Um lugar melhor

2.9K 250 140
                                    


P.o.v. Alec

— Está pronto Alexander? – Robert perguntou animado pegando a chave do carro.

— Estou. – Respondi sem nenhuma vontade de levantar do sofá para pegar minhas coisas.

— Mas por que tanta pressa? – Minha mãe perguntou ao entrar na sala.

— Quanto antes melhor não é mesmo? – Robert respondeu cruzando os braços e abrindo um sorriso falso.

— Robert, por que você é assim? – Minha mãe perguntou um tanto chateada enquanto arrumava os cabelos em um rabo de cavalo perfeito.

— Eu só não quero que nosso filhão se atrasse para o vôo. – Disse colocando a mão em meu ombro. — Não é, Alexander? – Questionou me olhando com um sorriso sinistro.

— Se atrasar? Robert o vôo sai daqui a duas horas! – Mamãe disse olhando para o grande relógio de parede.

— Deixa pra lá, mãe. – Interrompi antes que eles começassem uma discussão.

— Alec você está bem? Tem certeza que quer ir para essa faculdade? – Ela perguntou já deixando meu pai de lado.

— Eu.. – Queria poder dizer que essa não era a minha vontade, queria dizer que meu sonho não era passar o resto da vida trancado em um escritório. Tudo o que eu precisava era desabafar com ela e chorar em seu colo enquanto ela me fazia cafuné, como quando eu era criança.

— Mas é claro que ele quer! – Meu pai interrompeu. — Agora vamos, não quero pegar congestionamento.

— Me diga... Você ficará bem? – Mamãe perguntou com o olhar triste enquanto segurava firme minhas mãos.

— Ficarei sim mãe, não se preocupe, eu ligo para dar notícias. – Dei um beijo em sua testa e ela me puxou para um abraço.

Depois de arrumar tudo e se despedir de minha mãe e de Izzy, entrei no carro junto com meu pai. Não duvido nada que ele estava feliz em me levar para longe.

Demorou um tempo até chegarmos ao aeroporto, mas dei graças quando chegamos porque meu pai não parou de cantarolar um segundo se quer no caminho.

— É isso meu filho! – Meu pai exclamou desligando o carro.

Eu já imaginava que ele faria mais um de seus discursos falsos, então resolvi pará-lo.

— Olha só, não precisa fazer o papel de pai preocupado ou o "papaizinho que vai sentir saudades" porque eu sei que você deve estar soltando fogos de artifícios por dentro. – Falei em um tom exaltado, sentindo meu sangue ferver.

— Nossa Alec! – Fez uma pausa e me encarrou sem expressão nenhuma. — Você acertou em cheio! – Terminou a frase feliz.

Tudo o que consegui fazer foi revirar os olhos e sair daquele carro. Peguei minhas coisas no porta-malas e fui em direção a entrada do aeroporto sem ao menos olhar para trás, pois sabia que Robert já havia cantado os pneus.

[...]

Peguei a passagem e sentei em um dos bancos da praça de conveniência do aeroporto para aguardar até a hora do avião decolar, já que meu pai havia feito questão de sair duas horas antes.

Segurei o choro, eu estava com medo. Estava indo para outro estado, outra cidade, eram outras pessoas, outro ambiente, tudo novo e diferente. Um lugar longe das pessoas que eu amava.

Olhei para a passagem que estava ao lado do meu celular, encima da mesa, foquei na palavra Califórnia. Naquela hora me deu um desespero por tentar imaginar como seria minha vida naquele faculdade.

No mesmo instante meu celular vibrou e olhei na tela, era uma mensagem de Izzy. Sorri ao deslizar o dedo na tela e ler a mensagem "Achei injusto papai não me deixar ir junto no aeroporto. Ja estou morrendo de saudades, acho que vou dormir na sua cama hoje. Te amo maninho"

Sai dos meus pensamentos ao ouvir a última chamada para o vôo. Eu nem tinha percebido o tempo passar, tinha ficado entretido conversando com Izzy por mensagem. Então levantei e corri para entrar o avião.

Ao entrar sentei na poltrona perto da janela e fiquei olhando para fora do avião, aquela era uma linda vista da grande cidade de Nova York, seria ótimo poder fotografar aquilo. Fotografar. Aquele pensamento me deixou triste, então coloquei os fones e fiquei ouvindo Imagine Dragons, aquilo me acalmava.

[...]

Horas depois eu desembarquei do avião e fiquei mais alguns longos minutos preso no aeroporto por não conseguir achar um táxi. O local estava movimentado então eu apenas parei para observar as pessoas.

— Você quer dividir o táxi? – Uma mulher parou a minha frente e se ofereceu para dividir o táxi. Ela era alta, esguia e morena com um sorriso gentil, aparentava ter uns 30 anos. Fiquei alguns minutos encarando-a sem saber o que dizer. — Desculpe, é que eu vi que você está tentando pegar um táxi há um bom tempo e o meu acabou de chegar, então se quiser usá-lo...

— Ah... sim, eu quero, obrigado. – Falei sorrindo por ainda existirem pessoas caridosas nessa Terra.

— Tudo bem, vamos. – Ela disse apontando para um táxi que estacionava naquele momento. — Meu nome é Kate. – Ela disse sorrindo gentilmente.

— Alexander. – Retribui o sorriso e entrei no táxi.

[...]

— Finalmente! – Exclamei ao descer do táxi. Peguei as minhas únicas duas malas que havia trazido com as minhas roupas, e alguns acessórios que Izzy havia me dado na despedida, e parei em frente a faculdade.

Ela tinha uma estrutura bem antiga, mas parecia ter sido reformada a pouco tempo. Não tinha certeza. Entrei e vi que os móveis e decorações eram modernos, a pintura e a iluminação eram perfeitas para aquele lugar. Conclui que a faculdade era muito diferente do lado de dentro e no de fora.


Cheguei até a secretaria onde uma mulher com olhos arregalados estava sentada atrás de uma mesinha, certamente estava desenhando alguma coisa quando chamei.

— Com licença senhora! – Chamei e ela levantou da cadeira e veio em minha direção.

— Diga meu jovem. – Falou ela me encarando profundamente.

— Oi, eu sou novo aqui, meu nome é Alexander Lightwood. – Disse simples então ela assentiu e foi para trás de um balcão onde retirou uma pilha de folhas, acho que eram documentos, e voltou até mim.

— Bem Alexander, como posso ver aqui nos registros você vai ficar no quarto 69, um dos melhores posso lhe garantir. – Disse animada. — Você só precisa assinar nessa linha pontilhada aqui. – Ela disse colocando o dedo indicador sobre a folha.

Hum 69? Seria isso um sinal de que minha vida mudaria?

— Pronto. – Disse após assinar a folha e entregar a caneta.

— Bem... As aulas começam semana que vem, aqui está sua chave. – Me alcançou um metal dourado. — Aproveite a escola e qualquer dúvida peça ajuda. - Ela me entregou a chave e eu agradeci saindo dali em busca do meu quarto.

O que eu precisava agora era chegar no meu quarto e se jogar na cama para tentar dormir um pouco. O dia não havia sido nada legal e eu estava extremamente cansado e confuso.

__________

Este capítulo foi editado dia 11/06/18

A Magia Do Amor ❇ MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora