa que se ouve são as respirações, ninguém diz uma palavra, apenas o professor, com pena, acaba nos liberando bem mais cedo para arrumar tudo e esperar o fim do horário.

Bate a terceira campa, Andy e Gustav se despedem, Dou um beijo em Andy e sussurro em seu ouvido: —Use camisinha, amo você, divirta-se.

E ele entra no carro com Castiel, olho para Gustav, que parece aflito e aproveito para tentar arrancar alguma confissão.

—Meu bem, acho muito linda sua relação com Andy.

—Ele é meu melhor amigo, e nossa relação é maravilhosa!

—Você o defenderia de tudo não é? Até de brincadeiras de mau gosto homofóbicas.

—Mas é claro que sim... —Ele me fita, desconfiado. —Porque essa pergunta agora? — Percebo seu tom alterado e tento apaziguar a situação.

—Foi apenas um surto, só para garantir o bem estar do Andy, vamos almoçar juntos hoje? —Digo, levantando uma sobrancelha, quase desafiando-o, meu diabinho interior bate palminhas e zomba do anjinho.

—Pensei que não fosse me convidar, vamos! 

Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora